Introduzindo prazerosamente aos poucos... o shell script

"Shell Script é a linguagem de programação de alto nível interpretada pela shell". Se você não entendeu o significado da frase anterior, é bem provável que este artigo possa lhe ser útil...

[ Hits: 25.570 ]

Por: Perfil removido em 15/07/2008


Apresentação e objetivos



Shell Script: não é de comer...

Eis a pergunta primordial...

Shell Script? Que bicho é esse?

E uma resposta simples e imediata:

_ Shell Script é a linguagem de programação de alto nível interpretada pela shell.

Se a resposta não lhe foi suficiente, temos agora como missão altamente possível, descrever cada uma das partes do verbete "shell script" para que o jovem jedi que nos acompanha nesta leitura sofra menas dores de cabeça e por conseguinte seja introduzido de forma mais prazerosa no fantástico mundo da programação.

Deixando um pouco de lado este estilo de dialética maliciosa, mas já amaciando a carne usando análise extremamente superficial, podemos escrever que:

Shell Script = Shell + Script

Demasiadamente obvio :). Porém a eficácia didática desta equação seria maior se já possuíssemos em mãos alguns conceitos básicos que pretendo expor no decorrer do artigo.

Linguagens e níveis de necessidade

O que é um computador?

Uma máquina como uma chave de fenda. Apenas uma ferramenta sem vida alguma esperando para que os seres pensantes, nós humanos providos de inteligência natural (uns mais outros menos e outros nenhuma), possamos manipulá-lo para alcançarmos resultados que satisfaçam nossas necessidades.

Que necessidades seriam estas?

As necessidades de resolver problemas de nosso dia a dia (criar soluções).

Estou falando além, mas não só, do uso comum. Como por exemplo, digitar um texto num editor qualquer. Ou inserir dados numa planilha, escutar música, ler um e-book, assistir um filme, somar dois números, acessar pornografia na Internet etc. Sim, tudo isso é por demais corriqueiro. E são exatamente estas coisas e muitas outras de motivação mais científica ou complexa do que as anteriormente listadas que são a razão de programarmos computadores.

Quando programamos computadores, estamos dizendo a eles o que fazer com as informações que nele são inseridas por um usuário de um programa. Estamos de certa forma dando vida ao "ser" até então inanimado (não que você possa programar seu PC para andar pela sua casa, escritório ou quarto e ainda conversar com você - não que isso já não esteja acontecendo na mente de alguns tipos de malucos :).

Resumindo, o computador é totalmente desprovido de auto suficiência, cabe ao ser humano manipulá-lo para que seja alcançada a meta pretendida, ou seja, a resolução de um problema da forma mais rápida possível e, portanto a mais econômica. Essas são os principais motivos de programarmos computadores.

Para tal tarefa dispomos de ferramentas básicas chamadas linguagem de programação.

O que são linguagens de programação?

São um conjunto de símbolos escritos sobre determinadas regras em um arquivo texto comum (texto plano) que usualmente chamamos de código fonte ou simplesmente código. Onde devemos seguir a risca estas regras para que o computador possa entender com absoluta segurança o que nós pretendemos que ele faça por/para nós.

Essas linguagens possuem regras rígidas que não admitem forma coloquial, como na linguagem humana usual, como o sentido duplo ou artifícios gesticulares, expressões faciais (estas duas últimas, obviamente, pelo código ser escrito) etc.

Apresentam como característica principal a classificação por nível de abstração em relação ao nosso entendimento. Ou seja, a forma ou quantidade de informação entendidas imediatamente por nós humanos comuns, mas que é suficiente para que o computador entenda estas ordens de forma clara, que por não ser nenhum pouco inteligente e portanto não é dotado naturalmente de malícia (leia aqui - criatividade usada para adaptar-se a dinâmica do meio exterior) só entende zero e um (a famosa linguagem binária: bite desligado igual a zero, ligado igual a um).

Como foi dito anteriormente, quanto maior a abstração desta linguagem, mais distante da linguagem humana ela estará, logo teremos um baixo nível de entendimento imediato por nós humanos. É através deste quesito que classificamos as linguagens de programação como: de baixo nível e alto nível.

Voltando aos zeros e uns. Como foi dito, o computador só entende a linguagem do zero e um. Logo é necessário um programa que as traduza (compile) o código fonte ou o interprete. Assim temos uma nova classificação dentro de nossa explanação: linguagens compiladas e linguagens interpretadas.

