PNL para Hacking

Nesse artigo procuraremos compreender um pouco melhor o que é o termo PNL, tão largamente difundido nos dias de hoje nos círculos de terapeutas, cuidadores de pessoas, palestrantes motivacionais e coaches. No entanto, veremos essas técnicas e conceitos sob a ótica hacker e como empregá-las para o hacking.

[ Hits: 27.631 ]

Por: Luiz Vieira em 17/04/2009 | Blog: http://hackproofing.blogspot.com/


Introdução



O termo Programação Neurolinguística, abreviado para PNL, é composto por três partes que dizem muito sobre suas possíveis utilizações e estrutura. Vamos a elas:
  • Programação - refere-se à maneira como organizamos nossas idéias e ações a fim de produzir resultados. A PNL trata da estrutura da experiência humana subjetiva, de como organizamos o que vemos através dos nossos sentidos. Também examina a forma como descrevemos isso através da linguagem e como agimos, intencionalmente ou não, para produzir resultados.
  • Neuro - essa parte da PNL reconhece a idéia fundamental de que todos os comportamentos nascem dos processos neurológicos da visão, audição, olfato, paladar, tato e sensação. Percebemos o mundo através dos cinco sentidos. "Compreendemos" a informação e depois agimos. Nossa neurologia inclui não apenas os processos mentais invisíveis, mas também as reações fisiológicas a idéias e acontecimentos. Uns refletem os outros no nível físico. Corpo e mente formam uma unidade inseparável, um ser humano.
  • Linguística - indica que usamos a linguagem para ordenar nossos pensamentos e comportamentos e nos comunicarmos com os outros.

Mas, resumindo, o que quer dizer Programação Neurolinguística?

Pergunta complexa, que requer uma resposta um pouco mais elaborada do que seria permitido em poucas linhas. Mas vamos à essa tarefa espinhosa...

Segundo Bandler, um dos criadores da PNL, ela é:

"O ESTUDO DA ESTRUTURA DA EXPERIÊNCIA SUBJETIVA DO SER HUMANO E O QUE PODE SER FEITO COM ELA."

De uma forma mais simplificada e explicada:

"PNL É O ESTUDO DE COMO REPRESENTAMOS A REALIDADE EM NOSSAS MENTES E DE COMO PODEMOS PERCEBER, DESCOBRIR E ALTERAR ESTA REPRESENTAÇÃO PARA ATINGIRMOS RESULTADOS DESEJADOS."
Getúlio Barnasque

Surgimento da PNL

Na década de 70, um cara chamado Richard Bandler, estudante de matemática da Universidade da Califórnia, passava a maior do tempo estudando informática nos laboratórios da faculdade, procurando entender como os computadores funcionavam.

Nesse meio tempo ele descobriu como era a lógica dos computadores e criava programas que poderiam produzir monografias sobre qualquer assunto, bastando que a pessoa introduzisse alguns termos técnicos no programa (vinculado ao assunto sobre o qual queria a monografia), que o programa produzia um texto final, bem estruturado, que passaria tranquilamente pela banca examinadora de qualquer curso. Com isso ele acabou ganhando algum dinheiro de seus colegas de faculdade.

Depois de um tempo ele conseguiu uma bolsa de estágio com um professor do Instituto de Psicologia da UCLA, catalogando as fitas de seminários ministrados por Fritz Perls, criador da Gestalt Terapia, uma técnica terapêutica, revolucionária para a época, que obtia resultados rápidos e duradouros com a maioria dos pacientes.

Bandler, assistindo essas fitas de seminários de F. Perls, conseguiu entender a lógica do processo criado e aplicado por Perls com cada paciente. Dessa forma, ele estruturou o discurso de Perls, descobrindo como trabalhava e de que forma conseguia os resultados tão fantásticos para a época.

A partir daí Bandler descobriu que todos temos uma Estrutura Profunda e uma Estrutura Superficial. A primeira diz respeito ao nosso comportamento e aquilo que dizemos; sendo que a segunda corresponde às nossas crenças, valores, conceitos e como funcionamos internamente, estando até mesmo vinculado ao nosso inconsciente.

Bandler simplesmente descobriu a Estrutura Profunda por trás da Estrutura Superficial presente no trabalho de Fritz Perls e decodificou isso de forma que qualquer pessoa, inclusive ele, conseguisse alcançar os mesmos resultados, ou até mesmo melhores, simplesmente aplicando os mesmo princípios existentes na E.P. do criador da técnica.

