O processo de instalação do
Arch Linux chama muito a atenção devido à imagem que foi construída na mente de muitas pessoas, que considera a instalação como difícil e manual. Comparada com outras distribuições, como o Ubuntu ou o Fedora, a instalação do Arch poderia até se enquadrar nessas duas características, já que a forma como a distribuição de Judd Vinet é instalada é feita mediante a utilização de comandos ao invés de um instalador gráfico e o usuário dispõe de maior controle sobre o que está sendo realizado, em outras palavras, a instalação é menos automatizada.
O Arch está vinculado à filosofia KISS, que significa Keep It Simple Stupid, um pensamento, que não se restringe apenas ao mundo da computação, que defende que as coisas devem ser feitas com o maior minimalismo possível. Sua instalação segue esse mesmo princípio.
A imagem de instalação pode ser obtida em
archlinux.org/download, um site onde estarão diversos mirrors de diversos países disponíveis para download da ISO. A ISO também pode ser baixada através de torrent.
As imagens são lançadas de mês e mês e possuem consigo pacotes mais recentes, como versões de kernel e de shell, para serem usados em modo Live, que será explicado abaixo. Apesar disso, praticamente uma imagem do Arch Linux de qualquer época será suficiente para instalação da distribuição, e o sistema estará atualizado depois de instalado.
Por ser rolling release, o Arch não lança versões regulares da distribuição, como o Ubuntu e o Debian, que possuem versões como o Ubuntu 18.04 e o Debian 9. O sistema, uma vez instalado, é atualizado sozinho. Se o Arch foi instalado em 2011, por exemplo, ele pode ser mantido praticamente para sempre, bastando apenas ir atualizando o sistema operacional com:
# pacman -Syu
Assim que for bootada a ISO, uma tela aparecerá, possibilitando aos usuários algumas opções. Dependendo do uso ou não do UEFI, a tela será diferente para os usuários.
Assim que essa tela aparecer, pressione ENTER, e o sistema começará a ser carregado:
Quando o sistema estiver carregado, o usuário será direcionado a um shell onde poderá executar os comandos que quiser, estando em um modo conhecido como Live. Esse modo ocorre quando o sistema operacional não está instalado no disco de um computador, mas é carregado pela memória RAM, permitindo a sua utilização sem que interfira nos SOs já instalados em disco.
Significa dizer que é possível executar tarefas nada condizentes com a instalação da distribuição, como jogar um jogo, editar textos e navegar na internet, porém os dados serão perdidos caso o sistema seja encerrado e, por sua memória RAM estar alocando os dados que estão sendo trabalhados pelo usuário em endereços de memória, caso o usuário faça uma utilização "radical", ela pode ficar sem espaço disponível para trabalhar com mais programas.
Apesar de tudo isso, a imagem foi desenvolvida pensando em instalar o Arch Linux no disco de seu computador.
Por padrão, o shell da Live é o ZSH, mas quando o Arch estiver instalado, será o Bash o shell padrão de seu sistema.
Caso deseje usar o ZSH, siga o seguinte tutorial:
Vamos aos passos para a instalação do Arch Linux:
1) Escolha o layout de teclado. Ele não será necessariamente o que será utilizado em seu sistema instalado, é apenas o layout do teclado da Live. É útil já defini-lo inicialmente pois diversos comandos serão digitados, e para isso, o teclado deverá estar com o mapa correto.
Por padrão, o Arch usa o layout americano, mas para usar o brasileiro (teclado com ç, ~, ´, ^ etc), use o comando:
# loadkeys br-abnt2
2) Conecte-se na internet. Se usar wi-fi, use o comando wifi-menu e selecione, na interface dialog que surgir, a rede desejada. Depois, insira a senha da mesma caso possua.
3) Teste a internet. Você pode usar:
# ping -c3 8.8.8.8 #DNS do Google
Ou:
# ping -c3 www.vivaolinux.com.br
Caso sejam obtidas mensagens como "Network is unreachable", significa que seus pacotes não conseguirão chegar até o servidor, ou seja, você não possui conexão à internet.
4) Particione o disco. Você é livre para definir o particionamento da maneira que for mais conveniente, e terá à sua disposição ferramentas como
fdisk,
cfdisk,
gdisk,
cgdisk e
parted, que podem ser acessadas digitando esses nomes.
Fdisk é uma ferramenta tradicional e funcional, cfdisk é o fdisk com interface curses, gdisk e cgdisk essas duas interfaces respectivamente melhoradas e destinadas a GPT e parted é a ferramenta GNU de particionamento que deu origem ao famoso GParted.
Caso sinta dificuldades ao usar as ferramentas, use opções como -h e --help e os manuais dos comandos usando "man nomedocomando".
Se tiver medo, fique tranquilo: as mudanças em disco só irão ocorrer caso você "diga" aos programas para escrever mudanças em disco!
5) Formate as partições e monte-as. O comando para formatar é:
# mkfs.nomedofilesystem /dev/partição
Por ext4 ser o formato mais usado para sistema Linux, o "nomedofilesystem" será substituído e o comando será:
# mkfs.ext4 /dev/partição
Substituindo "partição" pela sua partição, que pode, por exemplo, ser /dev/sda1, mas depende da quantidade de discos conectados no computador e de como foi feito o particionamento.
Para swap, use os comandos:
# mkswap /dev/partição
# swapon /dev/partição
Para montar as partições, use o comando mount seguido da partição e depois de um parâmetro. Se for montar o / (sistema), use:
# mount /dev/partição /mnt
Se for /boot:
# mount /dev/partição /mnt/boot
/home:
# mount /dev/partição /mnt/home
Mas lembre-se criar as pastas /mnt/home e /mnt/boot com o comando mkdir. Partição swap não precisa ser montada.
6) Rode o comando:
# pacstrap /mnt base
Os pacotes básicos do sistema serão instalados na partição / com o gerenciador de pacotes Pacman. Essa é a mais parte mais demorada da instalação.
7) Gere o arquivo /etc/fstab, importante para montagem das partições do sistema. Use o comando:
# genfstab -p /mnt >> /mnt/etc/fstab
Em seguida, faça o chroot usando o comando:
# arch-chroot /mnt
Agora, siga para a próxima página do artigo.