Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 27/07/2013 - 18:41h
Gostaria de chamar à atenção dos colegas para o nosso querido ministro Joaquim Barbosa, que como sabemos é Negro, vindo de uma região pobre de Minas Gerais, cujo pai era pedreiro de profissão e que não teve nenhuma forma de privilégios que muitos de nossos jovens têm hoje em dia e que, mesmo com um diploma de terceiro grau, não conseguem dizer a que vieram.
Ora, sabemos que nosso Joaquim não ingressou na Faculdade através de cotas;
Que não tinha dinheiro para bancar o esquema "pague-e-passe";
Que ele fez a temida prova da OAB e foi aprovado;
Que nunca sofreu da "síndrome do coitadinho" (*), e jamais foi apoiado por alguém em especial.
Pois esse homem, a exemplo de tantos outros Pobres e/ou Negros conhecidos
(Nilo Peçanha, Carlos Gomes, Pixinguinha, José do Patrocínio, Padre José Maurício, Juscelino Kubitschek, Pelé e outros), conseguiu vencer todas as barreiras e hoje é reconhecidamente uma das pessoas mais influentes de todo o mundo.
Vejam bem: Nos tempos do nosso Joaquim, suas chances eram bem menores do que seriam hoje para um jovem em igualdade de condições.
E até depois de formado, a luta continuou: Ele era apenas um bacharel em direito, com o então agravante de ser negro, e que deveria agora, ainda em inferioridade de condições, vender sua imagem para o mercado de trabalho.
A "embalagem externa" do que ele tinha a vender era fraca, portanto o conteúdo deveria ser de qualidade superior. Buscou portanto o Doutorado, coisa que bacharéis em direito, hoje em dia, não mais se dão ao trabalho de buscar.
Podemos dizer que hoje há maior número de chances, mas o aproveitamento tem sido infinitamente menor.
A qualidade dos degraus da escada que levam alguém ao terceiro grau tem piorado consideravelmente, e o resultado da obtenção desse "terceiro grau" tem sido cada vez menos satisfatório.
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(*) A equação "negro + pobre + numa cidade grande + totalmente desamparado" pode resultar em "coitadinho", mas pode também resultar em "vitorioso".
A diferença está entre "deixar como está e se lamentar" e "enfrentar e vencer".
Um "soldado de elite" veste a farda de gala e se mostra ao público bem limpinho, bem passado, com botas e metais reluzentes, e armas limpas.
Mas no seu dia a dia usou aquela farda de instrução feiosa, rastejou na lama, arranhou no arame, etc.
E na guerra andou sujo de fuligem, lama, lodo, sangue, fedendo a tudo que se pode imaginar, com fome, sede, sono e saudade do lar.
Mas se não fizesse tudo aquilo quando lhe foi exigido, não haveria uma razão para alguém usar uma farda de gala depois disso.