Vamos ver agora o passo a passo para a instalação do Arch
Linux e claro com uso do LVM e Luks para tal.
Teclado
O primeiro passo para você se sentir confortável por toda a instalação, já que se trata de um processo modo texto, é ter o teclado devidamente configurado. Para isso, basta executar:
# loadkeys br-abnt2
Se o teu teclado tem um outro formato, você pode ver os pamas no diretório */usr/share/kbd/keymaps/*.
Internet
Vamos precisar da internet para fazer instalação dos pacotes ou para qualquer outra coisa que queira - como por exemplo: utilizar um script de instalação vindo do Github. :)
Para tal, basta executar o wifi-menu, selecionar a rede e colocar a senha:
# wifi-menu
Preparação dos Discos
Você pode utilizar qualquer programa para criar as partições da forma que quiser. Eu recomendo o
cfdisk, mas fica à sua escolha.
Aqui vamos precisar apenas nos atentar algumas coisas:
- Não se deve criptografar o */boot*, senão o sistema não iniciaria;
- A partição de /boot vou utilizar com ext3, fica a seu critério. E deve ser marcada como bootável;
- A partição a ser utilizada pelo LVM tem de ter a flag "Linux LVM", ou se facilitar, o código 8e.
Pronto. Basicamente é isso. O esquema que escolhi fazer para mim foi o seguinte:
/dev/sda1 200MB ext3 (vai ser utilizada para o boot)
/dev/sda2 (restante) Linux LVM (vamos separar aqui /, /home e swap)
Encriptação
Antes de mais nada, vamos precisar carregar o módulo para utilizar o Luks:
# modprobe dm-crypt
E então vamos criptografar. Vou utilizar AES 512 para tal. Mas claro, fica a seu critério. Com intensão de não prolongar tanto, deixo com você para olhar as opções na *man pages* caso queira mudar:
# cryptsetup -c aes-xts-plain64 -y -s 512 luksFormat /dev/sda2
Depois de criptografado (note o
luksFormat) vamos precisar abrir o disco para ser utilizado e preparado com o LVM para então formatá-los e todo o restante.
# cryptsetup luksOpen /dev/sda2 lvm
Vai estar disponível então em
/dev/mapper/lvm.
Configurando LVM
Agora cabe a breve explicação que citei na seção sobre LVM. Ele trabalha com alguns conceitos interessantes, que são os PV (Physical Volume), VG (Volume Group) e LV (Logical Volume). Vamos entender melhor!
Você precisará dizer ao LVM qual dispositivo ele vai poder utilizar para fazer a abstração hardware-software. Esses são os PV, ou physical volume (volumes físicos). Vamos criando logo:
# pvcreate /dev/mapper/lvm
Perceba que é o endereço dito mais acima, onde o disco está disponível para uso após abri-lo com Luks.
O VG ou grupo de volumes (Volume Group) vai ser responsável por agrupar volumes físicos, deixando disponível para criação das partições maiores que o tamanho dos discos físicos:
# vgcreate main /dev/mapper/lvm
Dei o nome "main" ao grupo por convenção, mas como sempre alerto aqui, fica a teu critério.
LV ou volumes lógicos (Logical Volume) é, portanto, as partições lógicas criadas pelo LVM. Será nelas que as interações do kernel vão ocorrer e não mais diretamente no hardware. Esse é o trabalho do LVM.
Tudo que precisará ser decidido é o tamanho das partições que deseja ter. Eu fiz o seguinte esquema:
/ 20G
swap 6G
/home restante
Se vai seguir a mesma configuração, os comandos ficam assim:
# lvcreate -L 20GB -n root main
# lvcreate -L 8GB -n swap main
# lvcreate -l 100%FREE -n home main
Para ter melhor ideia dos wildcars disponíveis, veja a "man pages".
Formatação
Aqui já volta a ponto comum de qualquer instalação Arch. O que vai mudar é o endereço dos dispositivos:
# mkfs.ext4 /dev/mapper/main-root
# mkfs.ext4 /dev/mapper/main-home
E a criação da swap:
# mkswap /dev/mapper/main-swap
Montagem
Vamos então montar os discos para prosseguir com a instalação:
# mount /dev/mapper/main-root /mnt
# mkdir /mnt/boot
# mount /dev/sda1 /mnt/boot
# mkdir /mnt/home
# mount /dev/mapper/main-home /mnt/home
Note bem como está organizado, com /, /boot e /home separados.
Instalação
Agora é instalar o sistema base:
# pacstrap /mnt base base-devel
O Grub, a primeira parte, claro:
# pacstrap /mnt grub-bios
E gerar o fstab para "automatizar" a montagem das partições:
# genfstab -p -U /mnt > /mnt/etc/fstab
Chroot
É o processo de mudar a raiz atual (do pendrive, CD, DVD, whatever) para a instalação recente. Basta fazer o seguinte:
# arch-chroot /mnt
Vale ressaltar que se após você fizer a instalação, precisar utilizar novamente o pendrive para fazer alguma modificação no sistema, os únicos passos que precisará seguir é abrir o volume com Luks, montá-lo e fazer o chroot.