Agora chega a hora do vamos ver. Depois de todo aquele trabalho para configurar a máquina principal (que nesse exemplo se chama aquario1), vamos ver como ficou o processo para instalar a máquina aquario2.
Primeiro instalei o sistema básico Debian-BR-CDD, lembrando de utilizar o mesmo esquema de particionamento e utilizando as mesmas opções gerais, além de, é claro, não instalar nenhum pacote do CD, tudo da mesma forma como foi feito na máquina principal.
Depois do sistema básico instalado, estava com a tela de login. Loguei como root, e a primeira coisa a ser feita foi editar o /etc/apt/sources.list, adicionando o endereço de um mirror:
# nano /etc/apt/sources.list
deb http://linux.iq.usp.br/debian unstable main
Depois, atualizando o apt e instalando os serviços de NFS:
# apt-get update
# apt-get install portmap nfs-common nfs-user-server
Em seguida, abri o arquivo /etc/hosts e adicionei o endereço da máquina principal, para poder acessá-la via NFS:
# nano /etc/hosts
127.0.0.1 localhost.localdomain localhost
192.168.1.2 aquario1.maria.br aquario1
192.168.1.3 aquario2.maria.br aquario2
Por fim, era só acessar a máquina principal, copiar os arquivos e iniciar o processo de instalação através do script 'sistema-instalar':
# mount -t aquario1:/home/configs /tmp
# cp -vrp /tmp/* /
# umount /tmp
# sistema-instalar
E pronto. Agora, é só acompanhar o processo de instalação, responder às caixas de diálogo e editar os arquivos que forem sendo exibidos, e ao final estará tudo configurado e o X sendo iniciado.
Para você entender, vou explicar detalhadamente o que acontece em cada um desses 4 últimos comandos:
Comando 1 --> #mount -t aquario1:/home/configs /tmp
Nesse comando, o que fiz foi montar a pasta /home/configs da máquina principal (aquario1) na pasta /tmp. Se você estiver lembrado, dentro da pasta /home/configs foram colocados todos os arquivos de configurações que são comuns para todas as máquinas, inclusive os plugins do Java, do Flash e as fontes TrueType do Windows.
Comando 2 --> #cp -vrp /tmp/* /
Aqui, pedi para copiar todos os arquivos dentro de /tmp para o pasta raiz /, incluindo os subdiretório (-r) e respeitando as permissões de arquivos (-p). O que é feito aqui é o seguinte: todos os arquivos que estão dentro de /home/configs/etc na máquina principal, são copiados para a pasta /etc da máquina local, do mesmo modo que todos os arquivos da pasta /home/configs/usr/bin da máquina principal são copiados para dentro da pasta /usr/bin da máquina local. Se você voltar no capítulo anterior, verá todos os diretórios e arquivos que serão copiados para a máquina local. Veja inclusive que o diretório /mnt figura lá, e é por isso que não montei o compartilhamento NFS na pasta /mnt, e sim na /tmp, porque a /mnt precisa estar livre para receber o conteúdo do compartilhamento /tmp/mnt/*. (Caraca, vocês devem ter ficados perdidinhos agora :P)
Importante: repare o parâmetro 'p', que usei no comando 'cp' (cp -vrp). Esse parâmetro serve para respeitar as permissões e os donos dos arquivos, e é necessário para copiar os arquivos que estão em /home/configs/home, na máquina principal. Se você não usar o parâmetro -p, todos os arquivos copiados passarão a ter como dono o root (isso na máquina local, nada acontece com os arquivos da máquina principal, de onde os arquivos são copiados), e alguns programas simplesmente não poderão mais gravar nesses arquivos (que devem ter como dono o usuário comum), causando erro na execução de alguns programas, incluindo o KDE.
Comando 3 --> #umount /tmp
Aqui é fácil né? Eu só desmontei a pasta /tmp, onde estava montado o compartilhamento /home/configs, da máquina principal. Não se pode esquecer de desmontar essa pasta, pois o KDE vai precisar gravar nela, e se ela estiver montada com o compartilhamento NFS, isso não vai ser possível e o KDE não iniciará.
Comando 4 --> #sistema-instalar
Entre os arquivos que foram copiados da máquina principal para a máquina local, está o script sistema-instalar, que foi copiado para a pasta /usr/bin. O conteúdo desse script você já viu no capítulo anterior. Agora que você já viu os processos realizados antes de rodar esse script, fica mais fácil entender porque, ao final da execução do script, o sistema fica todo instalado e configurado.