OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

25. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

LinuxWalker
Delusion

(usa Debian)

Enviado em 27/02/2018 - 08:02h

Só vale a pena quando a pessoa tem conhecimento para tirar proveito disso.
Só para alimentar o ego, não vale.
E desde que a pessoa use spotify & chrome, não faz sentido, será sempre um "poser".

Cada um segue o que quiser. O que acontece muitas vezes é a pessoa tentar diminuir o outro porque é incapaz de entender as suas opções. Ridicularizar quem faz a opção por seguir essas filosofias é glorificar a estupidez.


...........................................................
Distros: Debian, Fedora, Manjaro.


  


26. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Hugo Cerqueira
hrcerq

(usa Outra)

Enviado em 27/02/2018 - 12:50h

raserafim escreveu:

hrcerq escreveu:

Inclusive, há muita incoerência do lado dos defensores do software livre também. Um certo misticismo sobre todo software proprietário ser algo do mal que serve para explorar as pessoas. Essas são críticas vazias e por vezes sem fundamento. Vários motivos (alguns bem banais) podem levar alguém a fechar o código e torná-lo proprietário. [...]


É verdade, costuma se argumentar muito nesse sentido...

Particularmente, acho essa hipotética "espionagem" o menor dos problemas do software proprietário.

Penso que o maior problema é o ato em si de fechar o código: isto é, impedir que uma determinada solução, portanto um conhecimento fruto de todo o acúmulo da humanidade, não retorne para a humanidade como um conhecimento acumulado.

Entendo que a propriedade intelectual é um desserviço à ciência.




Não só à ciência. O próprio comércio como um todo é prejudicado, já que a propriedade intelectual favorece o surgimento de monopólios. As chances de competição justa e honesta são severamente reduzidas quando você não pode fazer uso de determinada solução por questões de copyright, marca registrada ou pior: patentes. Felizmente essa última não assombra o nosso país (diretamente), já que patentes de software não são válidas no Brasil.

E ainda, o serviço público também é prejudicado. Este deve prezar pela máxima eficiência, e que eficiência existe em comprar a mesma solução duas vezes apenas porque cada uma cobre uma parte da necessidade, e nenhuma das duas pode ser modificada? Isso é um problema muito comum nas instituições públicas: desperdício por falta de extensibilidade das soluções.

---

Atenciosamente,
Hugo Cerqueira


27. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Giovanni  M
Giovanni_Menezes

(usa Devuan)

Enviado em 27/02/2018 - 13:50h

Discussão muito interessante nesse tópico, deixando meus 20 centavos aqui..

Sobre o Software Livre, sempre vou optar por opções livres, já substitui o Virtual Box pelo KVM/QEMU e não me arrependo nem um pouco, é um hipervisor muito bom, ainda estou aprendendo, se tiver disponível ao livre, opto pelo livre.

Adotei seguir o Software Livre depois de amadurecer a ídeia, ler muitos pros e contras
e separar o que era mito e o que era verdade a respeito do assunto, inclusive discordo
de alguns pontos do Stalmman, um deles é querer que as pessoas abandonem o código
fechado a qualquer custo, mesmo sem uma alternativa livre, isso eu não sou a favor.

Quanto a código fechado e patentes, eu sou a favor do direito de se fechar o código
com algumas ressalvas:

*Drives não podem ser patenteados, Drive não é como um software comum, ele é o
manual de como funcionar o dispositivo físico que a pessoa comprou, no caso uma
placa de rede, logo no meu entendimento Drive não pode ser patenteado porque
a grosso modo se trata de instrução de como fazer funcionar o equipamento que
a própria pessoa compro.

*Os demais programas, sou a favor do direito de fechar e patentes, MAS, essas
patentes não podem ter duração maior de 5 anos após inicio de comercialização.
não sou a favor desse negócio de patentes "eternas" como é hoje.

*Outro problema é o caso de patentes sobre coisas que nunca entram em comercialização no caso a pessoa patenteia para amarrar outros concorrentes, também sou contra, logo, o proprietário tem até + 5 anos para começar a comercializar algo com as patentes que ele registro, para evitar que o sujeito saia patenteando coisas só para amarrar a concorrência.
Após espirar esses prazos, 5 + 5, o código deve se tornar de domínio público.

*Patentes envolvendo produtos da areá militar deveriam ser a única exceção a regra, por motivos óbvios, pois trata-se de defesa da nação, nesse caso sou a favor
de patentes com duração de até 100 anos.



--------------------------------------------------------------------------
Somente o Software Livre lhe garante as 4 liberdades.
Open Source =/= Free Software.
https://goo.gl/mRzpg3
http://www.anahuac.eu/contrarrevolucao-osi/


28. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Hugo Cerqueira
hrcerq

(usa Outra)

Enviado em 27/02/2018 - 15:32h

Giovanni_Menezes escreveu:

Discussão muito interessante nesse tópico, deixando meus 20 centavos aqui..

Sobre o Software Livre, sempre vou optar por opções livres, já substitui o Virtual Box pelo KVM/QEMU e não me arrependo nem um pouco, é um hipervisor muito bom, ainda estou aprendendo, se tiver disponível ao livre, opto pelo livre.

Adotei seguir o Software Livre depois de amadurecer a ídeia, ler muitos pros e contras
e separar o que era mito e o que era verdade a respeito do assunto, inclusive discordo
de alguns pontos do Stalmman, um deles é querer que as pessoas abandonem o código
fechado a qualquer custo, mesmo sem uma alternativa livre, isso eu não sou a favor.

Quanto a código fechado e patentes, eu sou a favor do direito de se fechar o código
com algumas ressalvas:

*Drives não podem ser patenteados, Drive não é como um software comum, ele é o
manual de como funcionar o dispositivo físico que a pessoa comprou, no caso uma
placa de rede, logo no meu entendimento Drive não pode ser patenteado porque
a grosso modo se trata de instrução de como fazer funcionar o equipamento que
a própria pessoa compro.

*Os demais programas, sou a favor do direito de fechar e patentes, MAS, essas
patentes não podem ter duração maior de 5 anos após inicio de comercialização.
não sou a favor desse negócio de patentes "eternas" como é hoje.

*Outro problema é o caso de patentes sobre coisas que nunca entram em comercialização no caso a pessoa patenteia para amarrar outros concorrentes, também sou contra, logo, o proprietário tem até + 5 anos para começar a comercializar algo com as patentes que ele registro, para evitar que o sujeito saia patenteando coisas só para amarrar a concorrência.
Após espirar esses prazos, 5 + 5, o código deve se tornar de domínio público.

*Patentes envolvendo produtos da areá militar deveriam ser a única exceção a regra, por motivos óbvios, pois trata-se de defesa da nação, nesse caso sou a favor
de patentes com duração de até 100 anos.



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https://goo.gl/mRzpg3
http://www.anahuac.eu/contrarrevolucao-osi/


Interessantes pontos. A primeira vista me parece que se a lei de patentes considerasse essas restrições, então elas não seriam prejudiciais. Pelo contrário, seriam até benéficas. Nesse caso seriam um estímulo à inovação sem causar danos no longo prazo.

Mas minha preocupação é a seguinte: no instante em que patentes de software são percebidas como algo lucrativo, esteja certo de que os parasitas de plantão logo buscarão brechas na legislação para contornar essas restrições. E aí começa um longo processo de lobby para abrir cada vez mais brechas.

---

Atenciosamente,
Hugo Cerqueira


29. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Giovanni  M
Giovanni_Menezes

(usa Devuan)

Enviado em 27/02/2018 - 17:13h

Mas minha preocupação é a seguinte: no instante em que patentes de software são percebidas como algo lucrativo, esteja certo de que os parasitas de plantão logo buscarão brechas na legislação para contornar essas restrições. E aí começa um longo processo de lobby para abrir cada vez mais brechas.


Pois é.

Infelizmente o lobby por manter o atual sistema como, se possível, amplia-lo é forte, e para piorar cada país tem sua legislação a respeito, o que dificulta muito, não tem uma norma internacional universal para patentes, a maioria das regras sobre domínio de patentes mundo a fora tem duração de décadas a centenas de anos, dependendo do país.

Com tanta empresa tirando vantagem disso, dificilmente estaremos vivos para ver esse
quadro mudar.

Nunca ví sentido em patentes tão duradouras, como se alguém ou alguma empresa
tivesse inventado algo tão espetacular que não pudesse-se, mais cedo ou mais
tarde ser inventado por outros.

Porém também sou a favor de que, o inventor, criador e etc, tenha meios para
lucrar com sua obra, infelizmente existe um desequilibro grande pró inventor/criador.



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https://goo.gl/mRzpg3
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30. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Rodrigo Albuquerque Serafim
raserafim

(usa Slackware)

Enviado em 28/02/2018 - 11:43h

Giovanni_Menezes escreveu:

Adotei seguir o Software Livre depois de amadurecer a ídeia, ler muitos pros e contras
e separar o que era mito e o que era verdade a respeito do assunto, inclusive discordo
de alguns pontos do Stalmman, um deles é querer que as pessoas abandonem o código
fechado a qualquer custo, mesmo sem uma alternativa livre, isso eu não sou a favor.


É importante observar que o Software Livre não é o mesmo que a Fundação Software Livre (Free Software Foundation).

A Free Software Foundation foi e continua sendo a principal vanguarda de defesa do Software Livre; mas o Software Livre e o Movimento Software Livre não se resumem a essa Instituição.

A Free Software Foundation cumpriu e cumpre um papel importantíssimo na existência do Software Livre: não apenas nas questões ideológicas (argumentações, etc..) e nas questões jurídicas (licenças, etc.) mas também nas questões técnicas (gcc, etc..). Porém, o Software Livre é maior que a Free Software Foundation.

