capitainkurn
(usa Slackware)
Enviado em 19/04/2014 - 10:39h
Qualquer moeda que não possua um lastro físico seja em metais preciosos (ouro, platina, nióbio, prata etc.) é tecnicamente imaginária. O que lhe atribúi valor é tão só a credibilidade que esta tem perante à sociedade.
Quando eu trabalhei em mercado financeiro nos idos de 1993 o próprio Federal Reserve em nota oficial admitiu que simplesmente não sabia quantos dólares americanos haviam em circulação no planeta. Embora tivessem controle rígido em território americano. Isso faz do dólar a moeda mais inflacionada do mundo e em tese ele não deveria valer nada, no entanto ele vale.
Se toda a comunidade tem a crença que o Bitcoin vale, então ele vale. O mesmo ocorre com o ouro e outros metais. Se amanhã ou depois ocorrer um cataclisma global que produza a queda da civilização os ativos que terão valor serão os que assegurem a sobrevivência, água, remédios, comida, cabras e vacas, armamentos e munições. Cédulas de real, dolar, euro libra etc. servirão bem para alimentar uma fogueira em uma noite fria ou para isolar termicamente o berço de um recém nascido ( se bem que jornal é melhor ).
Para que tenham uma idéia uma instituição financeira bancária, digo bancária por que existem as não bancárias tais como corretoras, distribuidoras, assets etc. Tem o cunho de gerar expansão de base monetária. Então me perguntarão... "-Ora não é apenas o estado que tem o monopólio de emitir dinheiro?" a resposta e sim. Mas a grosso modo a coisa funciona da segunte maneira:
Um exemplo:
O Tesouro Nacional solicita à autoridade monetária, que é o verdadeiro dono e emissor de dinheiro independente do governo ( ao menos em teoria ) que no nosso caso é o BACEN R$ 100.000.000,00 ( cem milhões de reais ) então o BACEN diz para o TN "-Ok emite uma letra de dívida de 100 milhões para mim que eu te imprimo ou aloco uma posição escritural declarando que você tem essa grana." ) tanto que a cédula de real tem o nome do seu real emissor "BANCO CENTRAL DO BRASIL". Bem feito isso esse dinheiro só entrará na economia quando for efetuado um depósito a vista em um banco comercial, que no caso é o Banco do Brasil, mas poderia ser qualquer um. Quando isso ocorre o banco de varejo é chamado em recolhimento compulsório de liquidez. digamos que esse percentual seja de 10% varia conforme a conjuntura já chegou a ser 99% nos tempos da inflação alta.
Muito bem o BB recebeu um depósito a vista de 100 milhões e ficou em caixa com 90 depois do compulsório, então ele pegou estes 90 e emprestou. Então temos 90 milhões circulando na praça até o momento, aí o TN faz um cheque de 100 para uma empreiteira por exemplo. O dono da empreiteira deposita na conta o cheque de 100 e temos mais 100 milhões "oficialmente" circulando e pergunto. Quantos milhões de fato estão na praça para apenas 100 milhões emitido inicialmente pelo BACEN?
Resposta: R$ 190.000.000,00 ( cento e noventa milhões de reais ).
100 do cheque que o TN fez para a empreiteira, e 90 que o BB emprestou para quem quis. Aí me perguntarão "-Ah mas o BB teve que buscar no mercado a juros menores que emprestou os 100 para honrar o cheque e esse dinheiro saíu da economia." Errado! Não importa o que o BB teve que fazer para honrar o cheque. o fato é que há 190 milhões circulando na economia e as únicas coisas que pode reverter isso são depósitos a vista em bancos comerciais ou um ato unilateral por parte do BACEN... que não ocorre desde os tempos do collor de melo...
É assim no Brasil e em 95% dos países soberanos do planeta.