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removido
(usa Nenhuma)
Enviado em 13/11/2009 - 18:04h
Escrevi este texto como um artigo que infelizmente não foi aceito, porque nós amamos a liberdade.
Antes de colar o artigo, gostaria de avisar que o meu texto tem um toque de deboche. Meu principal objetivo, entretanto, além de "desabafar" com os colegas e amigos do site, era provocar algum humor, talvez arrancar alguns risos. Deixei isto claro no próprio texto, e chego a ponderar meus argumentos contrários e recomendar o uso do Ubuntu na conclusão. Definitivamente não se trata de um texto com ódio, desrespeito ou más intenções.
Segue o texto na integra:
Novidades boas, novidades ruins...
Novidade costuma ser algo legal. Tira aquele tédio da rotina e dá uma temperada no dia-a-dia. É divertido instalar a nova versão do Firefox, encontrar um ambiente de trabalho com temas diferentes ou uma nova suíte de escritório. Tudo isso faz parte de usar uma nova versão do Ubuntu e, por isso, os finais de abril e outubro costumavam ser boas épocas para mim (e outros tantos usuários do sistema da Canonical).
Contudo, geralmente o que é imposto costuma ser irritante. Tem coisas que são ótimas e mudar é pura chateação, principalmente quando o novo é muito pior que o antigo. Sem mais "delongas", alguém mais se irritou com o Grub2? Alguém já descobriu como evitar que o seu colega metido tenha acesso total ao sistema pressionando "c" durante a inicialização? Se existir alguma forma de instituir senha para o shell do Grub2, esqueceram de documentar...
Pois bem, o Grub2 é padrão no Ubuntu 9.10. É instável, é BETA, pobremente documentado, pouquíssimo usado no mundo GNU/Linux (ao menos por enquanto), não existem ferramentas gráficas eficientes para configurá-lo (o startup-manager mal consegue alterar as opções básicas do menu), vem com novidades bobas como suporte a linguagem interpretada própria (logo existirão sistemas de controle de estoque para Grub2) mas não suporta uma singela mas FUNDAMENTAL senha para acesso ao Console. Que horror!
Obviamente isto não é tudo. Uma andorinha não faz verão e apenas o Grub jamais estragaria o Ubuntu. Nas próximas páginas tentarei convencê-lo a abandonar o Ubuntu e instalar o openSUSE. Por quê? Porque ele é o quarto no distrowatch, mas poucos o usam no Brasil. O Ubuntu já tem muitos usuários, todos falam bem dele! É hora de fazer alguma propaganda em prol da diversidade antes que todos usem um só sistema por aqui (eu sei, é claro, que sempre existirão slackmaníacos e defensores do Fedora. Mas não gosto de masturbação, portanto não uso o primeiro. E prefiro usar um sistema que toque meus mp3s sem a necessidade de adicionar repositórios não oficiais - principalmente quando mesmo os oficiais são eventualmente comprometidos por hackers).
Tenha bom humor. Não fique bravo tão cedo, leia até o fim. Ubuntu, Slackware, Fedora, openSUSE e outros tantos (exceto aquela coisa que vem nos Laptops Positivo) são ótimos sistemas. Acho que a melhor distribuição é aquela que mais agrada o usuário particularmente e, como os gostos são diversos e tem louco para tudo no mundo, é impossível determinar hierarquia neste assunto. Novamente, não quero pregar ódio ao Ubuntu. Só que que você use openSUSE! :D
Massarocas do Ubuntu
Além do Grub2, que já comentei na primeira página, não gostei (e você talvez não goste) dos seguintes aspéctos do Ubuntu 9.10:
=> De início, o programa de instalação continua egoista e considera o usuário um
[*****] (ou simples ser humano). É muito limitante para os usuários intermediários que gostariam de uma ferramenta melhor para criar volumes lógicos criptografados com LVM (alias, aquela coisa medonha automatizada para criptografar a home utilizando um arquivo oculto em /home me assustou. Você já viu como aquilo é montado? Experimente usar o analisador de espaço em disco e vai parecer que o seu HD deu cria...), personalizar configurações de rede (nunca me agradou aquela configuração em nível de usuário ao lado do relógio. Sempre preferi o ifup), configurar o Samba, dentre tantos outros pontos que faziam parte da instalação das antigas distribuições, prévias aos tempos do "LiveCD". O Grub2 é terrível, é BETA! Você tem opção de instalar a versão estável durante a instalação? Não! Sem contar que as soluções do particionador automático são hilárias: tenho uma partição NTFS e uma XFS com uma versão antiga (9.04) instalada. Provavelmente quero atualizar para 9.10, certo? Não para o Ubuntu que me sugere redimensionar a partição do Windows (quanto ódio a Microsoft!) e não tocar no Karmic Koala.
=> A nova versão do CUPS é uma verdadeira homenagem a Apple. Experimente:
http://127.0.0.1:631. Muitos usuários adoram deformar o gnome instalando aqueles temas "Leopard Xing-Ling", mas poxa.. até o CUPS? Além do mais, lutei por horas e não consegui compartilhar minha impressora para uso em uma máquina do VirtualBox. Simplesmente não funcionava, algo simples e trivial no CUPS do Koala.
=> A ferramenta para instalação de novos programas é muito pior que a antiga. Eu de fato havia me desacostumado a chamar o apt, aptitude ou o synaptic. Clicar em Aplicações -> Instalar programas era mais que o suficiente até o Karmic. Mas o novo programa é muito pobre. Por que mudar para pior?
=> A versão do Grub é nova. Mas o menu em texto durante o boot continua tão 1999...