Enquanto fazia essas descobertas, Bandler criou um grupo na UCLA, uma vez por semana a noite, com o consentimento de seu professor para quem trabalhava catalogando as fitas VHS, onde aplicava as técnicas criadas por Perls em voluntários que buscavam tratamento terapêutico. Mas isso só acontece mesmo lá fora, por enquanto... Quem permitiria dentro de uma Universidade brasileira um matemático fazer terapia com voluntários? Ainda mais, quem aceitaria que esse matemático conseguiria obter resultados iguais ou melhores do que o criador da técnica? Bem, mas isso aconteceu. E isso só mostra-nos o quanto as pessoas são preconceituosas e possuem crenças e pensamentos limitados...

Para imitar o Dr. Perls, Bandler chegou a deixar crescer a barba, fumar um cigarro atrás do outro e falar inglês com sotaque alemão. Com esse projeto, acabou ganhando nome e conheceu um professor de lingüística da mesma Universidade, de nome John Grinder.

A carreira de John Grinder era tão singular quanto de Richard. Sua capacidade para aprender línguas rapidamente, adquirir sotaques e assimilar comportamentos tinha sido aprimorada na Força Especial do Exército Americano na Europa nos anos 60 e depois quando membro dos serviços de inteligência em operação na Europa. O interesse de John pela psicologia alinhava-se com o objetivo básico da lingüística - revelar a gramática oculta de pensamento e ação.

Descobrindo a semelhança de seus interesses, eles decidiram combinar os respectivos conhecimentos de computação e lingüística, junto com a habilidade para copiar comportamentos não-verbais, com o intuito de desenvolver uma "linguagem de mudança".

Trabalhando juntos, desenvolveram a Modelagem da Excelência Humana, deixando bem claro que qualquer comportamento, seja ele qual for, pode ser reproduzido por qualquer pessoa que aplique à si mesma a Estrutura Profunda inerente ao mesmo. Isso levou-os a dissecar o trabalhos de mais dois gigantes da área terapêutica, e grandes conhecedores da mente humana: Virginia Satir (criadora da Terapia Familiar) e Milton Erickson (criador da Hipnose Ericksoniana). O estudo do trabalho desses dois profissionais, permitiu que outras pessoas reproduzissem os resultados que ambos alcançavam em consultório, após entender como seus métodos funcionavam e o que estava por detrás de seus comportamentos como terapeutas, no trato com os pacientes.

Essa digressão sobre a origem da PNL e seus criadores, foi necessária apenas para entendermos qual seu objetivo inicial e como, nós mesmos, podemos aplicá-la em nosso dia-a-dia para entendermos melhor o outro e melhorarmos nossas capacidades, além de aprender capacidades novas para nosso crescimento.

Um livro que indico à todos que queiram entender um pouco do trabalho inicial de ambos, que trabalha com a linguística é "A Estrutura da Magia", de Richard Bandler e John Grinder.

    Próxima página

Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Rapport
   3. Modelagem da Excelência Humana
Outros artigos deste autor

Linux no Pendrive

Race Condition

Cheops: uma ótima ferramenta de rede

Metasploit Framework

A Arte de HACKEAR Pessoas

Leitura recomendada

Recebendo notificações do Nagios via Jabber

VMWare no Ubuntu passo a passo

Menu de Aplicativos do Window Maker

Soluções: open source ou proprietária? Salada mista!

Editor de textos / IDE Geany

  
Comentários
[1] Comentário enviado por orionnunes em 17/04/2009 - 09:07h

Adorei , a forma de unir as coisas que mais gosto!

Tecnologia e a mente humana... O final para isso não importa, mas sim a união dos dois, vou procurar mais materiais sobre , é fascinante!!

[2] Comentário enviado por QuestLoder em 17/04/2009 - 09:35h

Show de bola.....

Gostei muito do artigo....Parabens






[3] Comentário enviado por fabiobarby em 17/04/2009 - 14:16h

Cara... d+!!!!

Muito interessante isso!

Criss Angel sabe lidar bem com isso... hehe

[4] Comentário enviado por M.Bittencourt em 17/04/2009 - 15:02h

Excelente artigo.

Se puder... mande algumas fontes pra quem se interessou pelo assunto.

[5] Comentário enviado por renato.leite em 17/04/2009 - 15:45h

Parabéns, otimo artigo.....

[6] Comentário enviado por demoncyber em 17/04/2009 - 17:56h

Ótimo artigo =)!!!!

Com certeza lerei um pouco mais sobre estes autorese sobre a PNL

Abraços

[7] Comentário enviado por VonNaturAustreVe em 17/04/2009 - 22:48h

"engenharia social por que não existe patch para a ignorância humana "

PNL é muito interessante não somente para o hacking mais para a vida real,ajuda bastante a entender muitas ações das pessoas.

