Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 19/10/2013 - 11:51h
Se eu fosse um pessimista, diria que estou que nem aquele famoso queijo de soja (*)...
Fico meio desconfiado quando vejo pessoas infartarem assim repentinamente e "irem embora" de maneira extremamente rápida.
Infartei no ano passado (não façam isso em casa!), passei de sexta para sábado sem ser socorrido.
Uma vez no UPA, fiquei o tempo todo em repouso e tomando medicamentos anti-trombóticos até poder ser transferido para fazer o ecocardiograma, onde constatou-se que eu, durante nada menos de 16 dias, estive com entupimento de 80% numa das coronárias, e 99% na outra.
Nova transferência de hospital, o cateterismo e a rápida colocação de dois "stents" (que as pessoas chamam de "molinhas").
Mais um piripaquezinho (acho que durante a remoção do catéter ele obstrui novamente, embora apenas durante alguns momentos).
A sensação não é nada agradável, e eu recomendo veementemente que as pessoas se cuidem de forma preventiva.
Aqui vai uma dica:
Cuidado com as "paixões alimentares"!
O paladar é um dos sentidos que age de forma egoísta, buscando benefícios para si próprio, porém desprezando o funcionamento do resto do corpo.
Na prática é isso: Não interessa se o coração vai se dar mal, se o fígado vai reclamar, se os rins vão entrar em colapso.
O paladar quer que tudo se dane: O que vale é o sabor momentâneo daquele baconzinho, daquela cervejada, da churrascada, da pizza, do fast food, etc.
99,99999999% das lanchonetes não tem alimentação
nenhuma que seja considerada "saudável".
No hospital pude encontrar muitos reincidentes, já safenados, e que haviam infartado novamente, exatamente por causa de maus hábitos alimentares.
Vida de pós-infartado é outro tipo de vida, e temos de abrir mão de uma série de coisas, ao mesmo tempo em que abraçamos outras.
E nesse quesito - alimentação - acho que na atual conjuntura é melhor e mais proveitoso recorrer a um nutricionista que a um médico.
Vocês pode estranhar que exatamente o Teixeira seja aquele a afirmar tal coisa, mas após meses frequentando reuniões semanais, onde impera o "nãopodismo" (não pode isso, não pode aquilo), percebi que segundo a medicina contemporânea não há absolutamente
nada que eu possa comer.
Devo portanto evitar as carnes (no início eram apenas as vermelhas, agora também as brancas), os tubérculos, agora também os legumes.
Não posso comer nada que provenha de debaixo da terra (batatas, cenouras, etc.)
Laticínios, nem pensar.
E nada que contenha
sódio, e não apenas o sal de cozinha (a lista é muito longa, desde os adoçantes até o ajin...(o tal glutamato monossódico), as carnes aglutinadas (o aglutinante é à base de sódio), por aí vai.
Tenho uma sobrinha que é nutricionista e que determinou minha dose
diária de sal em 3g (correspondente a uma tampinha de caneta).
Uso apenas 1g e fico satisfeito.
Qualquer produto industrializado, mesmo em doses mínimas, passa facilmente dessas 3g.
O "caminho das pedras" é fazer uma alimentação balanceada, utilizando certo tipo de gordura para facilitar o fluxo das "más gorduras", evitando assim o seu acúmulo.
Ômega 3 e azeite de oliva
extra virgem agem como detergentes na corrente sanguínea,
ajudando a limpar as artérias.
A coisa porém não é "tão" simples assim, e requer acompanhamento por um profissional competente.
Porém o uso de medicamentos deve ser perene, e não será pelo fato de estarmos "melhores" em um determinado dia o que nos autorizará a abandonar o tratamento.
Um detalhe bastante curioso:
Imediatamente antes de infartar, eu já fazia controle metódico da pressão arterial e o meu colesterol estava "bom", segundo exames bem recentes.
Deduzo portanto que o entupimento das artérias e o próprio infarto possam surgir repentinamente, por outros motivos fora de um controle metódico.
Mas eu estava pesando algo próximo dos 108kg, e claro que esse é um detalhe que não pode ser negligenciado.
Isso é que é o problema, porque pelo andar da carruagem, apesar da obesidade, eu "não infartaria nunca".
No entanto...
Por enquanto, sinto
muita falta das atividades físicas, que ainda não foram autorizadas pelo cardiologista.
Minha bicicleta olha para mim, certamente com saudades.
Ou não.
Porém estou com a tonicidade muscular bastante prejudicada, em parte pelos efeitos colaterais dos medicamentos, e muito pela inatividade física.
O único músculo que consegui desenvolver é aquele do "Tchau"...
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(*) Tofu