Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 25/09/2013 - 18:24h
Os software-houses paparicam as universidades onde se desenvolvem os novos clientes. Os novos engenheiros, que saem de nossas melhores escolas, chegam aqui na firma doutrinados e apenas um em cada 10 conhece o Linux.
A juventude já vem com a cabecinha bem lavadinha. Tento mostrar a eles que existe algo diferente, mas a curiosidade já está morta!
São bons para aprender o que os outros ensinam, não foram ensinados a aprender por si mesmos.
Cheguei a pensar que os novos engenheiros seriam feras em Linux, e que seria uma falha imperdoável (dentro da turma) usar windows. Não aconteceu nada disso.
Trabalhei numa empresa onde a turma do hardware e do software entendia - e muito bem - de Unix, CP/M, PIC, Cobol, Basic, Pascal, Assembly, C, e o que pintasse pela frente.
E o que alguém não entendia, procurava entender o mais cedo possível.
A equipe de vendedores passou por treinamento de montagem e manutenção de micros IBM-PC, e costumava fazer o primeiro atendimento ao cliente, caso surgisse alguma zebra entre as datas das manutenções contratadas.
Então os vendedores faziam o "gatilho" (leia-se "recurso técnico"), de forma a deixar o equipamento do cliente sempre em condições de funcionamento até que o Técnico (com T maiúsculo) viesse com a peça necessária e fizesse a substituição.
Desconheço hoje em dia qualquer empresa que proceda de igual forma, onde "a cachorrada toda morda" e tenha "dentes afiados" (tradução: "Esteja capacitada e pronta para o que der e vier")...
Tive um amigo programador que tinha de sua própria lavra os mesmos sistemas (ERPs) em Assembly, Cobol, Mumps e Basic, e somente o que os fazia diferentes entre si eram as telas, já que o funcionamento era rigorosamente o mesmo. E se precisasse adaptar essas mesmas ERPs para rodar em um Apple (por exemplo) ele já teria por onde começar.
A "curiosidade" que se fala é essa, de procurar aprender coisas que aparentemente nada têm a ver com aquilo que gostaríamos de fazer ou com aquilo que efetivamente fazemos em nosso dia a dia, ou que se limitem ao que aprendemos formalmente.
Acho que é isso.
E nesse caso, sim, está faltando esse tipo de curiosidade.