Linux, aí vamos nós!

Sempre tive vontade de instalar o sistema operacional Linux, porém sempre encontrava algum problema pela frente. Nesse artigo quero mostrar a minha aventura em tentar migrar do Windows para Linux, minhas ideologias, frescuras e necessidades que me impediram de conseguir essa migração há anos. Inclusive minha dificuldade em achar uma distribuição que atendesse as minhas necessidades.

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Por: Tiago Zaniquelli em 04/03/2010


Linux, aí vamos nós!



Resumo

Sempre tive vontade de instalar o sistema operacional Linux, porém sempre encontrava algum problema pela frente. Nesse artigo quero mostrar a minha aventura em tentar migrar do Windows para Linux, minhas ideologias, frescuras e necessidades que me impediram de conseguir essa migração há anos. Inclusive minha dificuldade em achar uma distribuição que atendesse as minhas necessidades.

Depois de tanta luta finalmente consigo utilizar o Linux integralmente.

Palavras chave: Linux, geek.

Introdução

Alguma coisa sempre me dizia que devia utilizar Linux! Sempre tive a impressão que os mais "geeks" utilizavam Linux. Acho que pelos filmes que eu assistia em que tudo era na "tela preta" e isso me associava ao Linux.

A pelo menos nove anos tento migrar do Windows para o Linux, e acho que agora eu consegui realizar essa migração por completo.

Nesse artigo quero mostrar a minha aventura em tentar migrar do Windows para Linux, minhas ideologias, frescuras e necessidades que me impediram de conseguir essa migração há anos. Inclusive minha dificuldade em achar uma distribuição que atendesse as minhas necessidades.

A saga

Conheci o Linux por volta de 2002 quando estava me formando do curso técnico e sempre tive o desejo de instalá-lo e utilizá-lo, porém sempre tive muitas dificuldades. Em meados de 2002 tentei realizar a primeira instalação Linux que foi Conectiva 8. Instalei em um computador Pentium 233MMX com 32MB de RAM.

A instalação foi tranquila, porém não tinha um computador apenas para mim, o computador em casa era comunitário e devido a isso tive problemas em deixar o Linux, tentei compartilhar Windows e Linux, porém o HD era insuficiente, abandonei por um período a minha tentativa de utilizar Linux.

Em 2004 fui trabalhar em uma empresa onde tinha alguns sistemas em Linux e um servidor de internet também em Linux. Estava cada vez estava mais próximo do meu objetivo. Nessa empresa tive a oportunidade de ter um maior aprendizado sobre Linux, ainda muito básico, porém já estava me familiarizando com os comandos, ls, mkdir, cp entre outros.

Em 2007 devido ao meu TCC de graduação tive que adquirir um computador apenas para mim, nesse ano começou a minha maior investida em conseguir utilizar o sistema operacional Linux. Instalei de tudo que você possa imaginar: Conectiva, Mandriva, Fedora, SuSE, Slackware, e alguns outros de menor expressão. Porém estava com uma grande dificuldade, decidir qual distribuição utilizar.

Instalava o Fedora aí dois dias depois lia algum artigo na internet dizendo que o SuSE era melhor, instalava o SuSE e lia que o Slackware era melhor, nunca conseguia me decidir e nisso de tanto instalar e desinstalar, nunca tinha os aplicativos que eu realmente precisava e acabava tendo que voltar a utilizar o Windows.

Depois vieram as placas wireless e voltei a tentar investir em alguma distribuição Linux, porém algumas não reconheceram minha placa wireless ou dava um baita trabalho pra configurar (o que eu adorava), pois aprendi muito ao tentar configurar minhas placas wireless, tanto que meu primeiro artigo escrito é exatamente sobre isso.

Vocês devem estar se perguntando: "mas se você gostava de ter trabalho por que não continuou?". A resposta é simples, não tinha tanto tempo assim para ficar configurando as coisas quando eu precisava, tinha que ser mais rápido.

Porém continuava não conseguindo me firmar em nenhuma distribuição, sempre faltava algo. Fedora: gostei, porém nunca fui muito com a cara dessa distribuição. SuSE: achei muito boa, reconhece todos os hardwares, tem o apoio da Novell, porém com o YaST achei as coisas fáceis demais, e acabei desanimando. Slackware: gostei muito, porém é difícil demais para instalar as coisas, tudo tem que ser no "make, make install" o que me deixava bem confuso, e pensava se valia a pena todo o esforço... Hoje vejo que valeu e muito.

