lcavalheiro
(usa Slackware)
Enviado em 25/08/2014 - 20:38h
Shoujo, eu estou vendo seus argumentos aqui e (me desculpe a sinceridade) não pude evitar de rolar da minha poltrona de tanto rir e quase botar fogo no meu tapete com as brasas do cachimbo. Antes que você pense se tratar de um ataque
ad hominem, lhe darei meus motivos:
1) É patético, ingênuo e estúpido pensar que um computador hoje possui utilidade sem ter acesso à internet. Sua insistência nesse ponto é contraditória, visto que o vivaolinux.com.br não é um BBS local, mas uma página disponível na grande rede. Tirando esse lado, não existe, hoje, sistema operacional que sobreviva sem acesso à internet. Claro, você pode pensar em um computador que após tudo instalado você o mantenha para sempre desconectado, mas uma máquina tal não passaria de uma máquina de escrever elétrica metida à besta. Windows, GNU / Linux, Mac, Solaris, BSDs... todos vão precisar de acesso à internet para ter utilidade, mesmo que seja apenas como terminal de acesso ao Facebook.
2) Retomando o argumento do Xerxes, qual é o sistema mais fácil de se manter atualizado? Um que você tem que catar em diferentes páginas na internet driver a driver, programa a programa e rodar tudo manualmente, ou um no qual um simples comando como "# slackpkg upgrade-all" ou "# apt-get upgrade" ou "# yum upgrade" resolve a porra toda? Você poderia contra-argumentar dizendo, "mas e os softwares de terceiros?" Como em GNU / Linux isso significa "software fora dos repositórios", eu pergunto: Windows, Mac ou GNU / Linux, quem tem os maiores repositórios?
3) Ainda sobre a questão de criar repositórios em DVD's ou localmente, para diminuir a dependência da internet. Creia-me, é muito mais fácil fazer isso em GNU / Linux (tem uma dica aqui no VOL para usar um servidor local de atualizações para Debian-likes que se manteria atualizado com o espelho da distribuição e as máquinas ligadas a esse servidor se atualizariam com os pacotes no servidor, não do espelho) do que em Windows (que você teria que percorrer a internet que nem um maluco procurando em zilhares de páginas diferentes cada um dos arquivos e dos instaladores necessários para a construção de um espelho local).
4) Você falou sobre ser necessário um toolkit unificado no mundo GNU / Linux, como no Windows. Só quero lembrar a você que no Windows cada programa instala as dependências não satisfeitas pelo toolkit, como o .NET (que é um produto da própria MS, vai entender), o Visual C++ (outro produto da MS), precisam ser instaladas pelo programa, resultando em uma caralhada de instalações das mesmas dependências. Ou seja, lixo instalado sem necessidade. Burrice, creio que nem preciso explicar a razão.
Vale lembrar que o pessoal da RedHat está se empenhando ao máximo para indulgir sua visão (de
[*****], na minha opinião, posto que acabaria com a liberdade do mundo GNU / Linux e introduziria complexidade desnecessária ao sistema). Miguel de Icaza, Lennart Poettering e Kay Sievers, três pessoas que deveriam ser proibidas por lei ou por uso da violência de programar, começaram com o GNOME (do de Icaza) e PulseAudio (dos outros dois), desenvolveram um Registro de Sistema para o GNU / Linux (systemd) e os três afirmam que: 1) Mac é superior ao GNU / Linux porque é unificado e não confere liberdade ao usuário; 2) só deveria haver o GNOME como ambiente de área de trabalho e RedHat como distro. Não me surpreenderia se em algum tempo eles desenvolvam a tal toolkit que você e o Rodrigo (vulgo Bilufe) tanto gostariam de ver. Tal toolkit seria a morte do GNU / Linux e tudo que ele representa.
5) Você poderia contra-argumentar na questão do toolkit "mas a padronização geraria bons resultados", mas a questão tem mais implicações e merece um tópico próprio. Vou usar como exemplo o PulseAudio, o pior ajuntamento de bits jamais escrito para GNU / Linux. Antes do PA, entre o hardware e o software havia apenas uma camada de abstração, o ALSA. O PA simplesmente é uma camada EXTRA entre o software e o ALSA - pergunto eu, para que? Ele não é uma interface tipo o Phonon ou o Jack, ele é uma CAMADA EXTRA. Maior complexidade de engenharia, maior complexidade de processamento, menor eficiência. Pergunto agora: se você acompanha o VOL com certa frequência, você já deve ter se cansado de ver usuários de Debian-likes, e do GNOME de uma forma geral, reclamando de problemas no som, certo? E em 90% dos casos pelo menos o problema era onde? PulseAudio. Agora, tem quatro anos que eu não vejo ninguém aqui no VOL reclamar de problema de som no Slackware (a última pessoa foi eu, mas por vacilo próprio: esqueci que no Window Maker sem os daemons de som do XFCE ou do KDE configurar o fone de ouvido Microsoft LX3000 exigia uma ligeira recompilação e um arquivinho besta de configuração). Teve o zezaocapoeira ano passado com dificuldades em configurar o Jack, mas uma visitinha ao site do AlienBOB resolveu a vida dele. Problemas com o PulseAudio? Aos montes ainda.
Se o PulseAudio é essa
[*****] toda, que só funciona de verdade se o usuário se limitar a acessar Facebook e não assistir os videozinhos e estiver usando uma placa de som certificada pela equipe do PA, pergunto: quem desenvolveu essa porra? Lennard Poettering e Kay Sievers, os mesmos caras por trás do systemd e da proposta de unificação das distros em uma mesma toolkit. Dada a qualidade prévia do trabalho deles, convido você a imaginar a qualidade dessa toolkit...
6) Você usa GNU / Linux e não conhece os manifestos da FSF e da FOSS? E o trabalho da EFF? Nem adianta falar que conhece, suas questões mostram que se você leu, você não entendeu. GNU, mais do que o kernel Linux, nasceu com um propósito: a informação deseja ser livre. Aí inventaram um gerenciador de dependências, uma forma do computador dizer que eu não posso fazer dele o que eu quiser. Depois veio o GNOME e seu jeitão todo travado para personalizações - proposital, segundo o próprio Miguel de Icaza. Aí veio o PulseAudio, e o trio do mal deu um jeito pra colocar o PA como hard dependency do GNOME. Agora o systemd, um Registro de Sistema. O tal toolkit seria a gota d'água para mandar o trabalho de gente como o pessoal da EFF, rms e Maddog pra lixeira - gente que se importa mais do que você mesmo parece se importar com o seu direito de fazer o que quiser no computador sem ninguém, pessoa ou programa, dizendo que sim ou não para suas escolhas.
Por enquanto eu fico por aqui, aberto a debates enquanto tento limpar a caca que a brasa do cachimbo fez.