Como mencionei, adaptar-se é preciso... e adaptar o meio a você também... Vamos começar porém nos adaptando ao meio, e aprendendo a tirar vantagens do que ele nos tem a oferecer. Em primeiro lugar, a todos os que já tenham algum contato com a limitadíssima interface de linha de comandos do MS-DOS, devo dizer que aqui, ao contrário de limitações, você encontrará inúmeras potencialidades...
Pra começar, já pensou em ver fotos no sistema da MS usando o prompt do DOS? É óbvio que não
conseguirá... pois aqui, no nosso querido Shell será possível... Bem, mas vamos em frente.
(Você) - Como faço para acessar a interface em linhas de comandos?
(Mestre) - Você é uma droga de aprendiz apressado, gafanhoto. Limão e laranja são frutas que se tem que espremer antes de tomar-lhes o suco...
Pois bem. A interface em linha de comando tem esse nome porque tudo o que você vai fazer é informar comandos que o computador deverá executar. Isso você já deveria ter em mente, uma vez que desde que você o liga tudo o que ele faz é obedecer comandos. E é isso mesmo.
Primeiro passo - Acessando interface de linha de comando
Para acessar a interface de linha de comandos em um ambiente
GNU/Linux você tem pelo menos três opções distintas:
- Iniciar o sistema em modo monousuário
- Usar um dos terminais disponíveis no seu console local/remoto
- Usar um emulador de terminal no ambiente gráfico
Modo mono-usuário (single):
(Você) - Que diabos é 'modo mono-usuário'?
(Mestre) - humpf!
Não é nosso objetivo estudar a história dos sistemas operacionais, portanto, creio que basta dizer que antes que houvessem sistemas com suporte a múltiplos usuários simultâneos, os computadores só eram usados por um único usuário por vez, daí o nome mono-usuário. Quer dizer que cada usuário que precisasse usar um computador que funcionasse em modo monousuário teria que esperar o outro usuário finalizar sua sessão em execução.
Geralmente em distribuições GNU/Linux, usar o computador em modo monousuário é uma tarefa para o administrador do sistema, ou usuário 'root'.
Para acessar o modo monousuário você tem duas opções:
- Alterar os comandos de inicialização fornecendo um caminho para inicialização invocando diretamente um interpretador de comandos
- Alterar os comando de inicialização passando como parâmetro a keyword single
A primeira consiste em você informar o caminho do interpretador de comando a ser executado diretamente pelo processo principal init: init=/bin/bash.
Chamo atenção para o fato de que fazendo isso, você estará colocando todo o seu sistema em risco (claro que há algumas opções a mais de comandos para que a assertiva acima seja verdadeira...), pois você estará usando o seu sistema como o usuário 'root'. Sem senha nem nada de mais...
A segunda consiste em fornecer um comando para o gerenciador de inicialização.
No lilo:
linux single
No grub e grub2*: ao final da linha que contém as diretivas do kernel, adicione a keyword '
single'.
Novamente aviso: modo monousuário se tornará perigoso se você não souber o que fazer, e se não prestar atenção a este artigo até o fim...
Não execute o modo monousuário para realizar tarefas comuns. Em algumas distribuições o grub exibe uma opção 'recovery mode' que nada mais é do que o sistema sendo executado em modo monousuário.
No Ubuntu, para acessar o modo monousuário de forma segura use a opção 'recovery mode' > 'drop to root shell'. Geralmente será solicitada uma senha... Se perdeu a senha, é outra história.
Terminais locais ou remotos
Quando você inicia seu sistema operacional GNU/Linux, pode conectar quantos usuários forem preciso que compartilharão a máquina simultaneamente executando seus próprios processos de modo independente uns dos outros. Isso acontece graças à herança dos ambientes de servidores Unix, que permitiam que vários usuários utilizassem uma máquina ao mesmo tempo através de conexões seriais ou usando pseudo-terminais. Esses pseudo-terminais hoje, são cruciais nos ambientes GNU/Linux. São eles que tornam possível o uso de emuladores de terminal na interface gráfica, por exemplo (para mais informações, leia o manual: man pty).
Hoje, apesar de quase não se ouvir falar em conexões seriais, GNU/Linux fornece uma estrutura bastante compatível com o modelo através de dispositivos virtuais denominados 'teletipos virtuais'. Mas como nosso objetivo não é detalhar história da computação, vamos em frente.
Para acessar local e diretamente um terminal de linha de comandos, você pode usar atalhos de teclado já predefinidos: CTRL + ALT + F1, por exemplo. Experimente CTRL + ALT + cada uma das teclas de função. Você terá pelo menos 6 terminais locais para uso da CLI e isso fora a possibilidade de acessar terminais remotos.
Para acessar terminais remotos, você pode usar desde programas mais simples como o Putty <
http://www.chiark.greenend.org.uk/~sgtatham/putty/download.html>, como usar SSH.
Usando SSH fica mais ou menos assim (dependendo da necessidade):
ssh seu_nome_de_usuario@ip_servidor
Não importa se o servidor está na rede local ou localizado na internet. Se o serviço de acesso remoto ao shell estiver ativado, você poderá acessá-lo assim.
(Você) - Mas, pra que preciso de tudo isso?
(Mestre) - Formigas raramente precisam de asas...