Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 08/07/2008 - 19:49h
Muitas da alegadas facilidades estão simplesmente escondidas.
No Windows Vista o usuário "calejado" sente dificuldade para arrastar-e-soltar muitos arquivos de uma só vez, o que era bem mais intuitivo anteriormente.
E também para desligar o micro, com aquele "sub-ícone" (será que isso existe?) minúsculo.
Faço a seguinte comparação:
Instalar o Basic Linux é MUITO fácil.
Mas não é NADA intuitivo, especialmente particionar, formatar e transferir o sistema para o HD.
Depois que se aprende a fazer, faz-se com um pé nas costas (10 minutos?). Mas enquanto isso...
E quanto mais acostumado se é com outros sistemas, mais se apanha sem conseguir, e sem entender por que não está dando certo.
Por que dei uma "descarregada" em cima do DSL?
Quando você quer estabelecer uma conexão dial-up, por exemplo, isso não é intuitivo. Sai-se procurando pelos diversos menus afora, até encontrar em "Setup", "Setup config" e finalmente "PPP dial-up" onde se configura com um certo conforto a referida conexão.
E toda vez que quisermos acessar a internet, iremos seguir todo esse "pathing" novamente.
Questão de costume.
Felizmente temos dois web browsers bem acessíveis.
No Basic Linux em Português eu tive a inspiração de colocar no menu do JWM três opções em sequência numerada:
1- Estabelecer a conexão;
2- Abrir o Browser; e por fim
3- Encerrrar a conexão.
Essa sequência fica bem patente aos olhos do usuário final.
Ora, EU sei que tem que fazer as coisas nessa sequência, mas o usuario desavisado não tem obrigação de saber disso previamente.
Portanto, quanto maior o cuidado que tivermos com ele, melhor será.
Faço outra observação: A Ferrari tem lançado carros de turismo com motorização envenenadíssima, sendo portanto difíceis de dirigir.
Tem-se de ter cuidado com as rpm, com as trocas de marcha no momento certo, etc. etc.
Porém muitas mulheres não tinham acesso a esses mesmos carros, e embora desejassem veículos esportivos, não queriam ser pilotos especializados.
Então a própria Ferrari lançou os mesmos carros com versões igualmente possantes e esportivas, porém com câmbios automáticos, e outros detalhes igualmente importantes, e passou a atender plenamente a esse público feminino.
Teve muita gente que reclamou, mas no final das contas sairam todos satisfeitos.
Claro que nunca dirigi uma Ferrari, mas já estive no lado oposto: Dirigindo um pesado caminhão a óleo Diesel com câmbio não-sincronizado (a famosa caixa-seca). Haja braço!...
E no entanto hoje temos muitas mulheres-caminhoneiras, dirigindo os "brutos" pelas estradas a fora, e com um mínimo de desconforto, graças às direções hidráulicas e aos câmbios sincronizados.
Portanto, acho que esse foco no usuário final nunca fez mal a ninguém.