Breve Estudo Sobre Ransomwares e Análise Estática/Dinâmica do WannaCry

Os ransomwares são malwares que impedem que o detentor legítimo dos arquivos de acessar seus dados. A liberação dos dados só é efetivada mediante pagamento, normalmente realizado em Bitcoins por não ser rastreável. Esta categoria de malware explora vulnerabilidades específicas do sistema alvo, buscando criptografar recursivamente os dados e bloquear o acesso a eles.

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Por: Acquila Santos Rocha em 23/07/2019 | Blog: https://www.linkedin.com/in/acquila-santos-rocha-b8305a134/


Fatores Históricos



Neste ponto, já foi discutido o conceito fundamental de ransomware, o impacto deles na sociedade, economia e o procedimento tradicional de infecção mostrado em [7], para aqueles baseados em criptografia. Durante a história, os ransomwares foram modelados de acordo com o contexto histórico e tecnológico ao qual estavam inseridos.

O estudo do histórico é fundamental, visto que entendendo o contexto, podemos prever quando certos métodos poderão voltar a ser utilizados [8].

O primeiro ataque classificado como do tipo ransomware, no qual métodos de extorsão são utilizados, tem registro datado em 1989 e é conhecido como PC CYBORG ou AIDS information Trojan. O malware é um Cavalo de Tróia que substitui o arquivo "autoexec.bat" de sistemas MS-DOS e conta a quantidade de vezes que o sistema é reinicializado.

Quando alcançada 90 reinicializações, todos os arquivos do diretório raiz são criptografados e finalmente uma mensagem dizendo que o sistema está infectado é emitida [10]. Na época, esse vírus foi espalhado com a utilização de um disquete contendo um conteúdo de fachada, que quando inserido na máquina alvo, executava o código do malware.

Em 2006 surgiu o CryZip, ransomware que busca compactar arquivos de documentos (txt, doc, rft etc), arquivos de banco de dados e arquivos multimídia em um arquivo ZIP protegido por senha. A chave de descriptografia usada para o arquivo ZIP é armazenada no arquivo Cryzip. A chave de decodificação pode ser baixada dinamicamente para a nova versão do Cryzip [10].

Nesse período o método de transmissão de malware mais utilizado, era a emissão de pop-ups que infectavam o alvo caso após o clique. Em 2010, os ataques baseados em ransomwares atingiram um novo patamar, pois as plataformas mobile também se tornaram alvos desse tipo de ataque [11].

Em meados dos anos 2013 e 2014, uma onda de ataques ransomware foi identificada ao redor do mundo, em decorrência de uma série de fatores:
  • Primeiramente, foram criadas ferramentas que facilitavam o desenvolvimento de um cryptolocker;
  • Outro ponto, é o conhecimento do poderio das criptomoedas que facilitavam a não rastreabilidade do pagamento;
  • Transmissão do ransomware através da rede, permitindo que se espalhe com mais facilidade.

Com o histórico aqui apresentado, percebemos que de acordo com o contexto histórico e tecnológico em questão, os ransomwares evoluíram. O patamar ao qual esse tipo de malware alcançou atualmente é realmente preocupante, tendo em vista a facilidade de desenvolvimento do código e as diferentes formas de transmissão.

Na próxima seção foram introduzidas as principais formas de propagação e infecção.

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Páginas do artigo
   1. Prefácio
   2. Ransomware
   3. Fatores Históricos
   4. Formas de propagação
   5. Análise WannaCry
   6. Crypto Ransomwares (Prova de Conceito)
   7. Conclusão
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Comentários
[1] Comentário enviado por cizordj em 25/07/2019 - 08:56h

Meus parabéns pelo artigo, isso me fez refletir sobre como o meu ambiente de trabalho está implementado, mas me surgiu uma dúvida, se usarmos outro protocolo em um ambiente de trabalho que não seja o Samba o ransomware ainda pode se espalhar pela rede? ou isso depende do ransomware?

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O seu tempo é o único bem que você não recupera

[2] Comentário enviado por acquila em 25/07/2019 - 11:10h


[1] Comentário enviado por Cizordj em 25/07/2019 - 08:56h

Meus parabéns pelo artigo, isso me fez refletir sobre como o meu ambiente de trabalho está implementado, mas me surgiu uma dúvida, se usarmos outro protocolo em um ambiente de trabalho que não seja o Samba o ransomware ainda pode se espalhar pela rede? ou isso depende do ransomware?

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O seu tempo é o único bem que você não recupera


Obrigado! Cada ransomware explora uma vulnerabilidade específica, de acordo com o objetivo do malware. Se não me engano, todas as versões do Samba a partir da 3.5.0 estão sujeitas a execução de código remoto, possibilitando que um cliente malicioso carregue e execute uma biblioteca através do servidor. Até onde tenho conhecimento em questão de Ransomware, somente o WannaCry explora essa vulnerabilidade, mas posso estar enganado. Os detalhes sobre essa vulnerabilidade podem ser observados nesse link: https://www.samba.org/samba/security/CVE-2017-7494.html

Espero ter ajudado, até mais!


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