[]'s

[8] Comentário enviado por oreilsom em 18/04/2009 - 17:40h

Luiz,
Gosto de PNL e considero seu artigo um marco na História, he he he.
Algo tão útil para a comunicação humana não poderia entrar (ou retornar) para o meio da informática por um caminho melhor que este... o underground.

[9] Comentário enviado por jimitogni em 18/04/2009 - 20:15h

muito loco esse artigo
parabens

[10] Comentário enviado por luizvieira em 18/04/2009 - 22:30h

Pessoal, agradeço pela boa receptividade ao artigo, pois fiquei temeroso do tema PNL não ser muito bem aceito aqui na comunidade. Que bom que eu estava errado :-)

Para quem quiser pesquisar um pouco mais e aprofundar-se, através de artigos, indicações de livro e etc, pode acessar esse site: http://www.golfinho.com.br/

Em breve publicarei um novo artigo mais especificamente sobre engenharia social (a resenha de um livro, mais alguns adendos meus) e abordarei novamente o tema PNL. Aguardem...

[ ]'s

[11] Comentário enviado por cytron em 19/04/2009 - 02:30h

Legal! Sempre utilizo esta técnica, agora vejo que já é documentada kkkkk, essa tal PNL quando bem desenvolvida tem grande poder. É uma ótima armadilha para a "presa".

[12] Comentário enviado por teixeira em 20/04/2009 - 06:54h

Ótimo artigo, e que demonstra que a tecnologia da informação está sempre muito próxima das demais ciências, seja de que cunho forem.
Li também há muitos anos atrás - e não me lembro onde - um texto bastante extenso com o título "A hemoestase e a Teoria dos Jogos", onde fica bastante clara essa relação que, à primeira vista, parece não ter nada a ver, mas que está intimamente relacionada.
Já trabalhei fazendo manutenção de software escrito por terceiros (em Assembly SL-3) e tinha constantemente que "entrar no pensamento" do autor para poder me situar dentro daqueles códigos na maioria das vezes propositadamente emaranhados.
Resumidamente, um programador Assembly daquela época tinha os seguintes procedimentos:
1- Definir a lógica do programa;
2- Determinar onde ficaria cada coisa dentro do programa;
3- Disfarçar o código para dificultar a sua interpretação por parte de terceiros.
Como a programação em Assembly é notadamente linear, percebe-se que esse terceiro ítem era evidentemente para dificultar o acesso ou intervenção de terceiros naquele programa, na tentativa de torná-lo exclusivo, inatingível, inalcançável. O intuito era de manter o cliente sempre fiel ao próprio desenvolvedor, garantido dessa forma a "perpétua" fidelidade do cliente, pois pensava-se que assim somente ele - o desenvolvedor - poderia entender, modificar, adaptar, melhorar o código.
O interessante é que, quanto mais se tentava disfarçar, mais evidente se tornava esse disfarce, pois o ser humano tende a repetir-se.
(O homem é praticamente incapaz de criar uma sequência randômica espontânea, pois ele sempre tenderá cair em um círculo vicioso).
E no tocante a raízes randômicas geradas por computador, também notamos que algumas linguagens as implementam de forma imperfeita, pois essa randomicidade forma na realidade enormes blocos que infalivelmente se repetem.
Parabéns!

[13] Comentário enviado por valterrezendeeng em 20/04/2009 - 11:35h

Parabens !!!!!!


Excelente o Artigo.

Isto é um aprendizado para a vida, o codidiano e etc.

Pode-se conseguir melhores resultados em diversas atividades na vida...

Gostaria de aprender mais, muito mais...


Parabens e continue postando!!!!

Um grande Abraço

[14] Comentário enviado por giaco em 29/04/2009 - 08:14h

Fascinante!

[15] Comentário enviado por thiago_program em 03/05/2009 - 18:11h

Como sempre, os seus artigos vão além da computação.

Parabens.

[16] Comentário enviado por caarlos0 em 04/05/2009 - 20:36h

isso também pode vir a ser útil em baladas (com as girls, haha), passar migué em professores, etc.. ?
aeuiheaiuheaiueahiu

[17] Comentário enviado por dekaos em 10/06/2009 - 14:28h

Olá pessoal, PNL é algo realmente útil em qualquer área, eu já fiz alguns treinamentos com PNL e como programador de computadores já estou

indo mais longe com isso tudo.

Deixo ai o site da pessoa mais power que conheço no assunto www.sirleygonzalez.com.br , e que também é amante de software livre. ;)

[18] Comentário enviado por Zaraki em 21/12/2011 - 01:45h

Excelente artigo

[19] Comentário enviado por marcio_paim em 14/02/2012 - 19:53h

Excelente artigo! Realmente não esperava encontrar algo do tipo por aqui mas achei muito válido.


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts