FurretUber
(usa Ubuntu)
Enviado em 12/02/2017 - 18:51h
Boa tarde
Eu estou testando o Emmi e estou publicando essa postagem do Emmi live. A minha experiência está sendo mista por enquanto. Há coisas bem interessantes, mas também houve problemas, alguns mais graves que outros.
É importante ressaltar o meu contexto: quando comecei a utilizar Linux, em 2014, eu busquei um sistema muito leve, pois o notebook-alvo era bem antigo (Asus M2400Ne, com 512 MB de RAM e Intel Pentium M com 1,7 GHz, single core e com PAE oculta, fabricado em 2003). O sistema que escolhi para ele foi o Lubuntu, o qual era bem leve e tinha os pacotes do Ubuntu para instalar, uma distribuição popular para computadores pessoais. Logo, se eu quisesse adicionar mais funcionalidades seria fácil, e isso realmente funcionou. Ele vem com poucos recursos (até sem Pulseaudio), mas há tantas opções que pude deixá-lo como precisava e desejava. Depois de um bom tempo, troquei o pente de 256 MB por um de 1 GB e ele funciona bem.
Entre os prós que eu vi do Emmi Linux, estão:
Recursos: Uma coisa que eu vi como contra por muitas pessoas, mas eu achei um pró, foi o fato de ela vir com vários programas. A opção mais leve que vem relativamente completa é o Xubuntu, pois o Lubuntu, enquanto muito leve, é incompleto. Caso o usuário queira só instalar o sistema e sair usando, o Emmi está interessante. Claro que Tor é questionável, mas LibreOffice, Audacity, Steam e GIMP são sensatos. Com a gama de programas que tem, eu consegui utilizá-la para publicar isso enquanto baixando a ISO do Ubuntu 16.04.1 e ouvindo música com o Audacious (ótima escolha), sem ter instalado nada. O Lubuntu já sofreria por causa do navegador + Audacious, já que não tem Pulseaudio.
O que daria para fazer seria criar uma imagem de até 700 MB para um CD, seria um atrativo bem interessante, uma distro moderna, com suporte, com interface gráfica e que cabe em um CD. Claro que ela ficaria mais incompleta, mas seria bem melhor que ter de usar um instalador sem interface gráfica.
Velocidade absoluta: De fato, o sistema é rápido. Não decepciona e não deixa o usuário esperando os programas abrirem por muito tempo.
openSUSE: o que o openSUSE tem de melhor está presente. A configuração do sistema é centralizada, diminuindo o trabalho de configurá-lo. Metade dos meus favoritos são do AskUbuntu e UbuntuForums, de tantas coisas que eu não conseguia encontrar onde configurar. Com o openSUSE há um lugar bem claro para encontrar as opções, e (quase) todas elas funcionam.
Neutro:
Interface: Creio que seja necessária uma interface mais estável e desenvolvida como outra opção. A interface LXQt possui muitíssimo potencial, e foi muito bom que ela possa ser utilizada, mas ela ainda não está madura o suficiente para produção. O painel dela é muito bom, foi um grande passo comparado com o painel do LXDE, que é mais limitado. Pena que ainda tem problemas, por exemplo, quando vou configurar monitores a janela pisca e dá segfault. O LXQt precisa ficar mais maduro, mas isso não vai demorar.
Outra coisa foi a primeira captura de tela que fiz ter se corrompido quando salva no pen-drive. Corrupção de arquivos é algo que pode acabar com a distro, em todos os sentidos. Creio que tenha relação com o LXQt (eu espero que seja isso, se for mais grave daí complica). Não chega ao nível da instabilidade do Thunar (nunca vi nada tão instável), mas é algo que, se estiver ao alcance, deve ser revisto.
Problemas:
Memória RAM: o Emmi estava utilizando uma grande quantidade de memória RAM. Quando foi dito leve e usando LXQt, eu esperava até 300 MB de RAM utilizada, mas ele utilizou quase 600(!) MB de RAM. Como referência, eu comparei com o Xubuntu do Ideapad 310 (live e instalado), o Lubuntu do M2400Ne (live e instalado) e com o Ubuntu live no Ideapad 310. Os Xubuntus ficaram próximos de 380 MB, o Lubuntu instalado com 277 MB e o Lubuntu live com 133 MB. O Ubuntu, obviamente, foi o "campeão", com 845 MB de RAM ocupada.
Instalações de teste:
https://i.imgur.com/by6uflp.jpg
Ubuntu live:
https://i.imgur.com/osfaXO6.png
Emmi live:
https://i.imgur.com/scqkbeX.png
Xubuntu:
https://i.imgur.com/a0twf1v.png
Xubuntu live:
https://i.imgur.com/5MTTzNp.png
Lubuntu:
https://i.imgur.com/GsE0nMb.png
Lubuntu live:
https://i.imgur.com/lZ66nGy.png
Velocidade relativa: Comparado aos *buntus live ele acabou pecando, até mesmo em relação ao Ubuntu, que é um monstro consumidor de recursos do computador. Não que o Emmi tenha sido lento, de forma alguma, mas ele foi menos rápido que os demais sistemas.
Uma coisa que achei conflitante foi o fato de ele ter sido desenvolvido para ser leve mas a única opção ser x86_64, quando há computadores com processador Intel Atom, que são os que mais necessitam hoje de sistemas leves, não serem compatíveis. Eu entendo que é porque não há openSUSE x86, mas ainda assim, é uma oportunidade perdida.
Conectividade: O Wi-Fi e o Bluetooth não funcionaram no Ideapad 310, tendo de utilizar o cabo Ethernet para utilizar a internet. Com os *buntus 16.04, o Wi-Fi não funciona também, mas com os *buntus 16.04.1, o Wi-Fi funciona no modo live. Creio que alguma coisa precise ser atualizada na imagem. Mas é estranho, porque ele detectou os modelos das placas e os módulos corretos estão carregados, mas mesmo assim não funcionam.
Veredito:
Do modo que está hoje, recomendaria o Emmi apenas para quem quer utilizar uma distro que já venha com a interface LXQt pronta (ciente da situação dela) e para aqueles que querem instalar o Steam (esse programa é amado por muitos) facilmente, pois é difícil fazê-lo funcionar normalmente. Por velocidade e para computadores limitados, L/Xubuntu, dependendo do quão limitado é o computador e do quanto quem vai instalar quer ter de mexer para ajustar o sistema, seriam recomendados por mim. O plano é instalar o sistema uma vez e ficar anos o utilizando, sem precisar reinstalar (assim seja).
Obrigado.