Já é bem conhecida as histórias de softwares proprietários. No ramo da Administração, encontramos diversas micro e pequenas empresas, com O.S. proprietário com falta de licença.
Quando comecei a dar suporte, pude ver que todos usavam o que era comum e de fácil usabilidade. Estranhei, pois se observarmos bem, todos os O.S. são relativamente parecidos para que possamos ter uma pequena familiaridade inicial diante do O.S.
Comecei a aprofundar pesquisas sobre o por que das empresas tinham esta necessidade de O.S. proprietário.
Suas justificativas eram muito simples: "Eu aprendi a usar o iniciar na barrinha azul" ou " Só esse sistema tem uma fonte X para meus textos".
Então, pela abrangência de tais reclamações e o medo do diferente, averiguei que todos compram para simplesmente não ter trabalho de mudar a forma como veem as coisas.
Quando, num certo dia, um cliente de uma empresa média viu em meu ACER um O.S. rápido, que abria qualquer pendrive e que não importava o que me dessem de arquivos, ele simplesmente abria e executava, houve um interesse da parte dele em saber do que se tratava aquele O.S., se tinha um ambiente para designer, se dava para acessar a Net, se pegava vírus, se tinha sistema office para escritório... Perguntas que todo iniciante tem.
Perguntei a ele, de fato, o que era que ele precisava. Sentamos por algumas vezes para dialogar sobre toda a portabilidade do O.S. dele para este novo. Até que ele colocou um documento grande em folha corrida na mesa com os gastos entre licença, suporte online e local, consultoria, esses serviços comuns que o 'Grande Irmão' costuma cobrar.
Girava por média de 4 zeros ao mês. Pasmei com aquilo tudo, pois inclusive, determinados recursos administrativos financeiros tinham que rodar com net para gerar cálculo de imposto, entre outras coisas.
E ele questionou quanto pagaria para ter o software que eu tinha. Acreditei que ele visava apenas a estabilidade e prevenção contra vírus. Eu, de imediato, disse para ele que se tratava de um
Debian, um
GNU/Linux, que não teria custos com licenças e que teria condições de manter quase tudo que ele me apresentou com uma única distro, que ele só iria gastar com suporte local e que até as atualizações eram gratuitas.
Para ele, tal notícia era no mínimo confusa, pois ele pagava por máquina uma licença de Windows e outra de Office, mais suporte e atendimento online, e toda vez que uma máquina apresentava um problema qualquer por contaminação, que em certas vezes era um mal contato da tomada, por exemplo, a solução cabível era formatar.
Os 4 técnicos que trabalhavam lá só faziam isso. Quando ele, às 2 da manhã, me liga e diz que queria que eu me encontrasse com ele cedo na porta da empresa, fui com meu equipamento sempre a tiracolo, e quando lá cheguei, ele estava com tudo pronto para que eu começasse a instalar.
Foi uma loucura, pois tudo tinha que estar funcionando em sincronia com o que ainda não estava pronto, nada podia parar.
Era eu pegando um PC e o usuário indo para o do colega. No final, ele teve uma economia de 93% ao mês, em torno de R$ 45.000.
Benefícios
Agora, mostrarei o que houve de benefícios:
- A distribuição que usei desde o servidor até a estações de trabalho foi o Debian;
- Como todos usavam Windows XP SP0, como gerenciador de janelas usei o KDE;
- Fiz um pequeno treinamento relâmpago sobre o OpenOffice e GNU/Linux para os funcionários (o mais jovem tinha 18 e o mais velho 49, e todos tiveram o mesmo aproveitamento, mantendo todo o desempenho de suas atribuições, homens e mulheres.);
- Para os softwares que não existiam versão para GNU/Linux, utilizei o Wine, que deu conta do recado tranquilamente. Inclusive para comunicação via rede e Internet;
- De 4 pessoas do suporte, passou a ter uma só que recebe investimentos em cursos de especialização em GNU/Linux com regularidade;
- O lucro com a migração para GNU/Linux foi dividido 50% para a empresa e os outro 50% para aumento no salário dos funcionários;
- Com a agilidade dos processos internos de dados, a empresa passou a ganhar mais clientes e mais rendimento;
- Os usuários passaram a trabalhar mais, em menos tempo, com mais tempo de almoço, e o rendimento e satisfação dobrou por parte deles;
- Em 2 anos de funcionamento, só houveram 3 formatações e nenhuma perda de um TXT que fosse.
Esta foi uma experiência que quis compartilhar com vocês. O GNU/Linux abriu-me e abre até hoje portas.
Sou um Fã de GNU/Linux à quase 10 anos, e desde que fui apresentado a ele que não deixo ele por outro O.S.
Já usei Windows e MacOS, mas não troco GNU/Linux por nenhum outro.
Sem descartar que também ganhei em economia com o GNU/Linux, além de estabilidade e desempenho. Todos em casa usam, desde jogos até programação e edição de vídeo.
Ninguém aqui quer outra coisa.
Abraço a todos.