ednilton_so
(usa KUbuntu)
Enviado em 16/12/2011 - 00:21h
Olá,
Votei “SIM”, mas realmente não posso ter certeza de que essa foi a opção correta ou não. Como disseram aqui na campanha, problema tem em todo Brasil. Entretanto, o Pará tem uma das piores educações e IDH's do Brasil. A violência no interior, nem se fale. Ela só ganhou repercussão mundial depois do assassinato da irmã Dorothy Stang, mas sempre foi muito alta e continua um absurdo. É muito comum também encontrar trabalho escravo no interior do Pará e as histórias de coronelismo, seja por fazendas ou por minério, são frequentes.
Por outro lado, Belém e zona metropolitana, mesmo sendo uma região subdesenvolvida, são bem mais avançadas que o interior. Isto é visível, por exemplo, se comparamos as estradas das duas regiões. Além disso, se é complicado tratar da saúde quando você mora próximo de Belém, morando longe demais a situação é calamitosa. Pode-se imaginar, por exemplo, você necessitando ser tratado com urgência e ter que viajar de barco para um hospital que se encontra a centenas de kilômetros.
Apesar de tudo isso, também havia bons motivos para ter votado “NÃO”, como por exemplo, o currículo dos políticos que a propuseram. Apesar disso, a maioria dos paraenses, principalmente as pessoas que moram em Belém, criaram um bloqueio de orgulho que as impediu de perguntar “por quê dividir”. Em vez disso, o “NÃO” saiu automático, sem dar chances aos argumentos. Mas isso já era esperado, já que a população de Belém, assim como a maioria do Brasil, não é uma população cuja característica principal seja o “pensamento crítico” (muito pelo contrário).
De qualquer forma, as fronteiras do Pará são muito antigas e evidentemente não se aplicam à realidade atual da sua população. Belém é uma capital longe da maior parte do estado para onde a maior parte dos recursos é destinada. Apesar disso, é uma cidade subdesenvolvida, como uma população orgulhosa, egoísta e que acredita (mesmo) que tem muito a perder. E, em se tratando desse inchaço que cidade sofre, que faz a diferença social explodir, talvez a divisão também fosse boa pra Belém.
Só uma pergunta ficou disso tudo: por que tomar a decisão num plebiscito? Por que não tomar a decisão no congresso e “ponto”? Acredito que o governo não queria que o estado dividisse e se prontificou a fazer o plebiscito porque acreditava no orgulho da população. Infelizmente, diferente daquele plebiscito das armas, o governo, dessa vez, estava certo.
Abraços.