Oferta imperdível: Linux em promoção, somente hoje!

Como seria se um dia as coisas invertessem os papéis no mundo open source. Se um dia as licenças que estão nos softwares livres fossem proibidas e as organizações que mantém o código de uma determinada distro fossem obrigadas a venderem as licenças para o uso do Linux, como no mundo do software proprietário?

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Por: Daniel Oliveira em 24/04/2009


Como seria se o Linux fosse pago?



Esses dias estava pensando como seria se um dia as coisas invertessem os papéis no mundo open source. Se um dia as licenças que estão nos softwares livres fossem proibidas e as organizações que mantém o código de uma determinada distro fossem obrigadas a vender as licenças para o uso do Linux.

Se você estivesse usando uma distro como Ubuntu teria que pagar R$ 600,00 pela licença ou se estivesse usando o Slackware tivesse que pagar R$ 700,00 por ele, será que o Linux seria tão usado ou visto como o Windows como um sistema "padrão" na maioria das estações ou não seria visto como um sistema difícil de ser usado e estaria num patamar alto no gosto dos usuários?

Certo pensamento me ocorreu em determinada aula de administração na faculdade, em que o professor citou um caso em que um empresário teria descoberto uma forma de produzir caviar de alta qualidade, mas com um custo baixíssimo ao que é vendido atualmente no mercado. Após a descoberta ele produziu muito caviar, criou sua marca e lançou ao mercado com um preço bem menos da metade do preço de varejo, e colocou em um armazém especializado em alimentos finos.

Resultado, ao estar do lado de uma marca de caviar mais cara, mas talvez de qualidade inferior, por incrível que pareça não foi bem visto pelo consumidor, e as vendas foram quase zero. O consumidor, ao comprar o caviar vendo um de preço bem menor que o concorrente, teria o pensamento que se está mais barato não presta.

Visto isso pelo empresário a sua saída foi retirar o caviar do armazém, elaborar uma nova marca e colocar novamente a venda por um preço bem mais alto que o do concorrente. Resultado: os estoques de caviar quase que imediatamente acabaram, pois devido a qualidade do produto ele foi bem aceito pelos seus consumidores de gosto refinado.

Linux: Oferta imperdível: Linux em promoção, somente hoje! Às vezes deduzimos que pelo fato do preço ser baixo ou de graça, o produto não vale nada, não tem qualidade e por isso escolhemos um mais caro julgando ser melhor.

Penso que esse tipo de julgamento também se aplica ao software livre, pois uma empresa ao implantar computadores aos seus colaboradores escolhem por meio de que o Windows, por ser pago ou por ser da Microsoft e usado pelo mundo inteiro desde os primórdios dos computadores pessoais seja melhor e que o Linux não presta, é difícil demais para ser usado ou não tem suporte caso haja algum problema.

Como diz uma frase que escutei uma vez sobre o BrOffice aqui na empresa, questionando o porque do uso do Excel, o Calc do BrOffice não servia por ser de graça, "Panela onde todo mundo mexe não funciona!".

As pragas constantes que atacam esse tipo de sistema Windows, como o conficker do dia 1° de abril, que infectou várias estações pessoais e empresariais rendendo prejuízo em tempo e dinheiro aos administradores de TI e uma grana extra a técnicos em manutenção, nas estações que rodam o sistema Linux, independente da distro, não sofreram quaisquer tipo de ataque.

Antes de colocar em sua empresa ou sua casa, avaliem com cuidado o tipo de sistema que se usará em sua estação ou servidor, pois quando um ataque de vírus ou algo assim for detectado, você gastará muito em corrigir esse incidente.

Usar Linux faz parte de um plano de sabedoria por parte de um administrador, onde uma boa quantia da receita será economizada com licenças e antivírus ao longo do tempo. O Linux não é difícil, somente aqueles que usam sabem o valor da liberdade e da funcionalidade. Só é difícil aquele que estão acostumados a empurrar o mouse e possuem uma preguiça em pensar e o pensamento de que se é pago é melhor.

Vida longa ao Linux!

A WarpCOE agradece ao VOL pelo alto teor de informação e clareza nesse maravilhoso universo open source.
   

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Comentários
[1] Comentário enviado por orionnunes em 24/04/2009 - 14:13h

"não tem suporte caso haja algum problema. "


Este eu arrisco dizer ser o MAIOR problema que o Linux enfrenta. Sou iniciante mas já estou estudando juntamente com alguns amigos técnicos também, que ao finalizarmos nossos estudos e todos estivermos com a LPI em mãos, nos especializaremos em suporte para Linux.