    Próxima página

Páginas do artigo
   1. Apresentação e objetivos
   2. Traduzir ou reescrever é preciso...
   3. Shell: "eu sou o ator"
Outros artigos deste autor

Variety - Instalação e configuração

Instalando o modem Huawey E1556 no GNU/Linux

Cacti + Plugins (Settings, Monitor, Thold e Weathermap) - Instalação e configuração

Chkrootkit - Como determinar se o sistema está infectado com rootkit

Shell Script para WEB

Leitura recomendada

Colorindo o Shell

Monitoramento automático de logs e alertas por e-mail - Fácil e explicado

Slackware - Script de instalação de programas

expr - Definição e uso do comando

Bitwise - Escovando os bits

  
Comentários
[1] Comentário enviado por soadfrank em 15/07/2008 - 13:14h

Parabens pelo artigo.
Facil, dinamico e divertido, adorei.
Explicação simples para que qualquer anta possa entender ^^

[2] Comentário enviado por xerxeslins em 15/07/2008 - 14:13h

gostei da linguagem usada... deixou a leitura mais divertida e interessante. parabéns!

além disso era um dos artigos que eu estava precisando!

[3] Comentário enviado por grandmaster em 15/07/2008 - 15:57h

A linguagem usada facilita o entendimento da galera que não tem muita noção.

Ficou legal. Parabéns ae.

---
Renato de Castro Henriques
CobiT Foundation 4.1 Certified ID: 90391725
http://www.renato.henriques.nom.br

[4] Comentário enviado por stremer em 15/07/2008 - 18:00h

cara muito legal... só faltou um detalhe que o shell sozinho não faz tudo, para programar em shell script depende-se também do interpretador de comandos. O shell de maneira "crua" não faz quase nada...

[5] Comentário enviado por f_Candido em 15/07/2008 - 18:24h

Uma leitura leve, esclarecedora... Muito bom. Parabéns. Ficou ótimo.


Abraços

[6] Comentário enviado por Teixeira em 15/07/2008 - 19:24h

Parabéns pelo artigo.

Propositadamente incipiente, é na realidade uma boa introdução ao assunto a que se refere.

A linguagem é fácil e divertida, uma boa receita para apresentar Shell Script sem que venha a parecer um bicho-de-sete-cabeças.

Parabéns, estou aguardando ansiosamente os próximos artigos.

Um abraço.

[7] Comentário enviado por removido em 16/07/2008 - 01:19h

Primeiramente, muito obrigado por todos os comentários.
Me sinto orgulhoso de fazer parte desta comunidade e de levantar sua bandeira ácrata.

Minha intenção é introduzir não só o shell script mas conceitos relacionados ao mundo da programação computacional no decorrer da série de artigos.

Além de expor uma das minhas observações sobre uma das qualidades do GNU/Linux; o shell script é ótimo para introduzir novatos no assunto(programação em geral).

E stremer, sua dica foi anotada e com muita certeza será usada num dos próximos artigos.
Obrigado a todos!!!

[8] Comentário enviado por removido em 16/07/2008 - 01:42h

ótimo artigo e gostei da linguagem q vc usou :)

mas agora... "menas" ?!?!
peeeeeelo amor de deus hein :P

[9] Comentário enviado por removido em 16/07/2008 - 02:53h

Muito obrigado pelo comentário julf...

A palavra menas presente no texto, está relacionada (instintivamente) com sentindo de intensidade ( no gênero feminino) e numero (dores - plural) e não ao menos operador matemático de adição (masculino). Portanto, está de acordo com as regras de criação de verbetes em nossa lingua.

Porém, não reconheço seu uso nesta forma como culto, apenas como linguagem "usual" do norte do Brasil (especialmente do estado do Pará) que está presente no texto somente para dar um florete humorístico...

É uma idéia/recurso didático que costumo usar para testar a atenção e interesse dos ouvintes/leitores sem ser esnobe e ignorante ao extremo.

Podem não acreditar, mas foi proposital :P

[10] Comentário enviado por removido em 16/07/2008 - 03:09h

@/.wolferineblues
ahhh
bem q eu desconfiei disso ;)

só corrigi pq nao vi mais nenhum erro no resto do artigo, entao pensei q foi "sem querer" :P

mesmo assim, o artigo está mto bem "escrevido" :)
parabéns

[11] Comentário enviado por removido em 16/07/2008 - 03:18h


Então use o referido recurso também nos seus artigos... Mas cuidado com exageros.

[12] Comentário enviado por cybersonic em 19/09/2008 - 18:08h

huaehueahueahueaea, muito legal o artigo...

Principalmente pq to me mijando de rir até agora com alguns comentários:

"...nós humanos providos de inteligência natural (uns mais outros menos e outros nenhuma)"

esse é o melhor =]

[13] Comentário enviado por rone.martins em 11/03/2011 - 09:55h

Concordo com você que o Shell-script é uma poderosa ferramenta com recursos ilimitados, tornando-se um poderoso recurso para otimização, configuração e várias outras tarefas diárias, eu vejo o shell script como um script evoluido que você cria um script e a medida que for utilizando você aprimora aperfeiçoa, tornando mais útil e eficaz, assim este se torna um programa vivo, que cada vez mais se torna eficaz.

[14] Comentário enviado por removido em 06/08/2011 - 03:17h

@rone.martins a isso chamamos de refatoramento de código.


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts