Editores e processadores de texto para GNU/Linux

Este artigo descreve as várias opções existentes de editores de texto e suítes de escritório para os ambientes operacionais GNU/Linux.

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Por: Alberto Federman Neto. em 01/04/2010 | Blog: https://ciencialivre.blog/


Os editores mais simples e em linha de comando



Você, iniciante, não precisa se preocupar tanto com os editores de texto em modo comando, porque de início não irá usá-los extensivamente.

Como vimos, certos arquivos de texto precisam ser feitos ou editados rapidamente em Linux, pois podem ser usados para controlar o regular o próprio sistema operacional.

Por isso precisam existir editores muito simples, que trabalhem fora da interface gráfica do Linux, fora da tela gráfica, "fora do X-Window". De fato, esses editores existem.

A maioria deles são bem antigos e foram herdados do Unix, numa época em que nem as interfaces gráficas ainda existiam.

Na realidade, os primeiros editores de texto para computadores datam das décadas entre 50 a 70, eram editores rudimentares, "de linha", que editavam apenas uma linha de comando ou de código por vez.

Mesmo seus sucessores, da década de 80, como a primeira geração do Vedit (1980) eram difíceis de usar e simplistas, por isso hoje são obsoletos.

Entretanto, alguns bons editores em linha de comando, semi-gráficos, como os que vamos ver abaixo, ainda são muito usados.

1) Pico

O mais clássico, histórico, se chama "Pico" ("Pine Composer") e é a sessão de edição do texto de um antigo cliente para E-Mail (originalmente em Unix) chamado "Pine". O Pine e o Pico, na realidade, não são softwares livres e foram desenvolvidos pelo Depto. de Computação Aplicada à Comunicação da Universidade de Washington.

No início da Internet, quando a Web ainda não existia, o Pine era o principal cliente para mandar e receber e-mails.

Nessa época, essa era a única forma de comunicação eletrônica por Internet, possível de ser usada de maneira rotineira (eu mesmo usei muito o Pine em Unix, na Universidade, no começo da carreira).

2) Nano

Porque o Pico era um software proprietário, alguns clones livres (GNU) e gratuitos dele foram desenvolvidos, e um desses clones chamava-se Tip.

Uma modificação melhorada e mais sofisticada do Tip, é o atual Nano:
Este é um dos mais simples e mais usados editores de texto em linha de comando.

Seu uso rotineiro com recursos básicos é bastante fácil. Geralmente, basta iniciar o editor no diretório onde está o arquivo a ser editado, com o comando:

sudo nano /.../arquivo

Abrir o arquivo, editá-lo, salvá-lo com CTRL+O e sair do editor com CTRL+X.

3) Vi e Vim

Frequentemente, usuários bem experientes e principalmente os veteranos, "dinossauros" do Linux (ou os que migraram do antigo Unix) preferem usar o Vim ou o Vi (com mais recursos) ao invés do Nano.

O Vi é um dos mais antigos (1976) editores de texto em linha de comando, para Unix e Linux. É derivado do Ed, do Ex, Joe e de outros editores "de linha" rudimentares.

É clássico e parte integrante das distribuições Linux, mesmo modernas:
Seu nome, "Vi", vem de "Visual", porque sua base é um antigo comando de Unix BSD, que transformava edição "de linha" para modo Visual.

Como o Vi é um editor portável a outros SOs (Windows, BSD etc...) e extensível (pode ser aumentado e modificado) gerou muitas variantes. A principal delas é o Vim ("Vi Improved", Vi melhorado):
Embora usado em Linux e em Unix, podendo também ser usado em MacOS, o Vim foi desenvolvido originalmente para os antigos (e hoje extintos) computadores Amiga.

Geralmente os editores Nano e Vi ou Vim são muito comuns e vem instalados, incorporados por default, na maior parte das distribuições Linux.

4) Emacs

O Emacs ("Editor for MACroS", Editor para macros) é um editor de texto desenvolvido (a partir do antigo TECO - "Text Editor and Corrector", Editor e corretor de textos) pelo Físico e Programador Americano Richard Stallman, iniciador e principal articulador do projeto GNU.
Podendo ser considerado um editor que opera em linha de comando, o Emacs é na realidade, muito mais que isso. Por isso é muito utilizado por profissionais especializados em TI, programadores e hackers.

