Um segundo dogma bastante comum em "usuários jurássicos" de sistemas baseados em
Linux, é o de acreditar que, se é fácil para ele, então é fácil para os outros.
Precisamos entender, de uma vez por todas, a complexidade e a individualidade de cada um, pessoas diferentes têm formações diferentes, capacidades diferentes e, principalmente, interesses diferentes. A trajetória de aprendizado tecnológico de cada um, tem influência direta no conteúdo assimilado.
Quem precisou aprender a utilizar o computador porque a empresa que trabalhava se desfez de suas máquinas de escrever, ou por que a empresa informatizou o sistema de guarda-livros (contabilidade), provavelmente foi forçado a aprender alguma coisa daquelas novas máquinas, para manter seu emprego.
Quem fez um curso de computação para colocar no currículo, já que era a tendência do mercado de trabalho, teoricamente também foi forçado, mas dessa vez, ao invés de aprender para não perder, se viu na situação de aprender para conseguir.
Essas duas experiências de aprendizado fatalmente produzem usuários resistentes à mudanças, às novas tecnologias, ao novo. É comum que essas pessoas não tenham nenhum interesse em se manter atualizadas. Tragicamente, toda vez que apresentamos um novo recurso, uma nova forma de trazer às pessoas essas experiências, ouvimos frases como "EU SEMPRE FIZ ASSIM."
Quem, assim como eu, se encantou desde o primeiro momento com computadores, aprendeu informática por vontade própria? Vivemos em busca do constante aprimoramento do conhecimento tecnológico. Outras pessoas iniciaram o aprendizado de forma imposta, como os primeiros exemplos mas, se viram diante de um mundo infinito de oportunidades e de opções.
Pessoas que utilizam informática no seu dia a dia, ou porque gostam, ou porque entendem que é preciso evoluir, à medida em que os recursos da ferramenta se esgotam, acabam por esbarrar em dúvidas cada vez refinadas do ponto de vista técnico e, consequentemente, aprendem cada vez mais.
Ainda há aqueles que usam o computador somente para tarefas essenciais (para eles): Facebook, YouTube e E-mail. Para esses, o terminal é uma tela de hackers! São potenciais usuários Linux, visto que podem perfeitamente viver sem o terminal, já que a maioria das interfaces atualmente são amigáveis e intuitivas.
Em suma, o que é mais fácil para uma pessoa, pode ser complicado para outra e vice-versa. Mesmo sendo fácil, alguns não têm o menor interesse em aprender, já que o time está ganhando e a estagnação garante sua sobrevivência, pelo menos por enquanto. O fácil e o difícil, são relativos.
Os usuários dos primeiros exemplos, principalmente os legados de Windows, querem clicar e usar e, de preferência, da forma mais fácil possível. Se mudar a co' do ícone, já não é a mesma coisa pra eles. Já fica mais difícil, é uma coisa nova pra aprender.
Os usuários dos últimos exemplos, em alguns casos, nem se dão conta de qual é o sistema operacional, visto que o uso deles se concentra em um navegador de internet. Acredite, eles são a grande maioria.