Ubuntu: fiquei um mês utilizando apenas ele, porém não me acostumei com o Gnome, prefiro muito mais o KDE, e também achei o apt-get fácil demais, o apt-get faz tudo, achei estranho, queria uma coisa mais "geek". Mandriva 2009: não reconheceu minha placa wireless e não consegui configurar de jeito nenhum. Conclusão, mais uma vez fiquei indeciso no que utilizar e na dúvida acabei voltando mais uma vez para o Windows, mas parecia cada vez mais madura a ideia de utilizar Linux.

A luz

Atualmente faço pós-graduação em Segurança da Informação e estamos tendo uma aula chamada IDS e nela o professor utiliza Debian Linux, e para instalar qualquer coisa ele utiliza o apt-get. Detalhe: ele usa e trabalha com Linux há anos. Parei e pensei: "Se ele que utiliza Linux durante anos, trabalha com Linux e é adepto das facilidade do Linux, porque eu tô com essa frescura de querer ficar sofrendo?"

Voltei a estaca zero! Qual distribuição utilizar? Comecei a pesquisar sobre as distribuições, e nessa de pesquisar achei um site bem interessante (www.zegeniestudios.net). Ele faz várias perguntas e no final dá as opções de distribuições Linux que mais se adequam ao seu perfil. O resultado do meu teste foi o seguinte, conforme ilustra a figura:
Linux: Linux ai vamos nós!
Dos 6 resultados 100%, tentei instalar três distribuições: Fedora, Debian e Mandriva. Abaixo vou descrever o que me agradou e o que não me agradou e qual foi a minha escolha.

Fedora infelizmente não reconheceu a minha placa wireless e não estou mais com tanta paciência para ficar pesquisando e ver como instala. Debian gostei bastante, leve, porém também não reconheceu minha placa wireless e o padrão vem com o Gnome. Mandriva 2010 o escolhido!

Sempre ouvi a seguinte frase: a primeira impressão é a que fica, e não é que é verdade?! Assim que terminou de instalar já reconheceu minha placa wireless, foram três cliques e estava na rede e navegando.

Ao tentar configurar o famoso cubo (Compiz Fusion) deu um erro dizendo que o pacote não estava instalado, cliquei em instalar e deu o primeiro problema, o pacote desejado não existe!

Fiz uma rápida pesquisa e achei o seguinte site:
As fontes de instalação foram atualizadas, e pronto, o Compiz Fusion também.

A partir daí foi só alegria, instalou todas as atualizações, os programas que eu queria instalar se não estavam no repositório, eram facilmente instaladas pelos pacotes rpm.

Quando tinham dependências de algum outro pacote eram resolvidas automaticamente pelo Mandriva. Interface super amigável e intuitiva. Não tive dificuldade nenhuma de adaptação.

Conclusão

Depois de anos tentando utilizar o sistema Linux, dentre esses anos, vários percalços (frescuras, filosofias, várias distribuições) onde me fizeram quase desistir de utilizar Linux. Eis que de tanto tentar e parar com as frescuras, consigo finalmente utilizar o sistema Linux integralmente, deixando o Windows de lado.

   

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Comentários
[1] Comentário enviado por rony_souza em 04/03/2010 - 10:03h

legal seu artigo

mostra como podemos melhorar nossas habilidades

e ver pessoas desmistificando sobre o open source

vou enviar para um amigo


abs

[2] Comentário enviado por cristiano.moraes em 04/03/2010 - 10:10h

Seja bem-vindo ao Mandriva... =)

Eu o uso desde a versão 2008. Antes dele, tentei usar o kubuntu. O que me convenceu a mudar de vez foi uma história interessante. Eu tinha comprado um note com teclado com layout espanhol (acho que devia fora fabricado no México). O Kubuntu usa o sistema default do KDE para alteração de layout do teclado. Era (e acho que ainda é) terrível. Simplesmente não havia uma combinação, teclado espanhol com língua portuguesa que me atendesse, achava confuso e complicado. Chegou ao ponto de ter que montar meu próprio mapa de caracteres para o X, o que resolveu mas não achava uma boa solução. Um dia resolvi testar um live do mandriva, e qual não foi minha surpresa ao ver que a configuração de teclado/idioma era extremamente simples, rapidamente encontrei a configuração que me atendia e tudo funcionou. Pensei, uma distro que tem esse tipo de preocupação não pode ser ruim e mudei na hora. Não me arrependo até hoje.