É um editor especial, porque é tão poderoso e portável que pode rodar numa variedade de condições, sozinho, ou dentro ou fora de jogos, navegadores, programas em código, com ou sem interfaces gráficas, em qualquer sistema operacional, embebido ou não dentro de linguagens de programação (principalmente Lisp) etc.

Ele não vem instalado por default, mas faz parte dos repositórios de todas as distros GNU/Linux, e ao menos a versão Emacs com interface gráfica GTK, é de relativamente fácil utilização.

5) Diakonos

O Diakonos é uma modificação melhorada e de uso mais fácil, do Pico e do Nano. Foi objeto de uma dica recente publicada aqui no VOL:
6) Outros editores em console ou em linha de comando:

Pode-se citar muitos outros, mas são bem menos usados.

Por exemplo, o Elvis (uma modificação do Vi e do Vim); Yi; Vile ("Vi like Emacs", uma "mistura" do Vi com o Emacs); Vim-GTK (uma implementação do Vim em interface GTK); Xemacs (um muito bonito e poderoso "Fork" gráfico do Emacs); Aquaemacs (outra modificação do Emacs); GVim (uma implementação do Vim para o GNOME); Cream (uma modificação de Vi mais fácil de usar) etc.

Na realidade vários deles são de linha de comando, mas também podem operar gráfica ou semigraficamente:
A figura 1 mostra as telas iniciais do Vim, do Nano e do Emacs (a distro é openSUSE com KDE4):
Linux: Editores e processadores de texto para Linux.
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Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Os editores mais simples e em linha de comando
   3. Os editores de texto de uso geral
   4. Editores de texto para uso em escritórios e suítes de escritório
   5. Editores e visualizadores de arquivos em formato PDF
   6. Editores especiais
   7. Sugestões ao iniciante e instalação
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Comentários
[1] Comentário enviado por removido em 01/04/2010 - 16:14h

Há outros processadores de texto para Linux, cito algumas delas abaixo:

* TextMaker: faz parte da suíte OfficeMaker e é comercial.
* Juba: editor de textos e visualizador de PDF, foi criado por um brasileiro.

Uma correção: o StarOffice é a versão comercial do OpenOffice.org que é desenvolvida pela Sun Microsystems (nada de Google). A última versão do StarOffice é idêntica ao OpenOffice.org 3.0

Outra correção: o BrOffice.org não é uma suíte diferenciada do OpenOffice.org, os dois são o mesmo programa. Apenas o BrOffice.org tem este nome por conta de um processo que foi tramitado na justiça brasileira com relação ao nome OpenOffice (que é marca registrada de uma empresa no Rio de Janeiro).



[2] Comentário enviado por removido em 01/04/2010 - 16:21h

Também tem o Siag Office:
http://linux.softpedia.com/get/Text-Editing-Processing/Word-Processors/Siag-Office-202.shtml

Também tem o Corel WordPerfect, foi descontinuado mas ainda está disponível em alguns FTP pra download.

Existe também o ThinkFree Office http://linux.softpedia.com/get/Office/Office-Suites/ThinkFree-Office-6131.shtml

[3] Comentário enviado por removido em 01/04/2010 - 16:36h

Apesar de haver outros editores de texto não abordados no artigo, nunca vi, nem mesmo em inglês, nenhuma matéria tão completa sobre as opções do tipo para Linux. Estás de parabéns, excelente artigo e uma mina de ouro para aqueles que gostam de testar novos softwares.

[4] Comentário enviado por removido em 01/04/2010 - 16:47h

Fora o filho-do-cão - o Vi - já usei vários...
Hj fico com o nano pois é excelente. A diferença em relação ao pico é que este era parte de um leitor de e-mail q nem m lembro mais..
exclente trabalho...

