SamL
(usa XUbuntu)
Enviado em 29/01/2024 - 01:06h
adminbuster escreveu:
@SamL oque você fez ao imaginar um futuro e esquece-lo é similar aos tais dos sigilos (os símbolos mágicos), quando eu era criança eu costumava ter muita sorte com quase tudo que eu fazia, influenciado pela família eu atribuía a deus (cristão) toda a minha sorte, depois que eu conheci os sigilos fique pensando se não tinha algo a ver porque eu sempre idealizava um final antes de receber uma sorte dos céus
o porém é que essa tal sorte nunca pareceu real, sempre pareceu o acaso ou mesmo habilidade com oque eu fazia e isso me faz duvidar muito se isso realmente é real ainda mais considerando que nem sempre funcionava
mas quando eu tinha em torno de 10 anos eu realmente acreditava que tinha algum tipo de poder só com força de vontade e fé
ainda acredito que possa existir algo mais além da própria lógica (conhecida) mas definitivamente não sou religioso de nenhuma forma
acredito por causa de tantas histórias que existem entre conhecidos e família (não quero chama-los de mentirosos)
mas é uma realidade que todos que passaram por experiencias misticas também possuem histórico de depressão, vicio em droga ou álcool
Cara, eu tive aqui uma intuição que eu devo escrever com especial "carinho" uma resposta pra ti, até tirei um tempo pra meditar antes uma resposta.
Então, espero que tu acolha meu texto com atenção:
--vou te contar uma história real, que aconteceu comigo aos 6 anos:
Nessa época eu descobri os video games, uns amigos da rua me levaram pra jogar o jogo dos "power rangers" de SuperNintendo, aquele que The Movie que tinha o Ivan Ooze como chefe.
Cara, juro pra ti que lembro até hoje eu impressionado vendo que eu conseguia controlar o boneco na tela, fiquei dias falando disso pra minha mãe "é mãe a gente mexe os desenhos na televisão".
E como nesse tempo eu já era criativo, games já me atraia feito formiga no doce.
E os dias foram passando, eu ia jogar de vez em quando, sempre com algum amigo porque como eu era muito tímido, não sabia nem que palavras dizer pro Alex (dono da locadora) que eu queria jogar o jogo dos power rangers.
Era uma época boa.
E chegou um dia de tarde em que eu tava em casa, minha mãe trabalhava nos correios o dia todo, meu pai vigiando o comércip que a gente tinha em casa, também chamado por aqui de "budega".
Ele tava lá fora, lá do outro lado da rua e eu em casa assistindo TV.
Não sei como tudo começou nesse ponto, mas me veio uma vontade de ir jogar video game lá na locadora.
Só que como ninguém me dava dinheiro assim com freqência, eu tive a "brilhante" ideia de pegar escondido na carteira do meu pai, porque pelo que lembro eu achei que ele não fosse me dar dinheiro pra jogar se eu fosse lá pedir.
Certo, subi no sofá que ficava perto da porta, estiquei o braço e peguei a carteira do outro lado da parede, no topo da prateleira.
Abri e vi que tinha lá "5 reais", peguei porque não achei outro dinheiro menor nela.
Dai sai, fui chamar alguém pra ir comigo na locadora e eu fui com uns dois moleques.
Fomos pra locadora, chegando lá eu disse que só ia jogar uma hora, nessa época custava 1 real, porque o resto eu ia botar de volta na carteira do pai e ele não ia saber que eu tinha gasto.
Começamos jogar super mario world e não passou nem 15 min, meu pai chega de moto e muito sério me manda subir nela. Chegando em casa, meu pai mandou eu ir pro quarto e ele foi lá na cozinha onde guardava as coisas de trabalho dele.
E ai trouxe o que aqui chamamos de "liga", sabe? Uma tira de câmara de ar de pneu de carro, moto ou bicicleta.
E eu de pé perto da cama esperando, meu pai me puxou pelos pés pra cima, fiquei com as costas na cama e com toda força a base de raiva tacou a liga na minha pele, próximo da parte que eu uso pra sentar.
