Nós da criação também devemos ter um MÍNIMO de planejamento (não estou falando de agendamentos e coisas do tipo) a respeito do que desejamos fazer para que a identidade visual criada para o nosso cliente fique a contento para o mesmo (prioritariamente) e para o consumidor final do produto e ou serviço provido pelo mesmo, vamos lembrar mais uma vez que o nosso cliente NÃO É O CONSUMIDOR FINAL e sim o provedor de serviços e produtos ao mesmo.
Nem sempre nós temos um redator e um executivo de contas presente (quando trabalhamos sozinhos estes personagens literalmente não existem), então não vou falar aqui sobre técnicas para se relacionar melhor com estas pessoas.
1: Não abandone o papel: computador é uma ferramenta e não uma caixa mágica de milagres. Faça sempre no papel rascunhos diversos do que você pretende criar para o cliente, acredite, isso aumenta a sua criatividade e poupa tempo de máquina.
2: Procure se colocar no lugar do cliente algumas vezes, assim você pode entender melhor as necessidades dele.
3: Procure ser transparente com o mesmo, assim a chance de ambos sairem satisfeitos é bem maior.
Agora vamos falar sobre a curiosa relação da criação com as gráficas. Para começar, nós precisamos ver o básico sobre sistemas de cores, eles são 3.
RGB: Nós sempre criamos em RGB, já que é o mais rico em possibilidades de cor.
CMYK: A soma das cores resulta em ausência de cor, é usado pelas gráficas para um melhor desempenho.
HSB: É o sistema utilizado pela nossa vista humana comum, basicamente só o Gimp possibilita trabalhar com ele de forma adequada, o principal segredo é saber trabalhar com as frequências de luz (cores RGB).
Agora vamos um pouco mais longe, já cansei de falar em artigos o porque dos sistemas de cores e etc, agora vamos falar um pouco sobre como isso realmente vai afetar o seu trabalho:
Primeiro: O RGB te mostra como ficam as coisas no monitor apenas, não na vida "real". Algumas impressoras caseiras e gráficas até "ignoram" o problema, obtendo resultados bem próximos aos do monitor, mas isso depende também de como é o parque da gráfica que vai imprimir, dependendo do que for o resultado, pode ser um desastre completo, para tanto não custa você procurar no sourceforge o plug-in do Gimp para trabalhar com CMYK (note que você só vai converter para CMYK quando terminar a peça e mesmo assim, apenas para assegurar que tudo sairá o mais perfeito possível na hora de imprimir na gráfica).
Caso não queira procurar o plug-in, ainda existe solução, você pode solicitar para que a conversão seja feita na gráfica, porém nesse caso você deve estar presente e a gráfica não pode ser "pé sujo".
Segundo: AMPLIAÇÃO de arquivo.
Quando te solicitarem uma peça maior, não se atreva a criá-la em tamanho original, mesmo por que quase ninguém teria hardware para isso (imagine uma peça de 10.000 x 13.000 pixels!!!!!). Para começo de conversa certas peças nunca vão para a gráfica com 300 dpi, que é a "qualidade padrão" para uma impressão decente, por exemplo um outdoor não tem mais que 35 dpi! =], isto por que você o vê "de longe" e não os detalhes. Isto também vale para giga banners, plotters e afins. Então não existe grande problema se você resolver ampliar um arquivo feito em tamanho x para tamanho 3x se o processo for feito com cuidado.
vejam por exemplo esta imagem:
![](//static.vivaolinux.com.br/imagens/artigos/comunidade/thumb_steel.jpg)
Se tentarmos ampliá-la para o QUÍNTUPLO do seu tamanho da maneira "óbvia", teríamos este resultado (é óbvio que a imagem foi reduzida para caber no artigo):
Aqui temos o nosso pequeno desastre.
Para que isto não aconteça você deve ampliar AOS POUCOS! Isso mesmo, 200 pixels por vez e ainda por cima utilizando interpolação CÚBICA. Isto você pode selecionar no menu de ampliação e redução da imagem, lembrando que isto interferirá e muito no resultado final.
Aqui temos basicamente a mesma imagem com interpolação cúbica e obviamente ampliada aos poucos. É possível notar a diferença de perto, não se preocupe com os detalhes, já que em peças maiores eles não são vistos.
![](//static.vivaolinux.com.br/imagens/artigos/comunidade/thumb_tcham2.jpg)
"Mas por que isso acontece?"
Vou tentar explicar de um jeito menos complicado: quando você amplia a imagem, o programa de edição de imagens, seja ele qual for, insere pixels na figura para reconstruí-la". Quando você faz o processo inteiro direto, ele estoura os limites dos pixels da imagem causando o serrilhado tão mal vindo, fora outros problemas maiores.
"Porque eu não devo deixar a gráfica fazer o serviço sem pedir um fotolito primeiro?"
A menos que:
1: Você seja um completo idiota.
2: Tenha tendências suicidas.
3: Ache que o mundo é um verde com bolinhas amarelas.
Fora estes casos, o fotolito vai garantir que a peça vai sair como você e o cliente desejam e caso a amostra venha com erros, você pode consertá-los antes que toda a campanha seja impressa.
Vamos tratar agora de um assunto um pouco chato, mas infelizmente necessário, os erros comuns dos anúncios.
- A fonte utilizada na peça deve ser SEMPRE A MESMA, assim você preserva a identidade visual do produto e não "polui" a peça, além disso você evita que o consumidor final se confunda.
- UTILIZE SEMPRE imagens adequadas ao serviço e ou produto que está vendendo, por exemplo: o que uma imagem de PRAIA E PESSOAS BRINCANDO NA AREIA tem haver com uma churrascaria de grife frequentada pela classe A+?
- Procure sempre fazer o melhor trabalho possível, lembre-se que a pessoa pagou por isso e é a sua reputação em jogo, se a arte não ficar boa e o cliente aprovar e você não fizer nada para convencê-lo a pelo menos melhorar, esqueça, você não serve para o mercado.
- Não polua a peça com palavras desnecessárias, isto apenas cansa a vista do consumidor final.
- Não prenda a sua criatividade achando que assim você não vai passar a sua identidade visual para o cliente, é normal e até bom de certa forma que traços da sua acabem na dele, porém faça-o com moderação.
Muito bem, chega de teoria e vamos trabalhar.