lcavalheiro
(usa Slackware)
Enviado em 02/02/2018 - 14:10h
O que a comunidade do Slackware não tem em quantidade ela tem em qualidade. Pensa comigo: de que adianta você ter uma porrada de usuários (como a distro-lixo do Shuttleworth) se a maioria não sabe nem abrir um terminal? Estive na casa de um amigo, Debian-mental, que ele se embolou completamente por causa do HPLIP: mais precisamente, ele não sabia usar o HPLIP sem a GUI e por alguma razão a danada não queria funcionar. Tive que ensinar para ele como gerenciar o HPLIP pelo terminal. Se você acompanhar o fórum aqui do VOL é de chorar: a quantidade de analfabetos funcionais fazendo perguntas toscas porque não sabem como pensar sozinhos ou como usar o terminal para identificar o erro não está no gibi.
O slacker não sofre disso. Como dito pelos colegas, é uma distro que te força a aprender como as entranhas do GNU/Linux funciona. O velho adágio ("Se você usa Fedora, você aprende Fedora; se você usa Debian, você aprende Debian; mas se você usa Slackware, você aprende GNU/Linux") é atual e verdadeiro. O Slackware exige que você pense, que você leia documentação, que você experimente – enfim, que você aja como uma pessoa e não como um ubunteiro clicador de GUI. Destarte, um slacker consegue resolver problemas em QUALQUER distro, ao contrário dos usuários de outras distros, viciados nas ferramentas do ambiente nativo. Basta pegar os slackers mais antigos daqui do VOL (não em termos de registro de usuário, mas de experiência com a distro) e ver a quantidade de dicas e artigos que eles escreveram para outras distros além do único e verdadeiro GNU/Linux.
Sobre a atualidade da distro em si... nunca foi proposta do Slackware ser uma distro bleeding edge como o Arch. Muito pelo contrário: a proposta do Slackware é ser estável como uma rocha. Por não usar pacotes ainda não totalmente testados, você tem um sistema confiável e praticamente a prova de quebras (nunca vi alguém quebrar uma instalação do Slackware a não ser que essa pessoa estivesse deliberadamente tentando quebrá-la). O Slackware aceita qualquer coisa, e permite que você corrija seus erros sem ficar empenando ou ensebando. Relato de caso: num dual boot Gentoo/Slackware no qual eu usava o driver proprietário da minha placa nVidia, por alguma razão do destino decidi trocar do proprietário para o nouveau. Resultado: o Gentoo quebrou de um tal jeito que nem um terminal para resolver a cagada ele abria. No Slackware? Deu erro no X e foi direto pro terminal para que eu pudesse resolver a coisa. Isso é estabilidade. Por isso a política oficial do Cara de lançar uma nova versão "apenas quando estiver pronta".
Atualmente o Slackware apresenta em uma instalação padrão uma série de gerenciadores de janelas e dois ambientes de área de trabalho: o KDE e o XFCE. Você pode compilar qualquer coisa menos o GNOME para o Slack, visto que esse filho do paraíso do bostinha do Miguel de Icaza tem como dependência o systemd, o que é um pesadelo e tanto para implementar no Slackware. Enfim, das opções padrão eu vou de XFCE pela leveza e tal, e por não gostar da aparência do KDE.
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Dino®
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Só Slackware é GNU/Linux e Patrick Volkerding é o seu Profeta
Mensagem do dia: Satã representa conhecimento sem limites e não auto-ilusão hipócrita.