Obs.:
Linux não é somente o nome do kernel, é também o apelido que usamos para o Sistema Operacional, por isso, chamarei simplesmente de "Linux".
No início
Bem, no início não era fácil para qualquer distro. Realmente era coisa para hackers ou aficionados, impensável para desktops. Mas na década de 90 ele começou a ficar mais "macio" e já era possível utilizar em desktops de usuários avançados. Pois, para o usuário comum ainda era impossível. Além da dificuldade de encontrar programas, a maioria tinha que compilar, o mesmo para as dependências. Mas não era só isso, tinham erros ocorrendo o tempo todo, uma instabilidade incrível. Tudo isso era "diversão" para os aficionados e usuários avançados.
O uso massivo do Linux em servidores foi muito importante para alcançar os desktops, a velocidade e estabilidade alcançada mostrou aos programadores todo o potencial. Os "admins" de servidores também passaram a utilizar em seus desktops. Esse conjunto potencializou o foco em desktops e a coisa passou a fluir bem melhor.
Uma antiga distro chamada Kurumim estava pronta para desktops, mas... Não foi bem assim e ela foi esquecida. O Ubuntu veio e chegou arrebentando. Simplicidade no uso e facilidade nos programas impulsionaram a fama. Tudo tem um preço, certamente.
Mas voltando ao
Slackware, palco de "muitas" discordâncias, é sabido que ele nunca foi uma distro para "usuários comuns", que apesar da instalação de programas serem simples através do slackpkg, ter que utilizar terminal é algo torturante para "usuários de mouse". Afinal, estamos evoluindo para uma sociedade "sem escritas", "sem leituras", de "uma página só", onde vídeos de 5 minutos são eternos.
Qualificações
Sou usuário de Slack desde a versão 3, que considero ser a mais incrível de todas, pois tudo tinha que ser feito realmente na unha. Um verdadeiro laboratório de aprendizado. Mas ao longo do tempo e das versões, o dualboot me acompanhou até a versão 12. Pois os programas que eu utilizava para trabalho (e os games) eram melhores no sistema da MS.
Na versão 13 e com os avanços dos programas, baseado em minha experiência em Linux ao longo de muitos anos, senti confiança para abandonar o dualboot e ficar somente com Linux. Não falo aqui de puritanismo, xiita ou rixa com MS, coisas com vírus, formatações, telas azuis, arquivos corrompidos do nada, HD lendo sozinho e algumas limitações sempre me perturbaram. Sem falar que toda hora tinha que reiniciar por causa de configurações simples e também pra trocar de sistema.
Então desbravei somente com Linux e até agora foi assim. Mas na época do dualboot já tentei Conectiva, Kurumim e até Ubuntu, sempre voltava para o Slackware, o motivo era simples: conhecia o Slack muito bem, também dava para notar a diferença de desempenho. Não estou dizendo que Slack é mais rápido, mas o fato de ser mais enxuto e mais "flexível" na personalização, é possível secar ele ainda mais, aumentando o desempenho. Dá pra fazer nas outras, é claro. Mas o Slack vem seco e você pode engordar ele, as outras distros vem gordas e você precisa secar elas.
Em fim, utilizar somente Slackware na versão 12 no meu trabalho e em casa foi possível devido a experiência que tenho, pois analisar o background da IDE para saber o motivo do "crash" não é obrigação de usuário leigo. Se fosse Ubuntu não tinha problema, é bem menos crash e tudo transparente ao usuário.
Versões 13 e 14
Depois veio a versão 13, que mais pareceu 50% da versão 12 e 50% da 14. Melhorou os problemas, mas não os resolveu.
Quando chegou a 14.1, já dava para notar uma diferença muito grande, restaram poucas dificuldades para o usuário comum e na versão 14.2 já é possível rodar um "slackpkg upgrade all" sem medo de Kernel Panic. Se colocar o "slackpkgplus" e incluir os melhores repositórios o Slack, é capaz de ir muito mais além.
Slackware 14.2+
Esse é o destino final (temporário), certamente rodar um "upgrade all" tendo "slackpkgplus" é um tanto arriscado e precisa saber o que está fazendo para não dar ruim, sendo que é simples de atualizar sem o plus.
É bem estranho uma distro levar alguns anos para mudar de versão, mas a estabilidade dele realmente torna desnecessário nova versão todos os anos. Ou será que o
Patrick Volkerding (criador e mantenedor do Slackware) deveria compartilhar mais o projeto para não ficar somente em suas mãos?
A atualização de versão é somente um "nome", pois como qualquer outra distro, você pode ir atualizando todo mês, por exemplo.
As dificuldades
Desapareceram!
Compilação de programas é apenas um "capricho" (ou necessidade específica), não é realmente necessário para o usuário comum, visto que os contribuintes nos repositórios já compilaram e empacotaram tudo que você pode precisar. Instalação de programas via internet é extremamente simples e rápida, não só no terminal, mas também via IDE, até mesmo com resolução de dependências.
Se precisar compilar, tem um serviço transparente ao usuário, o sistema baixa, compila e instala como se você estivesse apenas instalando. Em resumo, é possível usar Slackware sem craches, sem terminal, sem opções difíceis de encontrar e sem medo.
A instalação full é bem completa, nativamente inclui até mesmo o Kde'n'Live, um editor de vídeo top e fácil de usar. Mas se você é do cinema, pode instalar o Cinelerra com um único comando. (slackpkgplus). Audacity, FreeCAD e Inkscape são outros exemplos.
Avaliação
Em 2021, com o Slackware atualizado, um usuário comum, ou leigo, pode tranquilamente ter essa distro no desktop ou notebook em casa, ou no trabalho, desde que não dependa de algo EXCLUSIVO no sistema da MS.
Não vai esbarrar com erros, instabilidade ou falta de programas, até mesmo porque é possível instalar os formatos RPM (Rad Hat) e DEB (Debian/Ubuntu) sem dificuldades. Poderá operar o desktop ou notebook com Slackware sem ter conhecimentos técnicos ou experiência com qualquer outra distro. Bastando para isso, ter a característica mais importante: Mente aberta para aprender novos nomes e posições.
Não adianta reclamar que não encontra no Linux coisas como MS Office ou SuperShell. No mundo dos carros e das casas também funciona assim, você troca de carro e precisa entender que os controles estão em posições diferentes. E na casa, os cômodos também mudaram. No Linux temos a suíte LibreOffice e o Terminal. As configurações também tem diferenças.
Mas no final de tudo, os termos e os atalhos são os mesmos.
Com o avanço da internet e a nossa dependência por ela, os Sistemas Operacionais estão ficando "esquecidos", um computador sem internet é como se estivesse estragado. Filosoficamente falando, o navegador se tornou o Sistema Operacional do usuário comum. Então se o SO funcionar, não faz muita diferença de qual seja.