Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 26/08/2010 - 17:27h
Como já fui músico profissional (contrabaixista acústico e eletrônico) e tocava nos bailes da vida, meu gosto musical é um tanto eclético, indo de boleros até clássicos (mas não gosto de tudo que existem em cada gênero).
Por tocar o que O POVO gosta e não necessariamente o que O MÚSICO gosta, nem sempre outra pessoa consegue distinguir quais são as nossa predileções.
1- Prefiro a música instrumental àquela cantada. Cantores para mim tem de ter voz macia porém precisa (Evinha, Nara Leão, Agostinho dos Santos, Milton Nascimento, Elis Regina) ou forte e extremamente afinada (Thijs Van Leer do "Focus").
Voz "mais ou menos" já chega a minha.
Pelé cantando - pelo fato de cantar - para mim é tão desejável quanto uma praga de gafanhotos. Felizmente quando ele se arrisca a cantar, é sempre por uma boa causa.
O Agostinho dos Santos, apesar de muito afinado, dava enjôo em vidro de sal de frutas fechado. Acontece que ele abusava de uma certa modulação com síncope, que era muito, muito chata. Infelizmente ninguém disse isso para ele a tempo.
R. R. Soares deveria INDENIZAR seus ouvintes... aliás, o que tem de coisas incrivelmente ruins na música gospel não está no gibi... Mas paralelamente a isso, existem grandes cantores de música gospel (Nelson Ned, Jota Neto, Cassiane, etc.)
Chico Buarque é outro que não aprecio cantando. No entanto, suas músicas têm uma identidade muito grande com ele e eu gosto da melodia e da poesia.
Gosto do Caetano, Betânia, mas sobretudo da Gal. Mas para ouvir de vez em quando.
Um cantor que me impressiona é o Ricky Vallen. Ele é assim um tipo de Maurice Chevalier porém de voz potente e afinadíssima. Canta e interpreta extremamente bem, e sua voz não é cansativa. E é bem melhor do que o Maurice.
2- Sempre que a banda tocava para si mesma, era jazzy blues. Interessante que nosso trumpetista (que era MUITO bom) gostava mesmo era de rancheiras, guarânias e coisas desse tipo, que os sertanejos de hoje em dia acham "brega".
Entre os boleros e os foxes, a gente fazia bossa-nova, samba-jazz, etc.
3- Já fui também roqueiro, e era tecladista. A gente ia muito de Grand Funk Railroad, Creedence Clearwater Revival, e Deep Purple. Só tinha uma musiquinha chatíssima que as pessoas pediam para a gene tocar: Kung Fu Fighting... (Ninguém merece!!!).
Tive uma banda cover dos Beatles (The Bumble Beetles) que ensaiou por oito meses e não teve sequer uma única apresentação. O único norteamericano da banda era quem tinha problemas de dicção (dizia "ehr gonna say" em vez de "you're gonna say") e queria fazer a primeira E TAMBÉM a segunda voz E TAMBÉM o solo. Levamos oito meses para perceber que não daria certo de jeito nenhum. E esse "ehr" saía tão distoante que não dava para disfarçar.
4- Funk!!! Eu já não entendo mais nada...
"Funk" que eu entendo era aquele feito pelos Temptations, pelo Manu Dibango, Barrabas, Earth Wind and Fire, etc.
Hoje salvo rarississísimas exceções, o "funk" que se COMETE aqui no Brasil é uma mistura de ponto-de-macumba com marchinha de carnaval, promiscuidade, consumo de drogas e apologia ao crime, sob os grasnados de uns carinhas desafinados e fanhosos.
O Wagner Montes, a Mãe Loira e o Furacao 2000 que me desculpem, mas como funk agora é CULTURA (de acordo com uma lei que fizeram aí), então nossos ouvidos vão ter de "fazer de conta" que não existe 98% de porcaria e se conformar com esses 2% de música séria que sobrou em todo o movimento do "brazilian funk". E ainda bem que sobraram 2% !...
5- The Mamas and the Papas.
Um caso à parte. Dois rapazes e duas moças que cantavam extremamente bem, e cuja belíssima carreira durou apenas três anos e meio.
Li um comentário de alguém que dizia que eles faziam tudo aquilo sem nenhum recurso eletrônico; Era tudo no gogó mesmo, e ao vivo eles cantavam rigorosamente da mesma forma que nas gravações. Esse comentaŕio se estende, afirmando que hoje em dia todos cantam apoiados em recursos tecnológicos e não na arte em si. Realmente, o computador tirava o sotaque do Ritchie e tira os desafinos de muitos "grandes cantores" do momento.
6- The Bee Gees - Apreciei todas as fases dos BGs. No seu caso, as letras não sã lá grande coisa ("I Started the Joke" pode ser considerada algo assim como a "Melô do Mau-Caráter", "Massachussetts" não quer dizer absolutamente nada, e por aí vai). Contudo, os BGs sempre fizeram um bom conjunto, que mistura tecnologia com simpatia pessoal, uma boa linha melódica e um "molho" bem ao agado do público. O Mike acha que eles são "fraquinhos", e eu entendo o eu ponto de vista, mas eles sempre conseguiram agradar, apesar dos pesares.
7- Genesis - De vez em quando dá para confundir Gênesis e Bee Gees por causa de seu estilo bastante parecido. Mas no frigir dos ovos, o Genesis é muito superior no palco, pois toda a tecnologia usada em estúdio é a mesma usada no palco. Ou seja, eles não enxertavam nada no estúdio que não pudesse ser reproduzido ao vivo (exemplo: "Follow You, Follow Me").
8- O tema principal de "True Lies": É um vigoroso tango, de melodia e harmonia simplesmente primorosos.
9- E quando estou querendo espairecer ouço Vivaldi, preferencialmente "As Quatro Estações".