Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 08/11/2009 - 16:41h
É, esse negócio de sistema de cotas também não me cheira bem.
Acho que o maior dos preconceitos raciais está justamente na imposição dessas tais cotas.
Fica dando a impressão de que o cidadão negro somente conseguiu entrar na faculdade por causa das cotas, e isso não é verdade.
E ao ingressar dessa forma, cria um mal estar diante de outros alunos que, da mesma forma que a colega Aninha, tiraram nota igual e no entanto foram preteridos.
Gera também uma tremenda responsabilidade a mais sobre o aluno negro, pois se fracassar (e isso é apenas uma questão de estatística e não de cor da pele) será mal visto - e lamentado - pela sociedade como se ELE - e não o sistema de cotas - tivesse tomado o lugar de alguém que viesse a ter sucesso em seus estudos, formando-se com louvor para o mercado de trabalho.
O que quero dizer é que o cidadão negro tem o mesmo direito de ser bem sucedido, e o mesmo direito de fracassar, se for o caso.
E temos de nos lembrar que em nosso país os negros e mestiços constituem a grande maioria do povo.
Então essa imposição de cotas é mais uma imposição inútil, que não conduz a nada.
Tenho conhecido pessoas que saíram de guetos ou de situações de extrema humildade e/ou pobreza e batalharam, batalharam e conseguiram o seu lugar ao sol, conseguiram obter prestígio e respeito, e sucesso profissional.
Meu saudoso amigo Bento aos 13 anos de idade trabalhava duramente em uma plantação de cana na cidasde de Campos. Veio para o Rio, e com toda a dificuldade imposta por uma vida extremamente modesta, estudou, estudou, estudou, estudou, formou-se em Direito, pós-graduou-se e foi um profissional de grande sucesso, com as bênçãos de Deus.
A história de Juscelino Kubitschek também indica a trajetória de um menino muito pobre, que começou a vida vendendo um cabritinho...
Quanto maior a luta, maior é o sabor da vitória.
Aqui no Brasil temos principalmente o preconceito "social" e nem tanto assim o "racial" (já viram alguém com preconceito contra o Pelé, ou contra o Milton Nascimento, ou o Emílio Santiago?). Se tiver alguém, dá para contar nos dedos.
Tem gente que não gosta da Benedita da Silva, mas não tem preconceito contra ela.
E quanto à média, 7 está muito bem para efeito de aprovação. Mas como meta individual, continuo tendo como alvo um número SEMPRE maior do que 8, embora possivelmente menor que 10.
Embora não cobre isso de minha filha, estou sempre falando sobre isso. Afinal, ele pretende tornar-se uma pedagoga, e certamente sofrerá na pele todas essas coisas.
Quanto aos trabalhos que os alunos deixam de fazer, paciência.
As provas são provas (método de aferição do aprendizado).
Se eles não querem se dar ao trabalho, simplesmente não façam.
Mas que não tenham esperanças de uma aprovação calcada na lei do menor esforço.