Gerenciadores de inicialização (boot managers, em inglês) são programas responsáveis por gerenciar a inicialização de um ou vários sistemas operacionais. Nesse artigo veremos os dois principais gerenciadores de inicialização para Linux, o LiLo e o GRUB.
O LiLo (Linux Loader ou carregador do Linux) é um dos mais antigos gerenciadores de inicialização para GNU/Linux.
Algumas distribuições possuem pacotes especiais que permitem utilizar uma tela gráfica animada para a seleção do sistema operacional a ser inicializado. Isso não afeta em nada a funcionalidade, mas é um apelo visual interessante.
O arquivo /etc/lilo.conf contém as configurações do LiLo, e é nele que se deve adicionar os parâmetros dos sistemas operacionais disponíveis no sistema.
Estrutura do lilo.conf
Segue abaixo um arquivo de exemplo do lilo.conf comentado, seguido das explicações de cada parâmetro.
boot=/dev/hda
lba32
# Resolução do vídeo para o terminal
vga=791
# Configurações gerais do LiLo
prompt
default=Linux
timeout=100
# Parâmetros do kernel
append = "hdd=ide-scsi"
# Configuração para inicializar um sistema GNU/Linux instalado em
# /dev/hda1
image=/boot/vmlinuz-2.4.26
label=Linux
root=/dev/hda1
read-only
initrd=/boot/initrd.gz
# Habilita a opção de inicializar o Windows, instalado em /dev/hda2
other=/dev/hda2
label=Windows
boot=/dev/hda: esse parâmetro especifica onde o LiLo será gravado. Utiliza-se /dev/hda para gravá-lo na MBR (Master Boot Record ou registro-mestre de inicialização), para poder inicializar o sistema diretamente do HD, pelo LiLo. Pode-se gravar o LiLo num disquete (/dev/fd0), ou então gravar numa partição, como em /dev/hda1, mas nesse caso será necessário utilizar um disquete ou outro gerenciador de inicialização para inicializar o sistema operacional. O padrão é utilizar /dev/hda (MBR);
lba32: esse parâmetro utiliza um recurso de compatibilidade para unidades de grande capacidade (mais de 2 GB) para evitar um problema antigo em que o LiLo não funcionava quando gravado além do cilindro 1024 do HD;
vga=791: resolução do vídeo para o modo texto, utilizando framebuffer. O modo framebuffer fornece um aspecto melhor para o terminal, mas algumas placas de vídeo mais antigas não suportam esse método. Os valores aceitos por esse parâmetros são:
785: modo framebuffer 640x480;
788: modo framebuffer 800x600;
791: modo framebuffer 1024x768;
normal: resolução 640x480, sem framebuffer.
prompt: se quiser que seja exibida uma lista com os sistemas operacionais disponíveis, para que se possa escolher qual deseja acessar, deixa-se esse parâmetro ativo. Se não quiser que seja exibida uma tela, e que o sistema operacional padrão seja carregado diretamente, comenta-se esse parâmetro (#prompt);
default=Linux: seleciona qual sistema operacional deve ser o padrão;
timeout=100: informa quanto tempo, em décimos de segundo, o sistema deve esperar antes de carregar o sistema padrão automaticamente. Se o parâmetro prompt estiver inativo, o parâmetro timeout não tem efeito;
append="hdd=ide-scsi": o append é utilizado para carregar alguns parâmetros do kernel necessários para o funcionamento correto de alguns itens de hardware. Nesse exemplo, foi carregado o modo ide-scsi para o dispositivo IDE /dev/hdd. Esse procedimento específico é necessário quando se quer utilizar uma unidade de CD-RW (gravadora de CD) e a versão do kernel é da série 2.4. No geral, esse parâmetro não é usado;
image=/boot/vmlinuz-2.4.26: esse parâmetro informa o caminho completo da localização do kernel Linux no disco rígido ou disquete;
label=Linux: aqui é selecionado o rótulo, o nome que será exibido na tela inicial do LiLo;
root=/dev/hda1: esse parâmetro especifica em que dispositivo está localizada a imagem do kernel. Ele permite que a imagem seja carregada a partir de um disquete, CD, ou qualquer outro dispositivo de armazenamento que possa ser acessado pelo LiLo. Nesse caso, está sendo especificado que a imagem está em /dev/hda1, ou seja, primeira partição da primeira unidade de disco rígido IDE;
read-only: esse parâmetro é padrão, utilizado para não dar permissão de escrita na imagem do kernel, permitindo que ele possa ser apagado ou danificado por alguma falha do programa. Sempre use esse parâmetro;
initrd=/boot/initrd.gz: aqui é informada a localização do initrd (Initial RAM Disk ou disco de RAM inicial). Nem todos os sistemas utilizam initrd, portanto neles esse parâmetro não é necessário, mas somente em sistemas que se utilizam dele;
other=/dev/hda2: informação da localização de outro sistema operacional que não seja o GNU/Linux, geralmente o Windows.
Depois de editar o /etc/lilo.conf, o LiLo deve ser instalado através do comando:
# lilo -v
Se tudo correr bem, serão exibidos os rótulos dos sistemas instalados e configurados no lilo.conf.
Informações e comandos adicionais podem ser encontrados nas páginas de manual do LiLo:
[4] Comentário enviado por alvesueliton em 09/09/2014 - 12:34h
Meu Fedora 20 sobre BTRFS não inicia após algum tempo de uso, ou a instalar programas de emulação. Porém no KDE posso substituir o gestor de arranque em Grub, Grub2, Burg, ou Lilo
A questão é a seguinte... Qual o gestor mas adequado a BTRFS? Sem levar em conta 'boniteza', velocidade. Somente a segurança de que o sistema irá iniciar sempre, sem ter que recorrer ao modo de recuperação.