Google, uma das maiores empresas do planeta hoje, ganhou dinheiro (e muito!) com a simples filosofia de dar informação de graça.
De um simples mecanismo de busca na web até uma empresa gigantesca, o grande "segredo" não foi esconder as coisas, mas sim mostrá-las, publicá-las, exibi-las.
Dê informação fácil e de qualidade e as pessoas virão. Aos milhões, depois aos bilhões. E no rastro delas virão os patrocinadores, os pagantes, as pessoas e empresas que vão implorar para ter seu nome registrado nos seus bancos de dados e para aparecer bem nos resultados de consultas que você apresenta.
E hoje a Google sabe mais sobre você do que você mesmo. Sabe em que sites você navega, que bancos usa, que artigos compra na web. Eles seriam capazes de dizer sem hesitar quais as três últimas coisas que comprei para mim mesmo ou para minha casa. Conhecem até intimidades das pessoas, pois sabem que rede social de sexo fácil você frequenta ou o tipo de pornografia que costuma ver para se excitar naquelas madrugas solitárias na frente do computador, com uma mão no mouse e outra no "joystick" (literalmente "bastão do prazer").
Não vai demorar muito para a Google implantar o que Philip K. Dick previu em "Minority Report", o conto que inspirou o filme do mesmo nome feito pelo Tom Cruise. Suspeitos de pedofilia serão interrogados pela polícia assim que pesquisarem coisas como "little girl naked". Crimes serão impedidos quando a polícia for informada que alguém andou pesquisando coisas como "arsênico e sogra".
Não estou dizendo que todas essas coisas sejam boas. Pelo contrário, algumas delas podem representar uma grande perda de liberdades individuais. Mas não quero entrar no mérito dessa questão. Apenas mostrar que toda essa revolução começou com a ideia de exibir informação livremente. Coisa que nós do Software Livre sempre defendemos.
[1] Comentário enviado por Chimerah em 02/12/2015 - 15:59h
Excelente texto. Como fã e escritor de Ficção Científica, achei genial a censurada no nome do Autor do Minority Report.
É sempre bom ouvir as experiências dos "Seniors" e ligar com o que vemos acontecer no dia-a-dia. O desenvolvimento colaborativo, software livre (ainda que eu discorde do "modelo Stallman") veio pra ficar, quem nem ao menos ter noção do conceito vai comer poeira mesmo!
[3] Comentário enviado por fêla em 09/12/2015 - 13:47h
edlonewolf, muito bom seu artigo, poético e inspirador.
Faço votos para que essa liberdade seja aproveitada para algo construtivo, onde o conhecimento seja para proveito de todos e em favor do planeta, e menos para o egoísmo e narcisismo que a humanidade caminha atualmente.