Um microcosmo?

Rei Tenguh
(usa Arch Linux)

Enviado em 22/09/2012 - 09:14h

Sempre que ligo o computador, me lembro de uma colocação de Chissai Shozan em seu épico "Tengu Geijutsu Ron" (japão, séc. XIV), onde ele sugere que "Nenhum ser-humano pode realizar nada que já não faça parte de sí".
Daí me ficam, lá no fundo dos pensamentos, as relações do funcionamento de um computador com a mente humana, de como o ser-humano "exterioriza" PARTE (e eu disse PARTE) de sua evolução mental, no que se refere a concentração e ao funcionamento lógico-concreto (e NÃO o hipotético-dedutivo, embora alguns digam que sim).

Isso tras benefícios mas também perigos, essa proximidade do funcionamento de um computador com o funcionamento da porção consciente da mente humana.

Me divertiria em ouvir comentários sobre isso. Até onde percebe-se ou não a relação entre a máquina e a mente, e o que essa relação REALEMTE significa para o íntimo de cada um.
;)

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PS: piadas e analogias cômicas mostram a verdadeira relação mais ainda do que se forem respostas conceituais ;)

ferrarini
(usa Fedora)

Enviado em 22/09/2012 - 09:43h

cara não sei não viu..........eu fico doente sem meu computador e sem minha pequena rede !!!

Rei Tenguh
(usa Arch Linux)

Enviado em 22/09/2012 - 09:56h

^^

Sabe... o ser-humano é antes de qualquer outra coisa um ser de comunicação. E eu acho que essa "janelinha" aqui faz a gente se sentir comunicando-se, mas sem os 'riscos' de sair de casa. ;) Não que seja assim um problema mortal; se entendido pode ser levado de forma positiva. Mas é meio perigoso.
Uma vez um amigo comentou que percebeu que era "viciado em mexer o mouse", que as vezes pegava-se na frente do computador abrindo e fechando menus e janelas sem fazer nada. E qual de nós já não fez?
Isso é um tanto perigoso; tanto quanto o ego sentir-se mais sábio ou "inteligente" por questões técnicas (o que é um erro de percepção já antiiiigo do ser-humano).

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Mas claro que tem tbm o lado positivo. Não só certo desenvolvimento do raciocínio lógico-concreto quanto até um certo "auto-conhecimento", no que se refere ao funcionamento da mente, desde que se tenha um pouquinho de atenção sobre isso. Mas são coisas a serem pensadas com cuidado, eu acho. Por isso abri essa conversa. :)
Valeu!

alexhctp
(usa Linux Mint)

Enviado em 22/09/2012 - 10:37h

Complexo por complexo, fico com a complexidade das maquinas, elas ao menos eu entendo ao ler o manual (rsrsrs RTFM...)
Em uma coisa sou obrigado a concordar com o rei tenguh, maquinas e homens se completam, se essa interação não for devidamente tomada de cuidado e precauções, o homem fica dependente e bitolado em um MICROUNIVERSO no qual não realiza sequer uma atividade sem postar no twitter, ou ir a um lugar sem dar checkin no 4sqaure, encontrar um amigo sem fotografar pra upar pro Face... enfim, não é só novela e futebol que vem roubando a atenção do brasileiro... (paro por aqui pois ja to dando outro rumo pra discussão)

Rei Tenguh
(usa Arch Linux)

Enviado em 22/09/2012 - 10:50h

Não, não está dando outro rumo, não, compadre. :) Minha intenção não foi apenas sobre analogias técnicas ou intrínsecas, mas tbm sobre os motivos do uso, sem dúvidas. Inclusive, esse raciocínio é só uma extensão do meu original no tópico: na verdade, usa-se a máquina para aquilo que se usa a mente ;)

A internet claro que é um caso à parte, não é a máquina em sí. A máquina engloba outrras coisas além da net. Mas sim, faz parte.

removido
(usa Nenhuma)

Enviado em 22/09/2012 - 13:25h

Cientistas dizem que nosso cérebro é um grande e o maior de todos os processadores.

Cada coisa em seu lugar. Cada synapse, uma razão/motivação.

Mas como explicar uma pessoa (geralmente crianças) perderem ou nascerem sem determinada(o) parte/hemisfério do cérebro e a(o) outra(o) parte/hemisfério assumir o controle do corpo? O que faz isso acontecer? A Mente?

Acredito que nossa Mente seja nossa forma de 'personalização' deste misterioso processador.

lcavalheiro
(usa Slackware)

Enviado em 22/09/2012 - 14:03h

Tem uma parábola do budismo chan que talvez inclua algo no que foi dito aqui. Dois arqueiros viajavam por uma estrada quando viram dois monges caindo de bêbados. Um dos arqueiros disse para os monges "pensei que vocês fossem proibidos de beber". Um dos monges, o mais torto, respondeu "de vez em quando você não faz a manutenção do seu arco? Você não afrouxa a corda?" "Sim", respondeu o arqueiro. E o monge respondeu "assim é com a disciplina, você precisa afrouxá-la de vez em quando do contrário ela arrebenta".

Sermos nós mesmos em nossa realidade é uma disciplina mental muito grande. Precisamos fingir tantas coisas, saber tantas coisas, parecer tantas coisas, que qualquer forma de fuga é bem-vinda. Os computadores hoje, mais do que permitirem que façamos feitos incríveis, são tão próximos de nós por cumprirem o papel que Aldous Huxley atribuiu ao soma em seu "Admirável Mundo Novo". Com os computadores podemos fazer uma viagem até o lado escuro da Lua e voltar, ilesos.

alexhctp
(usa Linux Mint)

Enviado em 24/09/2012 - 16:24h

Complementando o que o companheiro lcavalheiro citou sobre a viajem ao lado escuro da lua (rsrs), muitas vezes nos escondemos de nós mesmos por trás das mascaras que o "computador" nos permitem usar, ou seja, um Zé Ninguém da vida real pode se tornar o que quiser em seu mundo paralelo.
Pra finalizar, essa parábola budista citada no inicio do tópico acaba de entrar no meu caderno de anotações.

Abraços!!!

danniel-lara
(usa Fedora)

Enviado em 24/09/2012 - 16:33h

bah eu concordo com isso