Considerações sobre interfaces gráficas (palestra VOL DAY I)

Essa á a palestra que tive a honra de apresentar no VOL DAY! Aqui foram incorporadas também as questões surgidas da plateia (e aliás um abraço a quem foi ver!).

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Por: celio ishikawa em 12/03/2010


Mais vídeos e conclusão



Uma outra alternativa é esse projeto que através de uma câmera detecta os movimentos da mão do usuário:
Por sua vez, a evolução disso pode ser a interface que aparece no filme Minority Report:
Agora vamos falar um pouco de realidade aumentada, que é um tema que foi muito comentado no Campus Party. Selecionei 2 exemplos.

Uma é essa do Jokempô, em que pessoas diferentes estão se vendo através de computadores com câmera, mas o que elas vêem através da tela é diferente da realidade por causa da camiseta que usa realidade aumentada:
E nesse aqui a pessoa usa óculos com realidade aumentada, então é um mergulho ainda mais fundo, não fica apenas na tela do computador:
Comentei com meu pai que se for assim, no futuro, além das pessoas estarem com walkman e você não saber o que elas ouvem, você também não vai saber o que elas vêem.

A realidade aumentada aumenta a superfície para receber dados ou para enviar dados, enfim, aumenta a superfície sobrepondo o virtual ao real.

(uma pessoa da plateia comenta que já estão desenvolvendo algo ainda mais louco, de dispositivos controlados com pensamento)

Puxa, pensamento... agora, imagine que estranho, a tecnologia avançar a esse ponto, mas quanto à interface, você usa o pensamento para arrastar janelas! Como o outro já disse, o paradigma continua o mesmo, esse é o problema!

Outra pessoa da plateia: "Não fora, que o pensamento é organizado de forma que você executa a tarefa de um jeito porque se lembrou de um exemplo no Youtube, de uma imagem, texto, ou seja, se isso não for bem organizado, você vai abrindo um monte de janelas desordenadas com a força do pensamento!"

Respondo: Pois é, não evoluíram! Aliás, eu falei dos ícones animados do Win3.1. Sabe qual é outra coisa que vi depois, que achei que ia pegar mas não pegou? É aquilo de no Win98 ter o Windows Media Player que quando minimizado virava uma barrinha, mas uma barrinha diferente, com Play e Pause para controlar a música sem roubar espaço de outras janelas. Achei que mais programas iam embutir funcionalidades na versão minimizada, mas no fim foi só esse Media Player mesmo! E fora que ela tinha skins e temas que faziam com que ela não fosse mais retangular como as janelas, poderia ser redondo, qualquer coisa.

Alguém da plateia observa que o Media Player tinha essas opções mais divertidas por que era um programa para entretenimento.

Respondo: Mas várias coisas vêm do entretenimento mesmo. Por exemplo, os jogos estão muito mais avançados pois eles usam o Wiimote para movimentos tridimensionais (outro exemplo que lembrei depois da palestra). A própria confusão dos limites entre dispositivos de entrada e saída de dados vi primeiro com o caso do joystick, que treme quando se está jogando jogo de carros e o carro passa por terreno ruim. Alguns dizem até que o básico da interface gráfica não surgiu com a Xerox, mas com o Atari. De tempos em tempos temos de ver o que o pessoal do entretenimento está desenvolvendo.

Um termo que está despontando também é a "interface tangível", a ideia de você poder interagir com o computador usando algo tangível, que se pode pegar com a mão. Contudo, não são como o mouse, pois os desenvolvedores dessa tecnologia dizem que no futuro cada coisa será desenhada para uma função e não como o mouse, que é genérico para múltiplas tarefas:
Nunca surgiram tantas formas de entradas de dados, mas a forma de recebê-los não mudou muito. Inclusive, hoje em dia, com kits de robótica, kits de Arduíno, as pessoas podem projetar seu próprio hardware. Mas... como será a interface para recebê-los?

(Plateia pergunta se a tendência é simplificar o design)

Não, simplificar não é o único caminho. Pode-se também complicar. No Win3.1 só havia 2 quadrinhos no canto da janela: para maximizar e minimizar. Mas então surge um terceiro para fechar. Você não simplificou, você complicou, eram 2 e agora são 3, e lembra que no KDE tinha também o quadradinho da tachinha? (uma pessoa da plateia diz que com o quadradinho do X agora todo mundo usa aquilo ao invés de ir ao "arquivo-sair"). Sim, você complica de um lado, mas altera o comportamento e todos aderiram ao novo comportamento pois trouxe alguma vantagem.

Por exemplo, pode-se mudar todo o comportamento, só que as pessoas vão ter de reaprender tudo até se acostumar com ela. Por exemplo, o pessoal do Star Trek usa a interface LCARS. A gente não entende mas eles sim:
Por fim, para dizer que não se sabe para onde as interfaces vão evoluir, vejam cenas dos filmes Ghost in the Shell 1 e 2. Parece que se trata da evolução da interface texto, em que as pessoas ainda têm de digitar (risos da plateia ao verem como se digita no filme), tem aquela beleza simples das interfaces texto de letras e dados sob fundo preto, ainda que na cena seguinte, pareçam usar um pouco de touchscreen. Ainda, parece que eles podem usar a voz, o que não é interface texto nem gráfica.
Espero que vocês tenham gostado. Muito obrigado!

Estou começando um blog sobre o assunto que é: http://novainterface.wordpress.com

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Páginas do artigo
   1. Do meu primeiro computador aos modernos
   2. Vídeos, discussão sobre multitouch
   3. Mais vídeos e conclusão
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Comentários
[1] Comentário enviado por alefesampaio em 13/03/2010 - 12:08h

Realmente fenomenal, espero que as próximas sejam trasmetido ao vivo assim como já acontece com Campus Party

[2] Comentário enviado por Primo NT em 14/03/2010 - 09:05h

Ja brinquei com o blender!
Mas não sai do canto!
kkkkkkkkkkkkkkk
Muito bom! ;D

[3] Comentário enviado por vinipsmaker em 10/04/2010 - 14:51h

Parabéns, pelo artigo incrível, não sei com deixei pra lê-lo só agora.
A palestra também deve ter sido muito boa.

[4] Comentário enviado por vinipsmaker em 16/04/2010 - 13:16h

Vi uma notícia recente que pode interessar a tu e aos leitores do artigo:
http://info.abril.com.br/noticias/blogs/gadgets/miscelanea/seus-membros-podem-virar-tela-sensivel-ao...
É sobre uma tecnologia que permite utilizar seu próprio corpo como uma tela sensível ao toque. Me lembrou um pouco o teclado que é projetado via laser.

[5] Comentário enviado por vinipsmaker em 05/06/2013 - 14:41h

Novo projeto de interface que está em desenvolvimento:
https://www.youtube.com/watch?v=vya7rWrkjs0


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