Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 27/11/2010 - 19:55h
As coisas por aqui são mais ou menos assim.
Aqui no Rio de Janeiro, ao se adquirir um veículo, são pagos impostos e taxas visíveis e também invisíveis (mas que também doem no bolso) e ainda outras despesas obrigatórias:
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados. Tudo que é fabricado ou que apenas muda de embalagem paga o tal imposto. Como automóvel não é um bem essencial, sua alíquota geralmente não é subsidiada, e é bem alta.
Frete - Não é imposto, mas é um gerador de impostos. Sobre ele incide o
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Que também incide sobre o IPI, engrossando a carga que já não é pequena. Dizem os tecnocratas do governo que isso não é bitributação porque se trata de OUTRA base de cálculo (a qual evidentemente se tornou OUTRA exatamente pelo fato de incidir sobre outro imposto, e assim por diante).
Para poder dirigir, temos de pagar o DUDA (Documento Único De Arrecadação, que não é nada único) para poder tirar a carta de habilitação para conduzir veículos automotores, e também para renová-la de tempos em tempos.
Também aqui no Rio de Janeiro se paga a tal de "vistoria obrigatória" o que leva a supor que nossos carros sejam muito bem conservados.
Em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, etc. não existe essa taxa e os veículos são tão ou mais conservados que os daqui.
Ah, e para ter o direito de andar com o veículo (ou simplesmente para ficar com ele enguiçado na garagem ou na oficina) paga-se o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotivos), um tal de DPVAT que é uma espécie de seguro obrigatório.
O IPVA foi lançado há muitos anos atrás com a finalidade de custear a manutenção das estradas. Porém hoje em dia, além dele, pagam-se pedágios.
Aqui na cidade maravilhosa, paga-se pedágio até mesmo nas linhas vermelha e amarela, com direito a fazer turismo pelas comunidades carentes e ser assaltado por bandidos de toda espécie e de todas as especializações.
Quando o Mike (hoje Dr. Ryan) esteve por aqui em 1985 ainda para colher subsídios para sua tese de mestrado em Sociologia, ficou estarrecido com a quantidade de documentos que nós brasileiros precisamos ter e portar no nosso dia a dia, com a imensa carga tributária, com os valores altíssimos das tarifas públicas e com a inflação desenfreada que assolava o país naquela época (hoje podemos dizer pelo menos figurativamente que "não temos inflação").
Tem uma música dos Beatles que ironiza a ação do coletor de impostos (Taxman), figura por nõs desconhecida, já que pagamos nossos impostos por "livre iniciativa" e através de guias de recolhimento, sem que haja a figua de um cobrador:
Let me tell you how it will be;
There's one for you, nineteen for me.
'Cause I’m the taxman,
Yeah, I’m the taxman.
Deixa eu te dizer como vai ser:
É um pra você e dezenove para mim.
Porque sou o coletor de impostos,
sim, sou o coletor de impostos.
Should five per cent appear too small,
Be thankful I don't take it all.
'Cause I’m the taxman,
Yeah, I’m the taxman.
Se cinco por cento parece pouco
agradeça por que eu não fico logo com tudo
Porque sou o coletor de impostos,
sim, sou o coletor de impostos.
(if you drive a car, car;) - I’ll tax the street;
(if you try to sit, sit;) - I’ll tax your seat;
(if you get too cold, cold;) - I’ll tax the heat;
(if you take a walk, walk;) - I'll tax your feet.
(se você dirige) - eu taxo as ruas;
(se você tenta se sentar) - eu taxo seu assento;
(se você sente muito frio) - eu taxo a calefação;
(se você vai dar um passeio a pé) - eu taxo seus pés.
Taxman!
Coletor de impostos!
Porque sou o coletor de impostos,
sim, sou o coletor de impostos.
Don't ask me what I want it for, (ah-ah, mister Wilson)
If you don't want to pay some more. (ah-ah, mister heath)
'Cause I’m the taxman,
Yeah, I’m the taxman.
Não me pergunte para que é que eu quero (ah-ah, "seu" Wilson)
Se você não quer pagar ainda mais (ah-ah, "senhor charneca")
Porque sou o coletor de impostos,
sim, sou o coletor de impostos.
Now my advice for those who die, (taxman)
Declare the pennies on your eyes. (taxman)
'Cause I’m the taxman,
Yeah, I’m the taxman.
Agora meu conselho para os que morrem:
Declarem o proprio brilho de seus olhos
Porque sou o coletor de impostos,
sim, sou o coletor de impostos.
And you're working for no one but me.
E você não trabalha para mais ninguém senão para mim...
Obs.: Charneca é um tipo de vegetação. Aqui no Brasil esse termo tem um significado diferente, podendo ser até mesmo a ausência de vegetação.
Enfim.
"Contribuir", de acordo com o dicinovário, é "seguir em companhia de uma comunidade indígena".