Neste artigo mostro uma série de recursos disponíveis para o bash que pouca gente conhece, além de como utilizar os recursos deste programa para implementar soluções novas para o usuário.
Essa eu descobri esses dias: o bash utiliza mais de uma base numérica, que não seja a decimal.
Quando um número começa com zero (ex: 012), ele é utilizado como tendo base octal. Assim, 012 em octal equivale à 10 em decimal.
$ if ((012==10))
> then
> echo 'Isso é igual?!!!!'
> fi
Isso é igual?!!!!
Quando um número começa com 0x, sua base é hexadecimal. Assim, por exemplo, 0xf é igual à 15.
$ ((i=0xf))
$ echo $i
15
Também é possível "converter" um número de uma base qualquer para a decimal. Um exemplo:
$ echo $((2#100100111001101)) ## Base binária
18893
A sintaxe é: (([base]#valor))
Se a base for omitida, usa-se o sistema decimal.
Lembrando que não pode haver nenhum algarismo no valor que seja maior que a base (ex: não existe o valor 3 em binário, que só aceita dois "tipos de símbolos": 0 e 1):
$ echo $((2#3))
bash: 2#3: value too great for base (error token is "2#3")
Obs: Quando a base é maior que dez, usa-se letras para complementar. Ex:
$ echo $((20#kk))
440
Se a base é menor que 36, maiúsculo e minúsculo têm o mesmo significado.
Se a base é maior que 36 (números e minúsculas), usa-se letras maiúsculas.
Se for maior, usa-se mais o @.
Se maior ainda, usa-se mais o _.
Ou seja, se alguém te disse que algo custa R$ Wf@3, não chame ela de louca. Pergunte qual base numérica está utilizando!
[2] Comentário enviado por elgio em 13/09/2007 - 08:49h
Ótimo artigo. Bem oportuno.
Só não entendi direito isto:
"Novamente, o problema da execução de mais de uma operação."
Não entendi este teu problema, que tu citou com AND e OR juntos. Porque mais de uma operação? E o que ocorreu com o 'Short-circuit", técnica do C que também vale para o bash?
Short-circuit: executa só o que é necessário.
Exemplo:
if (( i == 20 )) || (( i > 100 ))
Se o i FOR 20, por causa do OU, simplesmente ele não vai fazer a comparação i>100, pois é desnecessária! Isto pode ser facilmente demonstrado em:
a)
a=20;(( a > 15 )) && (( a=0 )); echo $a
Como a foi maior que 15, "necessitou" realizar o teste no AND e o a recebeu 0.
b)
a=10;(( a > 15 )) && (( a=0 )); echo $a
Como o a NAO FOI maior que 15 (FALSO) não tem porque testar o braço do AND, pois já se sabe que toda a sentença é falsa. Logo o a permanece com 10. Isto é o short-circuit em ação!
A propósito: grandes, enormes, VIOLENTAS perdas de desempenho o pessoal acaba tendo por usar em demasia comandos externos.
[4] Comentário enviado por Gandalfree em 13/09/2007 - 09:02h
Parabéns pelo excelente artigo, não tinha a mínima noção que fosse possível utilizar a sintaxe desta forma. Já estou até maquinando na cabeça mudar meus scripts para ficarem mais fáceis de entender por outros administradores pela familiaridade com C/C++.
[6] Comentário enviado por tenchi em 13/09/2007 - 10:38h
Wow....
Algumas correções...
É, elgio, vc está certo... Se o primeiro comando falha o segundo nem é executado... Falha minha. Vou fazer os testes aqui para ver a diferença de desempenho. ;-)
Esqueci de falar porque é interessante especificar a base numérica de um número. Por exemplo
$ ((10==010))
$ echo $?
1
Mas se você especificar a base do segundo - na verdade de qualquer operando - como sendo decimal:
$ ((10==10#010))
$ echo $?
0
Você não tem este problema...
Ou
$ echo $((10#1+2#10+8#10))
11
Especificando a base numérica de cada um dos operadores... È confuso, mas.... ;-)
[8] Comentário enviado por tenchi em 13/09/2007 - 14:00h
ahuahau, opa Elgio...
Sobre o comentário que eu comentei que você fez, foi um num artigo sobre bash, em que você lançou um desafio sobre o comando while.. hauahua
"- Eu te desafio"
E eu não agüentei e peguei logo o meu "treis oitão".. HUAHAUHAUHA
Ah, quando à questão do desempenho dos comandos, eu pensei na seguinte possibilidade: Fora da parte aritmética do bash, cada comparação é um subprocesso, sendo assim mais lento que somente um processo composto. Mas vejo que não é bem assim. E como ainda não sou jedi suficiente - meu saber ainda dá umas piscadas ;-) - não tenho condições de analizar o código do bash para ver o funcionamento dele.
Ah, já estou lendo o seu artigo comparativo entre o desempenhos das linguagens...
Sobre as apostilas, eu já imediatamente peguei este pdf aí, que já havia visto no blog do Tiago Peczenyj, citado no comentário acima. Livrinho baum hein? Ainda bem que já tô me acostumando a ler livros técnicos em inglês (acredite, eu sou obrigado a aprender isto rsrs).
[11] Comentário enviado por tenchi em 13/09/2007 - 17:34h
Ah, antes que me corrijam... As operações citadas aqui são para valores inteiros... O bash não é capaz de lidar com valores reais, "pontos flutuantes". Para isso utilizem a calculadora bc.
[13] Comentário enviado por capitainkurn em 14/09/2007 - 11:09h
Excelente artigo!!!!!!
Também sou aficionado de programação e Shell script e a cada dia me deparo com mais recursos desconhecidos destes espetaculares interpretadores, especialmente o Bash.
Muito obrigado por enriquecer-nos mais com seu artigo!!!
[19] Comentário enviado por GilsonDeElt em 11/06/2008 - 14:38h
Valeu, Leandro!
ficou d+ seu artigo
Achei ele enquanto procurava saber se era possível trabalhar com binário no bash (afinal, eletrônicos também trabalham com 0s e 1s =D)
E agora, para facilitar meu trabalho (e o de quem lê meus scripts), posso fazer meus bash-scripts quase como um programa C++
(já que tbm tô aprendendo C++, isso vai facilitar meu trabalho ;-)
Eu e os demais scripteiros de plantão e programadores do Bourne Again Shell agradecemos pelo artigo!
té+!
[20] Comentário enviado por wagnerfs em 29/06/2015 - 23:46h
Excelente artigo. Parabéns!
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Wagner F. de Souza
Técnico/Instrutor de Informática
"GNU/Linux for human beings."
LPI ID: LPI000297782