Vamos bater aonde as barreiras são as mais grossas, quando estas ostourarem, as pequenas não irão segurar nada.

[2] Comentário enviado por cruzeirense em 24/04/2009 - 16:14h

Achei muito interessante o artigo. A ideia de que o barato não presta realmente acontece.
Agora, queria fazer uma colocação interessante.

Pessoas deixam de comprar o caviar bom porque é muito barato.
Será que deixam de comprar o caviar caro por ser uma porcaria?

Abraços

[3] Comentário enviado por eduardo em 24/04/2009 - 17:31h

Concordo com você, em partes.

Por exemplo, se do dia pra noite acontecesse isso, acredito que não seria tão simples assim. Existem Distribuições pagas. Olhe o Red Hat e Suse, por exemplo. Mas são voltadas para servidores. E convenhamos, muito melhor um servidor linux do que um windows, para e-mails, proxy, apache, dns, etc. Bem mais seguro.

Mas discordo da parte que você diz que, os colaboradores preferem o windows por ser pago. Normalmente os empresários preferem aquilo que é de graça. O dono da empresa não entende, então para ele, quanto menos custo, maior o lucro. Logo se tu pedir para ele escolher entre um software pago e um gratuito, que fazem a mesma coisa, lógico que ele vai escolher o gratuito. Afinal, fazem a mesma coisa. Mas tudo depende. Vai valer a pena? Para pequenas empresas, é vantagem ter Windows em estações. Contratar um técnico pra dar suporte para os usuários no linux em 10 pcs sairá mais caro do que as licenças do windows. Por isso tudo depende.
Mesmo caso do excel e do calc. Se o que você quer é fazer umas continhas, umas tabelinhas e umas planilhas simples, use o calc. Mas se você precisa de uma ferramenta mais poderosa, para fazer coisas que o calc não consegue fazer e o excel consegue, então infelizmente você terá quie comprar o Office.

Entende? Tudo depende de tudo. O "colaborador" de TI tem que analisar as ferramentas que trarão maior custo/benefício para a empresa, e não a que ele acha melhor. Pra que o word se eu consigo fazer pelo wordpad, ou até pelo bloco de notas? Essas coisas devem ser analisadas.

Ramo de alimentos é uma coisa, informática é completamente diferente. Na informática você sabe o que tal coisa vai fazer e o que ela precisa para funcionar. Se o carinha do caviar vendêsse placas de vídeo, e nas especificações, ele demonstrasse que a placa era equivalente a outra da ati ou da nvidia, mas com a metade do valor, certamente iriam comprar. Afinal, você sabe o que ela têm e do que é capaz.

Mas seu artigo está bom e bastante pertinente, mas quis expressar minha opinião.


Abraços

[4] Comentário enviado por Teixeira em 24/04/2009 - 19:38h

Gostei do artigo, mas concordo com o colega thedrummer.

Já existe "Linux pago" há bastante tempo, bem como alternativas pagas ao pacote "Office" predominante no mercado.

Eu mesmo já cheguei a utilizar o Star Office 5.1 (da Sun Microsystems) junto com o Windows 95. Achei leve e excelente, e talvez o único senão seja a utilização do Português Europeu (ainda tem gente por aqui que não sabe o que é um "ficheiro", ou um "ecrã", ou o que seja "aceder a ficheiros", e ainda acha estranho o "arrastar e largar").

Soube posteriormente que a versão seguinte já era paga, coisa de R$ 150,00. Esse valor é apenas uma fração do preço de pacote MS. E valia a pena pagar esses R$ 150,00, assim como valia a pena pagar pela Quattro Pro, pela Lotus 1-2-3, etc.

Culturalmente falando, as pessoas estão acostumadas aos produtos da Microsoft porque de alguma forma eles já vêm com o hardware, e não porque tiveram de exercer uma escolha da qual resultou a sua aquisição.

E se o produto da MS é "suficiente", "bom" ou até mesmo "excelente", fato agravado por não conhecermos as demais alternativas - sejam pagas ou não - é justo e natural que os usuários não se desfaçam desse produto. Não teria sentido algum.
Para usuários iniciantes, QUALQUER planilha serve.
Para os de nivel mais avançado, principalmente os que se utilizam de macros, realmente a Excel é incomparável.

No entanto, os que realmente CONHECEM as opções, são fiéis usuários de Apple (hardware e software) e também de "open source software", além dos produtos da MS (igualmente hardware - excelente e pouco comentado - e software).

Esse terceiro caso é mais raro, pessoas que escolheram Microsoft "a dedo", debaixo de uma ponderação bastante criteriosa.

Hoje em dia temos de ter bastante cuidado com nossas afirmações e com nossas atitudes, para que o preconceito não nos venha a pregar peças.

O "manda-chuva" da Ford americana demitiu o Lee Iacocca porque "não ia com a cara dele". Aí o Iacocca foi para a Chrysler, que andava muito mal das pernas, e colocou-a de pé, ao mesmo tempo em que a Ford passou a perder mercado e a amargar pesados prejuizos.

Sempre haverá usuários para todos os niveis de comercialização. Cada produto tem o seu "nicho" próprio, e cada um se exprime com bastante notoriedade em seu domínio.


[5] Comentário enviado por elgio em 24/04/2009 - 20:25h

Artigo interessante, principalmente pela criatividade no título.

Porém há de se deixar sempre claro que SER GRATUITO não é e nunca FOI o objetivo do software livre. PASMEM, não não tem uma única linha sequer na GPL que fale em dinheiro.

Eu posso, pergunto, pegar o kernel, incluir uma mega atualização que eu fiz e vender ele por R$ 1000,00? A GPL me permite? SIM, permite. Software livre é disponibilizar os fontes. Se eu fizer isto (e achar alguém que pague) ao vender o meu kernel tenho que dar os fontes.

Software livre não tem nada a ver com gratuíto!

[6] Comentário enviado por juliofsn em 24/04/2009 - 22:16h

"Eu posso, pergunto, pegar o kernel, incluir uma mega atualização que eu fiz e vender ele por R$ 1000,00? A GPL me permite? SIM, permite. Software livre é disponibilizar os fontes. Se eu fizer isto (e achar alguém que pague) ao vender o meu kernel tenho que dar os fontes."

E o que impede de outra pessoa pegar esse kernel, mudar o nome e disponibilizar pra alguém (Iceweasel?!)? Não tem jeito, a GPL não obriga, mas praticamente força a gratuidade. Mas essa gratuidade só existe se você pensar no software pura e simples.

A adoção de Linux tem que ser uma decisão estratégica de uma empresa. Colocando as despesas no lápis adotar Linux sai tão caro quanto qualquer outra plataforma em custos de suporte, treinamento, queda de produtividade no período de adoção...
As vantagens são principalmente o bom desempenho como servidor, a liberdade de fornecedores, alto grau de personalização.
Isso que deve ser levado em conta, não a gratuidade.

[7] Comentário enviado por xymor em 25/04/2009 - 12:34h

"E o que impede de outra pessoa pegar esse kernel, mudar o nome e disponibilizar pra alguém (Iceweasel?!)? Não tem jeito, a GPL não obriga, mas praticamente força a gratuidade. Mas essa gratuidade só existe se você pensar no software pura e simples."

A licença te obriga a distribuir o fonte, nada mais. Se você baixar o fonte do software de R$1000, compilar, mudar o nome e cobrar R$100.000 ou R$0 você pode (contanto que não infrinja o trademark, etc). GPL não força a gratuidade, força(viralmente) a transparência pela disponibilização dos fontes.

-Raphael Miranda

[8] Comentário enviado por lcnrj em 25/04/2009 - 13:15h

Concordo com o thedrummer.

[9] Comentário enviado por juliofsn em 25/04/2009 - 15:04h

"A licença te obriga a distribuir o fonte, nada mais. Se você baixar o fonte do software de R$1000, compilar, mudar o nome e cobrar R$100.000 ou R$0 você pode (contanto que não infrinja o trademark, etc). GPL não força a gratuidade, força(viralmente) a transparência pela disponibilização dos fontes."

E é exatamente dessa transparência que eu estou falando, um bom software livre pago, acaba se tornando gratuito alguma hora, pela própria possibilidade que a disponibilização dos fontes te dá. Você está pensando de uma forma muito teórica, na vida prática é isso que eu falei que acontece. Por isso acho que um plano de negócios em software livre, deve focar mais em serviços e infra-estrutura.

[10] Comentário enviado por riesdra em 25/04/2009 - 21:57h

Olha não podemos negar que há um certo pré conceito das pessoas quanto a isto sim, e podemos ver isto acontecer com memórias, processadores, impressoras e assim vai. Mas aos poucos estes produtos mais baratos e que tem qualidade, vem ganhando mercado, e o mesmo acontece com os softwares open source, que aos poucos vem ganhando reconhecimento no mercado.

[11] Comentário enviado por thiagopriest em 27/04/2009 - 07:36h

Parace que vcs não conhecem o Stallman!
hahaha
Ele caçaria tudo mundo até descobrir quem teve a idéia.


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