Defender o Software Livre não significa, necessariamente, defender a forma como a Free Software Foundation defende o Software Livre.



31. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Giovanni  M
Giovanni_Menezes

(usa Devuan)

Enviado em 28/02/2018 - 13:19h

Entendo perfeitamente esses pontos raserafim eu só não sou a favor de algumas opiniões do Stallmman quando ele acha que a melhor forma de combater o crescimento do código fechado e querer que as pessoas radicalizem e não usem código fechado aconteça o que acontecer, tenha opções ou não.

Infelizmente ele esta a 30 anos insistindo nessa estratégia, reclamando na internet e querendo que os fabricantes abram o código, não vai ser assim que ele vai conseguir crescer o software livre.

Esse é o único ponto de desacordo que tenho com o Stallmam, de resto, concordo com todos os vários posicionamentos deles.

Inclusive é uma das figuras que mais contribuiram para o que o software livre é hoje, direta ou indiretamente e ao mesmo tempo é a figura que eu mais vejo sendo vítima de escarnio internet a fora.




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http://www.anahuac.eu/contrarrevolucao-osi/


32. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Hugo Cerqueira
hrcerq

(usa Outra)

Enviado em 28/02/2018 - 13:41h

raserafim escreveu:

A Free Software Foundation cumpriu e cumpre um papel importantíssimo na existência do Software Livre: não apenas nas questões ideológicas (argumentações, etc..) e nas questões jurídicas (licenças, etc.) mas também nas questões técnicas (gcc, etc..). Porém, o Software Livre é maior que a Free Software Foundation. [...]


Pois é. Que existem instituições trabalhando na perpetuação do software livre não há dúvida. Junto à Free Software Foundation, há também a Software Freedom Conservancy. E ainda, mesmo que indiretamente, as instituições mais partidárias do código aberto, isto é, não ligadas às questões filosóficas do software livre, também contribuem no sentido de dar infraestrutura e apoio legal para projetos que, legalmente, também são software livre. Assim podemos citar algumas instituições como Apache Software Foundation e Eclipse Foundation.

Mas o que dizer da filosofia UNIX? Não há uma instituição que a perpetue. Os princípios da filosofia UNIX são mais uma convenção do que uma regra propriamente. E acho que nesse ponto perdemos muito. O mais próximo disso, talvez, seja a Open Group que é responsável pela manutenção dos padrões UNIX. Os princípios não são estabelecidos de forma direta, mas norteiam o padrão de certa forma. Ainda assim, por não ser algo estabelecido de forma clara (até porque isso não é atribuição da Open Group mesmo), perdemos no sentido de que essas normas são frequentemente ignoradas em alguns projetos.

A filosofia KISS então? Essa carece ainda mais de apoio. Ela pode estar presente em vários projetos e guiar o pensamento de muita gente, mas vejo que sequer há consenso sobre o que essa filosofia representa. Não há um entendimento unificado sobre os princípios KISS, pois o conceito de simples por si só é muito abstrato, e precisa ser contextualizado pra fazer sentido.

---

Atenciosamente,
Hugo Cerqueira


33. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Rodrigo Albuquerque Serafim
raserafim

(usa Slackware)

Enviado em 28/02/2018 - 13:43h

Giovanni_Menezes escreveu:

Inclusive é uma das figuras que mais contribuiram para o que o software livre é hoje, direta ou indiretamente e ao mesmo tempo é a figura que eu mais vejo sendo vítima de escarnio internet a fora.


tenho pleno acordo!!

é uma lástima que esses "escárnios" ocorram...




34. Re: OFF: Vale apena seguir a filosofia Unix ou KISS?

Rodrigo Albuquerque Serafim
raserafim

(usa Slackware)

Enviado em 28/02/2018 - 13:56h

hrcerq escreveu:

Pois é. Que existem instituições trabalhando na perpetuação do software livre não há dúvida. Junto à Free Software Foundation, há também a Software Freedom Conservancy. E ainda, mesmo que indiretamente, as instituições mais partidárias do código aberto, isto é, não ligadas às questões filosóficas do software livre, também contribuem no sentido de dar infraestrutura e apoio legal para projetos que, legalmente, também são software livre. Assim podemos citar algumas instituições como Apache Software Foundation e Eclipse Foundation.


Além de outras instituições, como as que você mencionou, o que tinha mesmo em mente era o Movimento do Software Livre de maneira mais ampla:

seja esse Movimento defendido por pessoas individualmente (por exemplo, defendendo publicamente as ideias do Software Livre ou simplesmente as utilizando em seu cotidiano, etc..), seja esse Movimento defendido por um grupo de pessoas não organizadas (por exemplo, ao fazer um seminário a respeito do assunto na Universidade, etc..), seja esse Movimento defendido por grupo de pessoas organizadas (por exemplo, que buscam fomentar audiências públicas com o fim de promover no governo o uso do Software Livre)

Enfim..., etc..






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