Arch Linux em modo UEFI com GNOME

Este artigo visa explicar, passo a passo, o processo de instalação do Arch, mantendo-o KISS, tanto no processo quanto nas explicações.

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Por: Thiago Silva em 29/05/2019


Preparação do Sistema



Introdução

Resolvi escrever este artigo porque tenho notado que, embora haja bastante material sobre instalação do Arch Linux, esses textos em geral não são muito claros no que diz respeito a uma instalação no modo UEFI, além de deixar certas lacunas quanto a alguns passos indispensáveis da instalação.

Então, este artigo visa explicar, passo a passo, o processo de instalação do Arch, mantendo-o o mais KISS possível, tanto no processo quanto nas explicações. Seguir esse processo irá resultar em um sistema rápido, seguro e poderoso.

Este artigo se divide em três páginas:
  • Na primeira, você verá como preparar os dispositivos, ela vai desde verificar a internet até montar os discos.
  • A segunda mostra a instalação propriamente dita, desde a instalação dos pacotes-base até o reinício do sistema.
  • A terceira página mostra uma pós-instalação básica com GNOME Shell, vai desde o primeiro login no Shell inicial até o desktop em ponto de uso final. Este artigo vai do zero até um sistema completamente funcional.

Toda a compilação que se segue foi baseada na Wiki do Arch.

Pré-instalação

Obtenha a imagem ISO no site oficial do Arch e o grave em uma mídia inicializável. Dê boot nessa mídia e selecione a primeira opção. Você será lançado em um shell com poderes de root. É aqui que a diversão começa.

1. INTERNET

É bom verificar se está tudo funcionando com a Internet. Se você usa conexão cabeada (Ethernet) o sistema já deve ter reconhecido sem problemas. Se você precisa de uma conexão WiFi execute:

# wifi-menu

Selecione a sua rede e digite a senha. Você pode realizar um teste de ping, com o comando:

# ping -c 4 google.com

Você vai saber que está online se os 4 sinais enviados receberam retorno. É como se fosse um jogo de ping-pong, a bolinha vai, mas para a brincadeira continuar ela tem de voltar. Se tudo der certo, passe para o próximo passo.

2. TECLADO EM PT-BR

É vital? Não. É bom? Sim, eu recomendo. Por omissão, o teclado fica com o layout em inglês. Para setar o teclado com o nosso layout brasileiro, execute:

# loadkeys br-abnt2

3. IDIOMA

Olha, até dá para alterar o idioma aqui no shell de instalação para português. Eu, particularmente, acho desnecessário porque vamos ter que fazer isso de novo mais tarde para o sistema instalado (esse sim queremos em português). Mas se quiser fazer isso agora, é só descer até o parágrafo 10 e fazer exatamente como está dizendo lá, sem mudar nada.

4. PARTICIONAMENTO

Essa parte é delicada. Você tem várias opções para o particionamento. Eu particularmente gosto do parted, mas recomendo o cfdisk. Simplesmente porque dá para se arrepender e resetar as coisas antes de escrever definitivamente as mudanças em disco. No parted, é um caminho sem volta.

Você pode executar um:

# fdisk -l

...para listar os discos presentes e pensar um pouco no que quer fazer. Passado o momento de contemplação, entre com o comando:

# cfdisk

NOTA: eu não vou dizer exatamente o que você precisa fazer aqui. Se você está tentando usar o Arch, então é uma ótima oportunidade para se desprender de coisas não instrutivas e até perigosas como apenas copiar e colar um código no shell. Vamos lá, você consegue! O cfdisk é muito intuitivo e tenho certeza que você conseguirá entender como ele funciona rapidamente, então vou ignorar esses detalhes e deixar você por conta própria.

Ao invés de falar sobre o cfdisk, vou falar sobre a proposta do artigo: o bendito sistema EFI.

Bom, basicamente você precisa de uma partição no início do HD formatada em fat32 para lidar com o boot do sistema. Então, não esqueça de criar uma partição de no mínimo 256 MB logo no início do HD (eu costumo colocar 512 MB).

Também é bom criar uma partição SWAP. Ela não é obrigatória, mas vai melhorar a performance do computador. Também, se você pretende ativar o modo de hibernação no futuro, lembre-se que a SWAP deve ser grande o bastante para conter todos os dados da RAM. Eu sinceramente não sei o que é grande o bastante, em todo lugar só está escrito assim. Eu uso uma SWAP de 2,6 GB e sobrevivo sem problemas. Até tem algumas tabelas e sugestões na internet, se você quiser saber mais, é uma boa ideia pesquisar a respeito antes de decidir quanto de SWAP precisa.

