Para realizar a compilação da interface
MATE o método aqui descrito dependerá da clonagem de um projeto github, desenvolvido para tal. Clonagem essa, a partir da qual será possível executar os três scripts que irão pôr em ação o processo de construção desse ambiente gráfico, via código-fonte, instalando tanto as suas "dependências", como os pacotes "base" e "extra", todos necessários para o bom funcionamento do MATE.
O processo de execução desses scripts apresenta uma sensível vantagem, pelo fato de proporcionar a combinação das bibliotecas a serem instaladas na máquina do usuário, tal como uma espécie de "personalização", dada ao longo de todo o processo.
Mãos à obra!
Então, supondo que o usuário está no ambiente XFCE (e que pode perfeitamente ser outro, como, por exemplo, o KDE, que eu particularmente não utilizo - aguardando a provável implementação oficial da versão 5 Plasma, no lugar da 4):
1° passo
É recomendado manter inicialmente o idioma do sistema na língua inglesa, deixando somente para depois de toda a construção da interface MATE uma eventual mudança/configuração, por exemplo, para a língua portuguesa (BR), caso venha a ser esse o idioma que a pessoa usará no seu dia a dia.
O motivo de tal recomendação? É que os binários desta interface gráfica foram construídos tendo a língua inglesa como padrão. Dizendo o mesmo, de outro modo (na verdade, glosando o Willy nas suas orientações): quando criamos a interface gráfica a partir da fonte ela corresponderá ao padrão de configuração do idioma que está definido em nossas máquinas. E, uma vez que estamos usando binários feitos por esse desenvolvedor, devemos estar atentos ao fato deles terem sido configurados usando a língua inglesa por padrão (esse é o caso).
Lembro que, certa vez, por pura desatenção a esse detalhe, configurei o sistema para a língua portuguesa (BR) antes de construir/compilar o MATE. O resultado foi dar de cara com uma interface MATE híbrida, muito esquisita, com uma parte em língua portuguesa e a outra parte em língua inglesa. Portanto, é recomendável mudar o idioma do sistema (para pt_BR, por exemplo, em etc/profile.d/lang.sh) somente após ter concluído a construção da interface, tê-la selecionado e tê-la inicializado no ambiente recém-construído, tal como normalmente se faz quando se conclui uma instalação completa do Slackware (afinal, ele vem em inglês e é esperado que na primeira inicialização ele esteja neste idioma, que lhe é nativo).
2° passo
Aqui o momento é o de acessar a página que contém o código-fonte e o projeto de interface MATE que deverá ser clonado. Link:
Uma vez estando na página citada acima basta abrir o Terminal, podendo ser em seu diretório de usuário (/home/seuusuário), que é exatamente como costumo fazer. Mas, se a pessoa quiser, pode criar uma outra pasta onde salvará o material a ser clonado, lembrando, é claro, de abrir ou direcionar o Terminal para esse local, quando for clonar.
Feito isso, deve-se digitar o comando de clonagem:
git clone https://github.com/mateslackbuilds/msb.git
Resolvida essa etapa é só dar "enter" e observar que uma pasta "msb" foi criada no diretório do usuário (caso se tenha optado pelo caminho que indiquei acima, que foi o de salvar a clonagem nesse local).
Acima estão duas imagens desse processo de clonagem, via Terminal.
3° passo
Agora é o momento de realizar a construção do MATE na máquina, partindo da execução dos scripts fornecidos por intermédio do método da clonagem.
- primeiramente, deve-se entrar como root (administrador #) via Terminal.
- depois, deve-se acessar o interior da pasta "msb", o que, no caso do caminho feito até aqui, significa:
# cd msb
(notar que dentro de "msb" serão encontrados os scripts "mate-build-deps.sh; mate-build-base.sh e mate-build-extra.sh").
- finalmente, deve-se dar o seguinte comando:# ./mate-build-deps.sh && ./mate-build-base.sh && ./mate-build-extra.sh (e, claro, dar um "enter").
Acima está uma imagem do, normalmente demorado, processo de compilação/construção.
Bom, agora é o momento de ir tomar um café, tipo uma hora, talvez até mais de uma hora, dependendo da máquina, e aguardar que a interface gráfica MATE seja construída. Ao final desse processo, quando a construção/compilação estiver concluída, deve-se sair do modo "root" e, como usuário, escolher a interface MATE para, após a reinicialização do sistema, poder usufruir dela, ajustá-la ao próprio gosto, etc... :
xwmconfig
(através do Terminal, escolha o MATE/mate-session com esse comando)
Voilà!
Abaixo uma imagem da interface gráfica pronta, construída na própria máquina em que está rodando o Slackware current:
Comentário Final
Todo esse procedimento também pode ser feito fora do ambiente gráfico (do X) - o que normalmente faço, até porque não curto usar tela de login (mantenho o sistema no runlevel 3) - e o método é o mesmo: acessar o diretório "msb", que foi criado a partir da clonagem (acessar como root) e executar os três scripts com o comando apropriado ( ./ ), tal como referido no texto.
Um outro detalhe é que certa vez após construir a interface MATE (estando no ambiente XFCE) notei que, após reiniciar o sistema, a interface não constava na listagem apresentada pelo comando "xwmconfig". Por descuido, nessa única vez em que tive que repetir todo o processo, eu havia esquecido de colocar corretamente o comando necessário para a execução dos scripts ( ./ antes de cada um deles). Sendo esse o lapso cometido (o que muito provavelmente outra pessoa, em algum lugar, cometerá de modo parecido) cabe lembrar e enfatizar o seguinte:
Modo correto:
# ./mate-build-deps.sh && ./mate-build-base.sh && ./mate-build-extra.sh
Modo incorreto:
# ./mate-build-deps.sh && mate-build-base.sh && mate-build-extra.sh
(desse modo só se estará dando comando para instalar as dependências)
Conclusão
Em relação à descrição resumida desse processo, ficarei grato por quaisquer observações construtivas que porventura possam minorar ou resolver algum lapso ou esquecimento que tenha ocorrido. Como apontei, sou um simples usuário/amante de
Linux (sem formação específica na área) que valoriza a leitura, a pesquisa e as experiências, partindo das premissas de que ninguém nasce sabendo e nem pode saber tudo, e de que não é defeito não saber.
Apenas a título de exemplo, e guardando-se as respectivas diferenças, cabe lembrar que tanto um Slackware como um Arch Linux (para não citar o Gentoo) são distribuições que não costumam ser nem um pouco amáveis ou acolhedoras com os que se aventuram a adotá-las negligenciando virtudes básicas como um pouco de iniciativa, paciência, gosto pela pesquisa e pela leitura, assim como, também, uma dose mínima de disciplina.
Cabe finalizar dizendo que tive o cuidado de pedir ao querido Willy Raharjo que me autorizasse a citá-lo livremente, no texto, principalmente pelo fato de ser dele esse belo projeto, que é merecedor de todo o reconhecimento e gratidão.
Fontes: