Funtoo Linux - Arquivo /etc/boot.conf

Esse artigo é a tradução (livre, e comentada) do manual de /etc/boot.conf como encontrado em funtoo current 2016. O arquivo /etc/boot.conf é o arquivo de configuração global para o bootloader.

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Por: Perfil removido em 12/02/2016


Parâmetros



A variável params define parâmetros que serão passados para o kernel durante o boot. Parâmetros típicos como init=/bin/bash ou root=/dev/sda3 e outros podem ser definidos. Esse é um exemplo (sofisticado) elaborado por Andreas Matuschek e publicado na lista de mensagens funtoo-dev.

"Funtoo Linux On Ice" {
  params root=/dev/sda2
  params += rootfstype=jfs
  params += usbcore.autosuspend=1
  params += acpi_sleep=s3_bios,s3_mode
  params += hpet=force
  params += video=radeonfb:ywrap,mtrr:1,1024x768-32@60
  params += quiet
  params += splash=silent,kdgraphics,theme:natural_gentoo
  params += CONSOLE=/dev/tty1
  kernel vmlinuz[-v]
  initrd ramfs
}

Parâmetros especiais

O sinal += é especificado no começo da declaração seguinte a declaração inicial, significando que essa declaração é adicionada a anterior. Isso permite que esses valores sejam declarados em múltiplas linhas tornando o código legível.

O valor root=auto é avaliado, o framework olhará os valores em /etc/fstab para determinar a raiz do sistema de arquivos. Então, o valor substituído e passado será algo como root=/dev/sda3.

O valor rootfstype=auto é similar ao anterior. Entretanto, ele determina o tipo de sistema de arquivos (formatação) utilizado para a raiz. O valor substituído será algo como rootfstype=ext4, de acordo com /etc/fstab.

O valor real_root=auto é um parâmetro especial utilizado quando genkernel initrds espera uma valor real_root. Algo como real_root=/dev/sda3 pode ser encontrado substituindo o valor auto.

Distribuições Linux em partições separadas

O comando boot-update suporta a criação de entradas de boot para distribuições Linux instaladas em partições separadas. Em tempo, para boot-update encontrar esses kernels e initrds localizados em outras partições você deve criar um ponto de montagem para essa partição. Após criar esse ponto de montagem, você deve especificar o caminho absoluto para esse kernel utilizando a variável scan.

"Debian Sid" {
  scan /mnt/debian/boot
  kernel vmlinuz[-v]
  initrd initrd.img
  params root=/dev/sdb1
}

Observe que você deve configurar os valores parms root=/dev/ para seu valor real e correto de modo a sobrescrever root=auto. Valores automáticos ainda não são suportados para outras distribuições. A desvantagem desse método é que sempre que precisar atualizar seu boot-update será necessário montar esse ponto de montagem.

Carregando sistemas alternativos

Existem outros sistemas operacionais além do GNU/Linux! E é até possível carregá-los (se alguém precisar disto :) ). Uma entrada para outros sistemas operacionais precisa de um tipo definido. Atualmente, boot-update reconhece os seguintes valores (case-insensitive): linux (o padrão), dos, msdos, Windows (+= 2000, XP, Vista, 7, 8, Win (+= 2000, XP, 7, 8), Vista, Haiku (+= OS). Esses sistemas são carregados por chain loading. Por consistência é utilizada uma entrada do tipo root=device.

A Seção Boot

Essa seção (boot :: generate) define o boot loader que boot-update deve utilizar para gerar uma configuração. Isso deve ser uma única string definida para grub, grub-legacy ou lilo. O padrão é grub.

O valor em boot :: timeout define o tempo de espera em segundos ante de dar partida no sistema padrão. O padrão é 5 segundos.

O valor em boot :: default é utilizado de dois modos para definir o sistema padrão. O primeiro modo é para especificar o nome do kernel que será bootado por padrão. Essa configuração NÃO deve conter nenhum caminho ou rota, apenas o nome do arquivo da imagem deve ser definido. Esse é o mecanismo padrão para configurar o valor de bzImage.

Alternativamente, você pode especificar o nome literal da entrada que deseja bootar. Isso é comum se deseja um sistema não GNU/Linux. Algo como:

"My Windows 7" {
  type win7
  params root=/dev/sda6
}

# ...teria a entrada como :

boot {
  generate grub
  default My Windows 7
}

Esse é o mecanismo se você deseja bootar o mais recente kernel por padrão. Para fazer isso, defina o nome boot como uma entrada no lugar o kernel.

boot {
  default "Funtoo Linux"
}

Se múltiplas entradas "Funtoo Linux" são criadas, a mais recente (avaliada pelo valor de mtime) será bootada por padrão.

O valor em boot :: bootdev define que dispositivo ou partição o bootloader está instalado. Isso é atualmente utilizado por LILO, e equivale a configura o valor de boot = em /etc/lilo.conf. Outros bootloaders irão ignorar essa entrada.

O valor em boot :: terminal define o modo do terminal em serial ou vídeo, que é o padrão. Esse valor afeta o bootloader bem como as saídas do kernel.

A seção SERIAL

Define a porta serial para uso do bootloader e do kernel. Os possíveis valores são: unit ( um número de tty, o padrão é 0), speed (em bps, o padrão é 115200), word (define o tamanho da palavra, padrão é 8), parity ( define a paridade em sim ou não, o padrão é não (no), stop (define o bit de parada em zero ou um, o padrão é 1).

As seções DEFAULT e BOOT

O valor em default :: type define o tipo de entrada para o Linux. Entradas do tipo DOS e Windows são suportadas. O chainload apropriado será carregado de acordo com a versão do sistema Windows desejado.

"My Windows 7" {
  type win7
  params root=/dev/sda6
}

O valor em default :: scan define um ou mais diretórios para varrer procurando pelo kernel e pelo initrd. O padrão é /boot.

O valor default :: kernel define o nome da imagem ou combinações de nomes, para procurar por kernels para gerar entradas no menu. O caminho definido em scan é procurado. Englobamento é suportado, mas somente um por nome de arquivo. O valor especial [-v] é utilizado para combinar um nome básico de kernel (como bzImage) mais todos os kernels de uma versão opcional. Englobamentos arbitrários como bzImage[-2.6.*] podem ser utilizados.

O valor em default :: initrd define a imagem initrd/iniramfs que será carregada no menu de entrada. Se múltiplas imagens são definidas TODAS serão carregadas na entrada do menu. Englobamentos são suportados, inclusive os arbitrários. O valor especial [-v] é suportado.

O valor em default :: params define uma série de parâmetros passados para o kernel em tempo de boot. O operador += é utilizado para estender esses valores por várias linhas que são concatenadas e passadas ao menu.

A seção DISPLAY

O valor em display :: gfxmode define o modo de vídeo utilizado pelo bootloader. Esse valor é herdado e pode ser utilizado como padrão em um boot gráfico (uvesafb, vesa-fb-tng). Essa opção é suportada por GRUB. O valor padrão é texto para o boot do tipo MBR, ou "640x480" para um boot do tipo UEFI.

O valor em display :: background define a imagem gráfica exibida em tempo de boot. O arquivo deve residir em /boot. São aceitos os padrões jpg, png e tga. Esse valor somente é suportado por GRUB. O padrão é nenhum.

O valor em display :: font define uma fonte de caracteres utilizadas para exibir as letras do bootloader. O único valor disponível é unifont.pf2 instalado, por padrão, quando GRUB é instalado em Funtoo. Se esse arquivo não for localizado em /boot/grub ele deve ser copiado de /usr/share/grub/fonts, se houver. Somente GRUB pode utilizar essa opção e somente se o valor de gfxmode for definido.

A seção COLOR

Somente GRUB pode suportar cores.

O valor em color :: normal define as cores em fg/bg. Os valores padrão são cyan/blue. Dica: Quando uma imagem é definida em background o valor padrão da cor bg é black.

O valor em color :: highlight define as cores brilhantes para o menu no formato fg/bg. Os valores padrão são blue/cyan.

Leia também: boot-update(8), genkernel(8)

Esse manual é documentação livre.

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Páginas do artigo
   1. /etc/boot.conf
   2. Seções
   3. Parâmetros
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Comentários
[1] Comentário enviado por removido em 12/02/2016 - 23:30h

Essa configuração de boot é quase tão simples quanto a do LILO.
Não conhecia.

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http://24.media.tumblr.com/tumblr_m62bwpSi291qdlh1io1_250.gif

# apt-get purge systemd (não é prá digitar isso!)

Encryption works. Properly implemented strong crypto systems are one of the few things that you can rely on. Unfortunately, endpoint security is so terrifically weak that NSA can frequently find ways around it. — Edward Snowden


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