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Nessus utiliza um sistema cliente-servidor, onde uma vez iniciado o módulo servidor passa a ser possível rodar o cliente em qualquer máquina da rede (por esse motivo pode-se atribuir vários logins e senhas com permissões diversas).
O certificado oferece uma segurança maior ao acessar o servidor Nessus, pois garante que ele não foi substituído por outra máquina comprometida. Ressaltando que em ambientes Windows somente é possível a instalação do Cliente NESSUS e não do Servidor(Gerente).
O seguinte passo é inicializar o servidor, ainda como superusuário(root), usando o comando:
# nessusd -D
Após, volte ao seu login de usuário e abra o cliente, com o comando:
$ nessus
Agora você deverá logar-se no servidor Nessus, fornecendo seu login e senha. Nas configurações do programa(abas superiores) você tem acesso a várias opções, entre elas a faixa de portas TCP e UDP que devem ser escaneadas:
Se você quiser um teste completo, use a faixa 1-65536. Este teste é ideal para PCs da rede local, mas pode demorar bastante caso seja feito via Internet. Basicamente, ele envia um pacote TCP e outro pacote UDP para cada porta e para cada PC a ser testado. Se você quiser testar uma faixa inteira de endereços IP, com seus 255 PCs teremos nada menos que 33.423.360 pacotes, que correspondem a mais de 750 MB de dados.
Alguns testes do Nessus podem travar alguns PCs vulneráveis, como por exemplo estações Windows 95 vulneráveis ao "ping da morte". A opção "Safe checks" desativa testes potencialmente perigosos, evitando prejuízos aos usuários. De qualquer forma, o ideal é fazer o teste à noite, ou em algum horário em que os PCs não estejam sendo utilizados.
Na seção "Target Selection" você define o alvo, fornecendo seu IP. Se você quiser testar as vulnerabilidades da própria máquina local, o endereço é o "localhost". Se você quiser testar de uma vez toda a sua rede local, basta fornecer o endereço da rede, como em "192.168.0.0" ou "10.0.0.0".
Concluído o teste, ele exibe uma lista com as vulnerabilidades encontradas em cada PC. Existem três níveis de alerta, o primeiro e mais grave tem o símbolo de uma luz vermelha e indica uma brecha de segurança em um servidor ativo na máquina. O screenshot abaixo por exemplo temos uma máquina
Linux rodando uma versão antiga do Samba, que permite que clientes não autorizados se loguem no servidor. Além de apontar o problema, o Nessus oferece uma descrição detalhada da vulnerabilidade e aponta uma solução. No caso a solução é simplesmente atualizar o Samba para uma versão mais recente:
O segundo nível é um alerta de que um serviço potencialmente inseguro está ativo numa determinada porta do sistema, como por exemplo um servidor Telnet ou XDMCP (para obter a tela de login do servidor, como vimos no capítulo 7). Neste caso não foi encontrada nenhuma vulnerabilidade específica, mas o fato o serviço ser fundamentalmente inseguro já representa uma brecha de segurança. Tanto o Telnet quanto o XDMCP transmitem dados de forma não encriptada, o que permite que alguém mal intencionado possa sniffar a rede, capturando os dados transmitidos, incluindo as senhas dos usuários.
O terceiro nível de alerta tem o símbolo de uma luz. Estes são apenas lembretes de que existe um servidor ativo na porta indicada mas sem que fosse detectada qualquer brecha de segurança:
Naturalmente, assim como você pode utilizar o Nessus para detectar e tapar brechas de segurança, outras pessoas podem utilizá-lo para detectar suas vulnerabilidades e lançar ataques. Hoje em dia a variedade de scripts e ferramentas gráficas prontas que exploram vulnerabilidades é tão grande que você pode encontrar algum exploit fácil de usar para praticamente qualquer vulnerabilidade que você possa encontrar. Basta saber fazer pesquisas no Google.
Estes exploits prontos são o grande perigo, pois não requerem nenhum tipo de prática ou habilidade para serem usados. Basta indicar o IP a ser atacado e pronto. Ou seja, aquele garoto com quem você brigou no chat pode muito bem fazer um estrago na sua rede caso você tenha alguma vulnerabilidade grave, por isso é importante resolver o problema antes que alguém o faça por você.
O Nessus é só o primeiro passo. Caso você rode qualquer tipo de servidor na sua máquina é importante acompanhar sites especializados em notícias relacionadas à segurança, como o
http://lwn.net/- e o
http://www.linuxsecurity.com/. A maioria das distribuições oferecem boletins por e-mail que avisam quando novas atualizações de segurança estão disponíveis.
Lembre-se que apesar das notícias de brechas e atualizações serem sempre muito frequentes, você só precisa se preocupar com os servidores que você mantém ativos na sua máquina. Se você mantém apenas o SSH e o Proftp por exemplo, não precisa se preocupar com as atualizações do Apache e do Sendmail. Além dos servidores, clientes de e-mail (Evolution, Kmail etc) e navegadores (Konqueror, Mozilla etc) também costumam receber atualizações de segurança com uma certa frequência.
Conclusão
Nesse artigo foi mostrado um pouco sobre o Nessus e como citado anteriormente conclui-se que é uma excelente ferramente de auditoria de redes usada para testar e varrer vulnerabilidades no sistema em questão. Então usuários Linux, testem e divirtam-se.
Observação
Este artigo foi desenvolvido durante um trabalho em grupo por mim Rafael de Jesus Miranda, Jefferson Guilherme Jurck e Jonatas Tramontina.