Naturalmente, você deve criar uma partição para a raiz do sistema também.
Então, para os fins deste artigo, temos:

  Partição    Ponto de montagem        rótulo
    sda1         /boot/efi              efi
    sda2            -                   swap
    sda3            /                   arch

É claro, você pode criar quantas outras partições quiser. Saia do cfdisk. Agora, vamos criar os sistemas de arquivos e colocar a nossa SWAP para funcionar também. Execute:

# mkfs.fat -F32 -n BOOT /dev/sda1

O comando mkfs (make filesystem) cria um novo sistema de arquivos na partição alvo, com o formato especificado. No nosso caso, o formato especificado foi fat, cada “fat” com 32 de tamanho, ou seja, uma partição formatada como fat32. O "-n" indica que estamos dando um nome para a partição, no caso, "boo"t.

O próximo será a raiz:

# mkfs.ext4 /dev/sda3

Note que agora criamos um novo sistema de arquivos em formato ext4. Se você quiser um btrfs (eu prefiro), por exemplo, basta trocar o ext4 lá em cima por btrfs. Agora vamos criar e iniciar a partição SWAP:

# mkswap /dev/sda2
# swapon /dev/sda2

Você deve ter notado que para criar a SWAP, não escrevemos "mkfs.swap", e sim "mkswap". Isso acontece porque SWAP não é um sistema de arquivos, então não faria sentido utilizar o "mkfs" (make filesystem). O segundo comando como que marca como ativa a partição em questão.

5. MONTAR OS SISTEMAS DE ARQUIVOS

Precisamos montar agora os discos que criamos para começar a instalação propriamente dita. O primeiro passo sempre é montar a raiz, então vamos lá:

# mount /dev/sda3 /mnt

Só lembrando que a raiz do MEU layout é sda3. Preste atenção em como ficou o seu layout para montar a partição correta. Se precisar, execute:

# fdisk -l

Precisamos montar a partição EFI. Mas antes precisamos criar o diretório /mnt/boot/efi, que é onde ela deve ficar. Então, execute:

# mkdir /mnt/boot
# mkdir /mnt/boot/efi

O mkdir (make directory) vai criar o diretório que precisamos para agora montarmos a partição EFI:

# mount /dev/sda1 /mnt/boot/efi

Este é o momento de você montar seus outros sistemas de arquivos. Caso vá usar partições separadas para /home ou /usr, por exemplo, crie as respectivas pastas e os monte agora.

Tudo devidamente montado, vamos para a instalação.

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Páginas do artigo
   1. Preparação do Sistema
   2. Instalação
   3. Ambiente Gráfico
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Comentários
[1] Comentário enviado por edps em 31/05/2019 - 21:08h


Excelente artigo, porque demonstra o "novo", a maioria dos que vejo (incluindo na lista o de meu blog), demonstram o método antigo, para MBR.

[2] Comentário enviado por shermanflima em 01/06/2019 - 10:35h

Melhor artigo que eu já li sobre o assunto, parabéns e muito obrigado.

[3] Comentário enviado por pain-sama em 04/06/2019 - 17:47h

Obrigado, pessoal! =D

[4] Comentário enviado por pinduvoz em 08/06/2019 - 22:53h

Bom artigo. Fácil de entender e de seguir.

[5] Comentário enviado por pain-sama em 28/10/2019 - 20:52h

Para quem está instalando o Arch Linux a partir de setembro de 2019, segue um pequeno adendo na instalação:

Agora você precisa instalar claramente os pacotes referentes aos controladores de rede e o editor nano. Então, ao passo 6, adicione esses pacotes. No nosso caso, ficará assim:

# pacstrap /mnt base nano dhcpcd netctl networkmanager

É claro que você sempre pode instalar depois de ter feito o chroot com o comando normal no Pacman. Mas lembre-se que se não instalar esses pacotes, não poderá usar a internet quando estiver dentro do sistema propriamente dito (depois de reiniciar sem a ISO de instalação).
Aproveito também para dizer que se você pretende instalar pacotes da AUR no futura, você precisa instalar também o grupo base-devel. Para isso basta adicionar esse nome àquela linha lá em cima.

[6] Comentário enviado por LckLinux em 03/02/2020 - 09:23h

Muito bom o artigo. Vai ajudar bastante (uso Arch em legacy, mas é necessário saber....)

Grato \o/


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