=> A inicialização é mais rápida? Sim, em comparação as versões anteriores. O openSUSE que instalei carrega muito mais rápido com as configurações padrões para ambiente Gnome. (eu mensurei! 7 segundos de diferença no meu Hardware, contando desde pressionar o "POWER").
=> Instalar programas de 32bits na versão amd64 continua difícil. As bibliotecas para o mundo antigo são escassas e não dão subsídio a muitos programas (principalmente aqueles que dependem de Qt).
=> O Audacity deu segmentation fault 3 vezes editando um mp3 de 900MB extraído de um vídeo. Trabalho triplicado! Bugs existem em todas as distribuições, mas aquelas que usam muitos BETAS são mais arriscadas...
=> Desta vez o startup-manager nem vem pré-instalado (por motivos óbvios). Não há aquela antiga ferramenta gráfica para desativar serviços do sistema na inicialização.
=> Cria um novo usuário significa construir uma conta porcamente configurada. O segundo usuário costuma sofrer...
=> Não existe uma ferramenta que centralize as configurações, como o YaST.
Acho melhor parar por aqui. Já estou com sentimento de culpa, algo do tipo: "guspiu no prato que comeu". Mas acredito que se você gosta de configurar o seu sistema em mais detalhes e ter um computador com novidades, mas estável, o Ubuntu deixou de ser a melhor opção.
Sobre o openSUSE
Se você nunca ouviu falar em SUSE ou openSUSE, não sou eu quem vai apresentá-lo. Me custaria horas e a Wikipedia faz isto muito melhor. Quero apenas salientar alguns pontos que me fizeram tomar gosto por esta distribuição, considerando que sempre fui um admirador do Debian e sua prole. Semana passada eu tinha alergia a RPM. Hoje estou impressionado com a qualidade do openSUSE.
Em primeiro lugar, a instalação (não fiz uso das versões LIVE, pois não me agrada experimentar uma versão extremamente lenta de um sistema. Se é para experimentar, que seja bem feito) é excelente. Por um lado é intuitiva e fácil de usar. Por outro, é completa! Um sistema trivial não precisa ser restritivo, e o YaST prova isso. Pela primeira vez fui capaz de criar volumes lógicos criptografados para uso em home, etc, var e swap sem usar enjambres e me sentir usando uma bola de arame. E o melhor: foi muito fácil. Muito mesmo!
Escolhi o ambiente baseado em GNOME. Não por vício do Ubuntu, mas por sensatez. Se o programa mais importante para mim (Firefox) usa Gtk, para que carregar Qt? Logo após reiniciar tive uma ótima surpresa: um boot bonito! Além do menu enfeitado com gráficos do Grub (versão estável, consagrada, documentada, com suporte a senha e ferramentas gráficas completas para configuração), o splash foi tão agradável quanto o do Ubuntu. Mas o principal foi a rapidez com que cheguei ao gnome carregado e pronto para usar. Me prestei a reiniciar para o rodar o Ubuntu novamente e quantificar: 7 segundos de diferença!
Então me ví em um mundo desconhecido, sem APT! Comecei pelo Menu "Computador". Mais novidades: uma organização mais moderna, "Windows Vista Like" (o que é bom é para ser copiado, certo?). Encontrei o tal YaST. Imediatamente perdi toda a resistência: foi muito fácil configurar o sistema e instalar novos programas. Algo tão simples e tão centralizado que é difícil acreditar que alguém não conseguiria fazê-lo (estou consciente que isto é absolutamente falso). Sem adicionar qualquer repositório pouco confiável, fui capaz de instalar até o Chromium!
O ambiente de trabalho estava muito melhor "acabado". Os papéis de parede se alternavam de tempos em tempos, sem me cansar com a mesma vista o dia inteiro. Tinham muitos outros temas disponíveis para a aparência e pude utilizar todos os programas de 32bits que preciso sem fazer enjambres, pois as bibliotecas para tudo estavam disponíveis. Ainda, o shell estava colorido! Muito mais bonito! E o yast também tem uma interface no mundo das letrinhas, barbada configurar o computador.. mesmo no escuro!
Tantas outras coisas me agradaram o suficiente para não voltar ao Ubuntu. Entretanto, obviamente, tive alguns problemas. A próxima página fala disso...
É uma silada Bino
O Ubuntu tem seus problemas e o openSUSE obviamente não é diferente. A instalação via rede é terrível: levou mais de 9 horas até que faltou luz antes do término do Download. Foi mais prático baixar o DVD inteiro e fazer a moda antiga. Baixar 4.7GB é muito pior que os 700MB do Ubuntu.
O Compiz não estava bem configurado. Tive que baixar manualmente o backend do gconf para que as modificações no CCSM fossem imediatamente postas em prática (do contrário seria necessário reiniciar a sessão). Também não foi tão simples instalar o driver da nvidia. Não havia uma luz verde piscando: "Drivers restritos estão disponíveis, clique aqui e seja feliz!".
Não gostei do GNOME com uma só barra estilo Windows. A lista de janelas fica apertada e preferi recriar a barra superior.
Tive que lembrar que o meu relógio estava em UTC. Problema antigo para quem tem Windows, que não existe no Ubuntu.
Conclusão
O Ubuntu é massa! Tem seus problemas mas funciona bem. Recomendo!
Mas você deveria experimentar o openSUSE 11.2...
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Peço desculpas se alguém se sentir ofendido, mas na minha opinião a liberdade do software livre inclui a liberdade de expressão.
Abraços aos amigos,
Piero