Previsto para a metade de 2014, a escassez de endereços IPv4 no
LACNIC (organização regional responsável pela distribuição de endereços IP na América Latina e Caribe), pode ter como solução, a adoção da nova versão do protocolo IP, o IPv6.
Composto de 2^128 (340.282.366.920938.463.374.607.431.768.211.456) endereços possíveis, além de melhorias em segurança e implementação, é a única maneira de fugir da falta de números IP da grande rede.
O novo protocolo é, na verdade, velho. Seu projeto teve início em 1994, e embora finalizado em 1998, nunca foi implantado definitivamente, porque na época, ainda não sofríamos da falta de endereços (embora isso já fosse previsto).
Para a adoção do novo protocolo IP, é necessário que uma gigantesca migração mundial ocorra, e isso pode demorar anos para acontecer de forma total. As versões 4 e 6, apesar de fazer parte do TCP/IP, não comunicam-se entre si, necessitando tempo, planejamento, estudos e outros recursos para que a mudança realmente aconteça.
Para isso, muitas técnicas de transição foram inventadas com o propósito de se adequar a diferentes tipos de situações diante desta migração. Dentre essas técnicas, podemos citar a Pilha Dupla (Dual Stack), no qual há uma coexistência entre os dois protocolos, até que haja a migração total, mesmo sem prazo definido.
Há outras técnicas, como por exemplo: 6to4, 6over4, Tunnel Broker, ISATAP, entre outras.
Além da grande capacidade de endereçamento, há outras características que chamam a atenção no IPv6, como a presença do mecanismo de segurança IPSEC, que torna mais segura a viagem dos pacotes pelos mais diversos roteadores na Internet, melhorias na formação do cabeçalho do pacote, que agora tem tamanho fixo, suporte a cabeçalhos de extensão caso necessário, entre outros.
O NAT e a subdivisão de endereços IP em classes, não vai existir no IPv6, portanto, teremos em prática o conceito do modelo fim a fim, no qual se propôs a Internet nos seus primórdios.
A maneira de como os endereços são representados mudou, e agora são formados por duo-octetos com caracteres hexadecimais, totalizando assim, os 128 bits do protocolo v6.
Exemplo de endereço IPv6:
2001:0DB8:0000:0000:130F:0000:0000:140B
Conclusão
Com base em estudos, podemos concluir que estamos no início de um período de migração do protocolo IPv4 para IPv6. Ainda estamos vivendo a chamada "gerência da miséria", devido à falta de números IP para delegar aos nossos hosts.
Com a adoção do IPv6, estes problemas acabam, e vamos ter endereços por muitos e muitos anos, sem precisar quebrar a cabeça "escovando bits", para que uma rede de computadores funcione perfeitamente.
Para quem se interessar pelo assunto, já existe bastante material sobre IPv6 em:
Obrigado a todos e, por mais que seja um artigo simples com uma visão geral sobre IPv6, espero que gostem.
Referências
"A persistência é o menor caminho para o êxito"
Charles Chaplin