Rapaz, não deve ter durado nem um minuto, literalmente foi uma eternidade, mas eu lembro da cena como se eu tivesse de fora, tipo, um pouco mais a frente do meu pai vendo ele fazer tudo isso.
Passou a vermelhidão, passou os anos, e até mais ou menos há uns 12 anos atrás, eu não sabia porque motivos eu me sabotava tanto, nem era essa a palavra que eu usava, falava de "desistir",
inclusive eu tinha certo ódio e rejeição por dinheiro, começava o que eu sempre quis fazer, mas abandonava depois de um tempo.
Relacionamentos que tinham tudo pra ser "mágicos", terminavam antes mesmo de ser "trágicos" ou nem começavam.
Estudos iam e quase não se completavam.
Faculdade 3 anos até abandonar.
Raiva de mim mesmo que vinha de "eu não quero ser assim" e não conseguia ser de outro jeito.
Enfim, chegou ai por 2011 se não me engano, eu notei que tinha algo errado, uma espécie de padrão cíclico.
E uma bela tarde estávamos aqui em casa e comecei questionar meu pai assim de brincadeira e ai de repente passei falar da tarde lá dos 6 anos.
Minha mãe só fez cara de surpresa, porque meu pai nunca contou a ela o que fez e só agora ela tava sabendo.
E ai eu começo chorar copiosamente e acusando meu pai, ele só olha e tipo tenta se esconder sem saber onde pôr a cara de tanta vergonha.
Desde então eu tenho trabalhado nessa questão, hoje de forma mais "amadora" e do meu jeito.
No dia que fui contar a psicóloga sobre isso eu quase choro como se tivesse a situação acontecendo ali de novo.
É algo que levemente dói ainda mas muito menos do que antes.
Meu pai algumas vezes disse que o pai dele nunca deu um abraço nele, mas que o pai dele batia nele e nos irmãos pra ir rezar, pra ir trabalhar, porque pelo que ele conta, a infância dele foi tipo trabalhar pra comer hoje se não nem chega vivo no amanhã.
Pode não ter algo ver com o que ele me fez, mas e se tiver?
De quem é a culpa?
Do pai do meu pai por que surrou meu pai?
Do meu pai por que exagerou no castigo?
Minha por que peguei o dinheiro na carteira e fiz por onde merecer?
Ou foi por quê Deus me fez, sendo ele o principal e real culpado?
Tá ligado no que eu digo?
Fiquei anos refletindo sobre essas coisas quando tinha algum interesse em revirar o passado.
Rapaz, e ai pensando comigo passei questionar mais ainda, será que realmente encontrar um culpado é a solução?
Será que não é mais fácil encarar o fato de que aconteceu e pronto?
Pode não fazer sentido pra ti mas pra mim isso faz e muito mesmo!
Hoje eu entendo que o que me aconteceu nunca realmente era pra ter acontecido, mas devido uma infinita sequencia de fatos anteriores a isso e fora do meu controle, acabou levando ao que deu e me prejudicando no processo.
E agora faço o quê?
Agora o que resta é que eu tô feliz por estar em casa com meu pai, minha mãe, minha irmã mais velha, meu cachorro, minha gata
[felina, mas não "cavala" :(.]
Porque eu entendi que apesar dos erros cometidos, tanto de mim pros outros como do meu pai comigo,
a presença do meu pai em toda minha vida foi e ainda é de longe muito melhor do que se ele não estivesse presente, se não fosse quem ele é.
Eu chamo ele até de "herói do Samuel", falando brincando e sério ao mesmo tempo rsrsrs
Isso não significa que eu esqueci o que aconteceu, mas que praticamente virou cicatriz as borrachadas e agora nem mais sentar na calçada quente dói
[tá isso aqui é zoeira].
Compreende o que eu digo?
Nem precisa levar tão a sério a vida, o fato é que estamos aqui e existimos e isso por si só é um milagre, e por isso estar vivo é suficiente e basta.
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