Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 20/10/2010 - 19:31h
Essa manchete meio-tosca com "the dream is dead" (e não "the dream is over") quer dar a impressão de que o sonho do desktop Linux está "morto" mesmo, e não apenas "acabado", o que já seria uma afirmação duvidosa justamente em um momento no qual o Linux começa realmente a se consolidar como um sistema também para desktop (talvez graças à Canonical).
Esse "who cares" ("quem se importa") também tem seu aspecto de duplo-sentido, insinuando que "ninguém está nem aí" para o Linux.
Linux é realmente um "produto de nicho", e até devemos nos orgulhar disso.
A Apple Computer fabrica para nichos muito especiais de mercado, que são realmente minoria, e contudo a Apple é a principal fornecedora e "dona do mercado" nesses nichos.
Da mesma forma certos softwares são produtos de nicho: AutoCAD, SAP... são excelentes e realmente insubstituíveis em seus nichos, onde detém praticamente 100% de participação.
É uma minoria quem compra? Claro que sim.
Apenas que existem minorias que valem a pena.
Não fosse assim, não existiriam Orkut, Google, Yahoo, Bob's, Mac Donalds, porquanto por maiores que sejam seus nichos, ainda existem muitas restrições para que a grande massa popular possa desfrutar de seus produtos e serviços.
Tem uma firma americana chamada "The Main Gate" cuja história demonstra que mesmo aqueles que se dedicam a pequenos nichos podem dar a volta por cima e conseguir um grande poderio no mercado.
Essa Main Gate era uma lojinha furreca e que repentinamente viu mudar-se para o seu lado uma grande empresa do mesmo ramo, que abriu uma loja muito vistosa e que evidentemente vendia muito mais que ela. Dentro de pouco tempo a lojinha furreca estava cercada pela direita e também pela esquerda. Até que alguém teve a idéia de fazer uma bela reforma, deixar a loja bonita arejada e clara, e mudar seu nome para "The Main Gate" - algo como "entrada principal" (literalmente "o portão principal").
Hoje The Main Gate é uma das principais corporações varejistas dos Estado Unidos. E tudo começou bem modesto, como empresa de poucos clientes e que pelo aperto, diante até mesmo da falência, se viu na contingência de reagir ou sucumbir. Reagiu e se deu bem.
Agora é dona do mercado e não apenas de seu modesto nicho.
Para ter certeza de que o inimigo está realmente morto tem de ver se ele ainda tem cabeça e se não foi exumado. Se ainda estiver com a cabeça, mesmo sepultado ele ainda pode se manifestar e causar estrago (segundo a lei de Murphy).
Portanto, essa história de "Desktop Linux morto" é uma praga de urubu que não pega em cavalo gordo...
E temos uma vantagem para contar: O Linux não tem NENHUM usuário pirata. Todas as versões instaladas são legítimas e a grande maioria foi instalada espontaneamente.
Isso "a turma de lá" não vai poder afirmar nunca.