[5] Comentário enviado por edonato em 01/04/2010 - 18:17h

Ótimo artigo reunindo informações importantes de vários editores. Particularmente, gosto muito do kate, que é quase um mini-ide. Vc pode ter a árvore de diretórios à esquerda ou todos os arquivos que estiver usando, o texto do arquivo corrente na área principal e, ainda, uma janelinha na parte de baixo para executar comandos. Infelizmente nunca vi, nem no Linux em na "outra plataforma", um só editor que se compare aos do MS-Dos, onde era possível selecionar blocos no meio do texto, sem ter de selecionar toda a linha, sem contar outros inúmeros recursos encontrados no KEDIT.EXE e no Q.EXE, que os editores "modernos", pelo menos aparentemente, nunca terão.

[6] Comentário enviado por removido em 01/04/2010 - 18:39h

Meu amigo, muito bem documentado seu artigo, parabéns!.
Uma outra opção é a suite proprietária SoftMaker Office, até um tempo atrás seria possível conseguir uma licença da mesma mediante um cadastro (http://br-linux.org/2009/ajude-a-betterplace-org-e-ganhe-uma-copia-gratuita-do-softmaker-office).
Particularmente não tenho necessidade e nem gosto de usar esses tipos de aplicativos, prefiro o nano ou o mc, o mais pesado editor que uso é o leafpad.
Que fique registrado que não sou radical, tenho o BrOffice instalado (o chato é ter que atualizá-lo e ter que baixar quase 200 MB) e apenas porque minha esposa é professora e 'precisa' utilizá-lo, já que foi difícil abandonar o MSWord.

[7] Comentário enviado por mcnd2 em 01/04/2010 - 19:40h

Muito loko.

Quem estava amarrado ao Windows por causa do MSOffice já pode usar GNU/Linux porque você tem várias opções que desejar, desde a mais simples até a mais completa.

Parabéns pelo trabalho (artigo).

[8] Comentário enviado por removido em 01/04/2010 - 19:57h

Parabéns pelo artigo. Muito bom para quem está migrando.

[9] Comentário enviado por SMarcell em 02/04/2010 - 01:50h

Legal o artigo!

Mas chamar o Vim de "simples"! é heresia. Hehehehehehe...

Uma correção:

"... preferem usar o Vim ou o Vi (com mais recursos)"

Na verdade o Vim (Vi iMproved ou Vi Melhorado) é o que possui mais recursos avançados.

[10] Comentário enviado por dbahiaz em 02/04/2010 - 18:23h

Ótimo artigo, parabéns albfneto.

OpenOffice, Kwrite (kde), Gedit (gnome) e nano, me atende perfeitamente.

[11] Comentário enviado por carlosalberto4ti em 03/04/2010 - 21:53h

Poderia aproveitado e falar do uso de cliparts com o "openoffice" (open cliparts) ou outro , em um novo artigo ?

[12] Comentário enviado por Teixeira em 03/04/2010 - 23:00h

Não tenho como classificar seu artigo: "Ótimo" é pouco, "excelente" também. "Magnífico", aí também é bajular muito... rsrsrs
O melhor que tenho a dizer é que ele passará imediatamente para os meus favoritos.
E realmente, nunca vi um artigo tão completo, tão minucioso.
Parabéns.

[13] Comentário enviado por pardalz em 05/04/2010 - 09:44h

MCEDIT Ownz!
belo artigo

[14] Comentário enviado por albfneto em 07/04/2010 - 20:12h

Obrigado pelos comentários.
Obrigado a Bilufe pelas correções!
Gostei que postaram links com outros processadores e suites.
Quem conhecer outros,favor postar aqui, nestes comentários.
È informação útil a quem vai ler o artigo, e a pessoa terá outras sugestões!

ADENDOS AO ARTIGO:

1) Um artigo sôbre o uso do Latex e do Texmaker:

http://www.vivaolinux.com.br/artigo/Aprendendo-LaTeX-com-o-Texmaker

2) Suite para escritório Calligra

[15] Comentário enviado por banto em 26/12/2012 - 17:27h

@edonato, no VIM é possível fazer isso com ctrl+v e depois marcar os limites do bloco com as setas do teclado

[16] Comentário enviado por joorlando3 em 02/01/2015 - 19:15h

Obrigado pela dica do pdfedit, embora os editores gráficos sejam muito úteis ainda gosto muito do mcedit para escrever scripts.


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