[3] Comentário enviado por fabiano.michels em 04/03/2010 - 11:07h

Legal sua saga.. Até mesmo porque foi parecida com a minha hehe
Só fiquei confuso com uma coisa: Se você não gostou das distribuições que tem tudo de fácil acesso, por que voltava para o windows? hehe

[4] Comentário enviado por pael em 04/03/2010 - 16:34h

haha ^^ nessa "brincadeira" de ficar mudando de distros eu optei pelo FreeBSD...depois usei o OpenBSD, o NetBSD e o DragonFlyBSD e fiquei no FreeBSD =x
Adoro linux...mas os BSD da vida conquistaram um espaço grande no meu coração =x

[5] Comentário enviado por M3g4d3th em 04/03/2010 - 16:44h

Excelente artigo, eu passei pelo mesmo, acho que a primeira vez que instalei Linux foi o Conectiva 4, a muito tempo atrás.

Tentei sempre fuçar e nunca conseguia, ai a 30 dias atrás consegui um emprego que só se usa linux, aprendi comandos básicos, em 1 semana aprendi infernos de BASH(SHELL SCRIPT) e etc, comprei um laptop e agora só uso Ubuntu, mas to curtindo usar Open Suse no trampo e Mandriva nas aulas de Java.

Provavelmente tire o ubuntu daqui uns tempos e coloque o Mandriva ou o Debian.

Nunca mais windows.

[6] Comentário enviado por eldermarco em 04/03/2010 - 20:35h

Haha, ainda bem que tu citou "frescura" porque quando eu li a parte que dizia que desanimou quando viu que a distro é fácil demais... rsrs

Bom, artigo. Gostei da sua história. Eu migrei completamente para o Linux faz uns 4 anos e conheci ele em 2004. Mas foi uma coisa natural. Chegou um momento que vi que não usava mais Windows e ficava mais no Linux. Aliás, eu não ficava mais no Linux. Eu ficava somente no Linux. Daí, dei um DEL no Windows. =)


[7] Comentário enviado por removido em 04/03/2010 - 20:50h

Parabens cara e seja bem vindo ! Gostei da tua historia e ainda bem que voce nao desistiu do mundo livre! Tambem comecei quase igual , devido aos problemas da "concorrencia" que me desanimavam e muito resolvi instalar o Kurumin 7 , dai pra frente comecei a so ultilizar linux e hoje estou no Slackware que conquistou um lugar grande no meu coraçao!

[8] Comentário enviado por murderb13 em 05/03/2010 - 09:40h

cara bem legal seu artigo.....

relata o problema q quase todo mundo no inicio tem. O de querer usar o linux, mas por problemas diversos acaba adiando um bom tempo até migrar completamente.

Eu começei no kurumin 1, numa ong. onde recondicionavamos computadores e doavamos a comunidade. Porém eu ñ tinha net em casa e antigamente fikava muito dificil ir numa lan, baixar o pacote , tentar instalar na raça e no final saber q falatava alguma dependencia..hsuashauhsuahsua...

Hj em dia sou OpenSource até o ultIMoooo....

""Qria mudar o Mundo, mas ñ me dEram o código fonTe.."

[9] Comentário enviado por removido em 05/03/2010 - 11:53h

Gostei do site (www.zegeniestudios.net) indicado, não o conhecia. Até fiz um teste e como resultado apareceu Slackware e Gentoo, mas deveria ter aparecido o Arch.

[10] Comentário enviado por tecnicodiegorato em 06/03/2010 - 11:09h

Bom, parabéns pelo seu Artigo, eu uso o Mandriva desde 2006, usei o Conectiva na sua versão 8 e posso dizer, que claro assim como todas as distros sempre tem uma pedra no caminho, mas claro sempre removida nas atualizações, em 2008 foi adquirido um notebook CCE aqui pra um funcionário da empresa, veio com o SATUX (MANIA DE POR DISTROS RUINS EM COISAS BARATAS) enfim, ele veio com a wireless Atheros rodando tudo ok, porém a distro deixa muito a desejar com relação a tudo que se possa imaginar, atualização, softwares, etc, enfim tentei com o mandriva 2008.1 que usava na época sem sucesso com a wireless, por fim fui forçado a por o windows, Mandriva 2009 também não solucionou o lance da wireless perfeitamente, até funcionava, mas tinha certa instabilidade, enfim tudo isso foi resolvido nessa versão 2010 na qual já tenho instalado e supri todas as minhas necessidades, como eu disse trabalho com linux faz tempo, uso tanto no trabalho quanto em casa, só não é Monoboot, pois tem alguns jogos que até rodo no mandriva, mas como são onlines, rodar com emulação causa um certo delay e/ou lag, o que complica um pouco, mas tirando a questão dos games, tudo eu faço em sistema livre, Recomendo o Mandriva para todos que estejam migrando do sistema da Micro$oft, pela interface Kde amigável e de fácil configuração.




Boa sorte com o Mandriva, nada contra as outras distros, mas realmente a que mais me adaptei foi o Mandriva. agora só pra encurtar não posso de deixar de citar o Zenwalk Linux, é excelente pra quem está aprendendo a mecher no linux, é derivado do Slackware, mas nem tudo precisa ser feito no Make Make Install, e tem interface em vários idiomas, repositorios, e roda em maquinas mais modestas, excelentes para instalar naquele old school CPu que vc tem perdido aí e por ele pra funcionar com programas atuais e suporte a muitas coisas novas como usb. Celulares Etc.

[11] Comentário enviado por Tonisley em 06/03/2010 - 11:43h

Temos que parar com esta bobeira de que para usar GNU/Linux tem que ser difícil. Se há alguém que goste de sofrer com compilações que use o SlackWare, mas também não venha com esta baboseira de que o S.O do Pinguim está perdendo a sua identidade por está mais fácil cada dia que passa. Graças a esta facilidade criada por Torvalds descobri um mundo onde não existe chave de ativação, descobri também um mundo cheio de software's inovadores e interessantes que deixam até os mais chatos defensores do Rwindows com inveja - um exemplo é o CompizFusion. Minha irmã ama o GNU/Linux e aos meus amigos apresentados sobram elogios e isto tudo porque um dia me deu na cabeça de baixar uma certa imagem .ISO que mudou meu Desktop.

Eu gosto do Terminal, afinal parece que todas as pessoas que por livre e espontânea vontade resolvem usar o S.O sentem uma certa atração pelas linhas de comando, ou seja, aqui as escolhas são livres. Para quê mantermos o S.O. n'uma caixinha de fósforos se podemos expandi-la para o mundo?

Gostei do site de teste que vc indicou, o meu resultado foi: Ubuntu, Kubuntu, LinuxMint, Mepis e Debian. Está 100% de acordo com o meu HD, pois gosto muito da facilidade dos pacotes .DEB e da estabilidade do Debian - a distro Universal!

Abraços.

Ave GNU/Linux.

[12] Comentário enviado por nicolo em 06/03/2010 - 16:19h

Nunca pensei que o linux causasse tamanha crise existencial.

[13] Comentário enviado por Teixeira em 06/03/2010 - 22:28h

No meu caso, sofri bastante para começar a engrenar no linux, pois eu não entendia nada, meu hardware na época era inadequado, e ainda o tal teste apontava para uma distro mais inadequada ainda (para o meu caso), que era o OpenSUSE (Imaginem tentar instalar o OpenSUSE em um pentium II com 48MB RAM e pretender que ficasse bom).
Hoje adotei o Big Linux como minha distro preferida, pois consigo rodar TUDO o que preciso, e todo o meu hardware atual foi reconhecido, inclusive uma web cam super-genérica e desconhecida.
(Apenas que o tal do apagão danificou minha motherboard e estou atualmente sem o Pentium IV, sem banda larga, sem USB, etc.)
No entanto, qualquer que seja a distro, sugiro instalar a /home sempre em uma partição diferente daquela que abriga o sistema. Assim, em caso de atualização, reinstalação, etc, os dados ficam preservados (essa dica eu aprendi aqui mesmo no VOL).

[14] Comentário enviado por removido em 06/03/2010 - 22:30h

Isso mesmo Teixeira, essa dica da partição /home separada é uma excelente dica.

[15] Comentário enviado por mfdzerohour em 07/03/2010 - 20:05h

Boa noite,

Gostei do que você postou, na época da aquisição da Conectiva com a Mandrake até utilizei o Mandriva, mas não me acostumei com a distribuição, de lá pra cá já usei varias distros sendo a minha principal Gentoo, tem o emerge que é "parecido" ajuda muito na hora de instalar (baixar os fontes, compilar os binarios para o gentoo) os pacotes, não acho que a facilidade do apt, YUM ou do emerge (apesar de podemos ajustar os pacotes com o emerge antes de compílar com os flags) atrapalhe, compilar os programas na mão é muito chato, mas vez ou outra teremos que fazer (principalmente quem tem winmodems), boa sorte com a sua escolhe atual ou futuras distribuições que provavelmente usará, pois o bom do linux é exatamente os opções.

[16] Comentário enviado por Primo NT em 13/03/2010 - 09:21h

kkkk.........legal!
Eu ainda não migrei 100% pro meu Ubuntu!
Mas estou me adaptando muito bem!
É tanto que quando entro xp vem akela "lezera" para ele ligar!
Fico logo com raiva e quero voltar para o Linux! ;D


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