Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 20/10/2012 - 11:52h
Não existe "simplicidade" alguma em um "programa" para administrar igrejas.
Se separarmos as rotinas uma a uma, cada uma delas poderia ser de fácil implementação.
Até aí tudo bem.
Acontece que um aplicativo para esse tipo de gerenciamento é uma ERP (enterprise resource planning), não um "programinha qualquer".
Seu desenvovimento implica em grandes e perenes responsabilidades de ordem contábil, fiscal e tributária, além de gerencial.
Você já viu algum "programinha" de contabilidade patrimonial ou de PDV?
Certamente poderemos encontrar programas prontos para controle de estoque simples, mas não para Planejamento e Controle da Produção, que em alguns casos pode envolver até mesmo o uso de gráficos de Gantt.
Encontraremos programas simples para "personal accounting" ou para um "livro caixa" despretencioso e informal, mas não específico para escritórios de contabilidade com centenas de clientes.
ambém haverá facilidade para encontrar algum controle de "cash flow" (fluxo de caixa) mas não para "cash forecast" (ou "cash flow forecasting") que é uma previsão do fluxo de caixa futuro, com base em dados estatísticos.
Veja-se por exemplo que uma simples folha de pagamentos (que já não é tão simples assim) pode ser apenas
parte de um sistema contábil muito mais complexo.
E que todo o sistema contábil simplesmente faria parte dessa ERP que gerenciaria a igreja.
Uma igreja, ou um templo de qualquer credo religioso (incluindo-se portanto até mesmo os "terreiros" e as "tendas"), além de ser por definição uma "sociedade civil sem fins lucrativos" é no final das contas, e sob o ponto de vista gerencial, fiscal e tributário
uma empresa como qualquer outra, com os mesmos níveis de responsabilidade.
Tem de ter CNPJ e, de acordo com o estado ou município, o seu competente alvará de funcionamento.
Tem obrigatoriamente de ter regularidade fiscal e fazer suas declarações sociais e fiscais nos prazos certos, mesmo que não tenha empregados, que esteja isenta de impostos, etc.
Para o gerenciamento de tudo isso, pode-se eventualmente apelar para inúmeras planilhas eletrônicas, as quais sempre ajudam um pouco, tornando as coisas menos braçais.
O problema será encontrar um sistema de planejamento e gerenciamento de tudo isso que esteja
integrado e que atenda a todas as exigências a que uma empresa está sujeita.
Isso é difícil de encontrar pronto, independentemente de sistema operacional.
Em suma, fazer rotinas "qualquer um" faz (evidentemente, "qualquer um" que saiba
como fazer e
por que fazer).
Mas para integrar tudo e dar manutenção sempre que necessário (várias vezes ao ano) precisa ter conhecimento sólido da questão, responsabilidade e estrutura.
Para fazer uma ERP não basta "saber programar" (assim como para programar não basta haver decorado os comandos), mas tem de haver antes de tudo um conhecimento sólido das rotinas procedurais administrativas.
Além do que, "programas" e "sistemas" são conceitos diferentes entre si.
E até mesmo no mundo dos jogos para computador, existem "joguinhos" que são na verdade "sistemas complexos" e não apenas "programas".