paulo1205
(usa Ubuntu)
Enviado em 27/02/2013 - 09:58h
M4CHiNEGuN escreveu:
quero aprender a programar,e estou pra entrar numa faculdade,mas estou em duvida em qual curso terei a melhor base em programação:analise e desenvolvimento de sistemas ou ciências da computação.
alguém aqui cursa/cursou um desses cursos se sim me fale se aprendeu bem e se gostou :)
vlw
Tradiocionalmente os cursos de "Ciência da Computação" ou de "Informática" ligados a departamentos de Matemática (como era na UFRJ, quando eu era universitário) têm mais teoria e formam bacharéis, e cursos do tipo "Análise de Sistemas" e outros cursos supostamente especializados e voltados ao mercado formam tecnólogos e buscam colocar o aluno logo em condições supostamente aptas para entrar no mercado.
Apesar de formado (em Engenharia Eletrônica), eu não acho que curso universitário seja estritamente necessário. Eu realizei, antes de estar formado, um bocado de coisas que me deram -- e, olhando em perspectiva sobre o passado, ainda dão -- orgulho, trabalhando em empresas pequenas, cujos donos tinham a visão de que o que interessa é a capacidade e a vontade da pessoa. E isso vale para computação, como vale para idiomas, para finanças, Filosofia ou Direito: se a pessoa gostar e se dedicar por conta própria, pode se tornar, mesmo autodidata, tão bom ou até melhor do que qualquer pessoa oficialmente diplomada nessa área.
Por outro lado, o conhecimento sistematizado tem um lado bom e útil, que justamente o fato de estar estruturado e sistematizado. Ter as ferramentas teóricas e técnicas apresentadas numa ordem coerente é muito útil para o medíocre e preguiçoso, mas é
muito melhor ainda para o interessado, dedicado e autodidata.
Ainda nesse sentido, minha opinião é de que os cursos que apresentem mais ferramentas teóricas são melhores do que os cursos supostamente "formadores expressos de profissionais". Fazendo uma comparação por analogia, o último apresentaria um martelo e diria que ele serve para bater com força nas coisas, dando um punhado de demostrações práticas de seu uso; já o primeiro possivelmente gastaria
um bocado a mais de tempo falando sobre a necessidade de aplicar golpes fortes em determinados objetos, construiria um martelo teórico e versaria sobre os casos em que poderia ser usado ou deveria ser evitado, bem como as melhores técnicas para seu manejo, de modo a aproveitar melhor a força produzida e diminuir as chances de acidentes e efeitos colaterias decorrentes de uso indevido; por fim, apresentaria um martelo de verdade e faria uma comparação dele com o martelo teórico, explicando os motivos pelos quais não se pode construir um martelo de verdade com todas as propriedades desejáveis do martelo teórico, dando dicas de como construir martelos cada vez melhores à medida em que o aparecimento de novas tecnologias permitir.
É inegável que esse "bocado a mais de tempo" pode fazer alguma diferença, e isso pode ser crítico, dependendo dos seus objetivos. Mas ele tem o seu valor, e tal valor pode multiplicar o potencial de quem é competente e dedicado, quando ele tiver de lidar com uma situação em que aquele conhecimento específico puder ser aplicado.