História das UI - Interfaces de Usuário (para pensar no futuro)

Continuando com o objetivo de desenvolver um projeto aberto, dessa vez trago as reflexões sobre as relações entre hardware e UI, que foram muito úteis para rascunhar possíveis soluções.

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Por: celio ishikawa em 13/08/2008


Cada vez mais botões (história)



Vejamos sob outro ponto de vista: os botões e teclas. Talvez não seja o mais preciso, mas chamarei alguns botões de "digitais", pois é questão de apertar ou não, 0 ou 1, e "analógicas" quando envolve posicionar onde, rolar quanto.

Inicialmente devem ter surgido do alfabeto e números. Backspace, Tab, barra de espaços, Shift (+CapsLock) e Pulo de parágrafo (Enter) já existiam nas máquinas de escrever mecânicas. No computador ganham importância o Enter para inserir dados e Esc. Alt, para alternar entre opções, e como alternativa ao Shift, o Ctrl. E mais F1 a F12, pois computador era bem mais complicado mesmo (F1 era para pedir ajuda), além de Delete, Insert, Home, End etc.

A vida foi se complicando e surgiram as combinações de teclas. Com tantas opções, conseguia-se fazer de quase tudo no modo texto. Desde escrever, os famosos copiar e colar, acessar menus com Alt, confirmar com Enter, sair com Esc, e até mesmo parar em situações críticas (o famoso Ctrl+Alt+del).

Aí veio o mouse deslizando analogicamente pela superfície, ao invés de termos de dar um monte de toques pelas setas do scroll. E sendo que não existe seta scroll para vertical. Então temos de entender que o deslizar do mouse foi uma grande novidade, movimentá-lo consegue ser mais simples e ao mesmo tempo mais completo que usar as setas. E também veio com um botão (no Mac era só um botão até muito pouco tempo atrás). Esse botão era para inserir ou confirmar dados, como o Enter, mas melhor que Enter pois podia ser segurado também. A combinação do botão do mouse com seu movimento permitia segurar e arrastar, uma maravilha!

O 2° botão ganhou a função de acessar as opções extras, o famoso menu do botão direito. Curiosamente, naquela época dos 386, vendedores vendiam também mouses com 3 botões, embora quase ninguém soubesse para que servia o 3° botão, que tinha alguma utilidade para os unix-like (e em distribuições velhas de Linux - Conectiva 4 -, a instalação perguntava se o usuário desejava emular o 3° botão). Aliás a história do 3° botão é bem curiosa, pois em muitos 386, 486 e Pentium, nunca foi usado até começarem a serem vendidos os mouses com scroll (se não me engano a Microsoft era uma das primeiras fabricantes).

Se repararmos bem, há pouco uso das combinações do 2° botão com deslizar (arrastar com 2° botão). Lembro que no Paint o 2° botão acessava a 2° cor da paleta e assim, por exemplo, deslizar com 1° botão fazia riscos pretos, com 2° botão riscos brancos. O uso é raro, pois muitos programas convencionaram usar o 2° botão para menu e não para aplicações combinadas com o deslizar. É a mesma história com o 3° botão, acho que só conheço o Gimp que combina o 3° botão com deslizar para arrastar uma imagem dentro da janela. Ah, e combinação do deslizar com o scroll do mouse eu nunca vi.

Atualmente há mouse com muito mais botões (para gamers, mouse das mesas gráficas Wacom, ou para navegação 3D desenvolvida pela 3Dconnexion), e mesmo assim é curioso que o teclado também ganhou mais botões.

Com a evolução para suporte para outras línguas é compreensível que tenha surgido o AltGr (e talvez por isso, ele é só usado para escrita e não pelos programas), mas o mais surpreendente é o surgimento da tecla Windows (apelidado de "super" no Linux). Esse botão acessa diretamente o botão Iniciar, sendo assim, é como se o próprio Windows reconhecesse que as vezes teclas são mais rápidas que o movimento do mouse. E agora finalmente com Windows Vista ganhou a combinação com Tab, para produzir um slide 3D de janelas. Talvez daqui a pouco surgem Win+Alt+Del, Win+F1, Win+F2...

Em suma, nessa evolução tem surgido cada mais teclas, a maioria do tipo digital e poucas do tipo analógicas como o deslizar ou o scroll. E a cada botão, mais possibilidades de combinações. Um novo mouse da Microsoft tem a função de zoom. Vários fabricantes de mouses para games tem acrescentado novas funções. O mouse da 3dconnexion permite movimentos para aplicações 3D.

Revolucionário mesmo (e talvez até desejável) fosse que alguma nova função suprimisse algumas teclas ao invés dessa escalada crescente de mais lugares para apertar. Algo nesse sentido até convergiria com o aumento de computadores menores que os notebooks, como os sub-notebooks para não falar em eletrodomésticos e tocadores que vêm ganhando memória e processamento.

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Páginas do artigo
   1. Introdução e notícias
   2. Do modo texto para modo gráfico (história)
   3. Cada vez mais botões (história)
   4. Evoluir para onde?
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Comentários
[1] Comentário enviado por andreoliveira em 13/08/2008 - 11:22h

Não sou programador, mas tenho uma sugestão de uma utilidade para o uso Desktop em rede, como poderia fazer para mandar a minha sugestão?

[2] Comentário enviado por celioishikawa em 13/08/2008 - 15:17h

Olá André! obrigado por querer colaborar. Se por enquanto não quiser publicar a sua sugestão, pode clicar no meu perfil e mandar um e-mail para mim, se me mandar o seu e-mail, poderemos nos corresponder.

Isso de usar em rede é importante mesmo, é a tendência para o futuro é que o termo "PC- personal computer" - para usdar sozinho- perca o sentido.

[3] Comentário enviado por forkd em 13/08/2008 - 23:13h

Cara,

Muito bom o seu artigo! Já vinha pensando nisso há algum tempo, mas nunca havia organizado tão bem as minhas idéias, sem contar que aprendi muito com o seu texto.

Sou usuário do OS X 10.5 (Leopard) da Apple há quase 6 meses e acho que ali há muita coisa pra ser copiada. Pra começar, o FANTÁSTICO Quicksilver (QS) mata a pau qualquer botão do tipo INICIAR. O funcionamento é simples: CTRL + ESPAÇO abre o QS. Então o usuário começa a digitar o nome do seu programa. Não importa de onde você comece: ele vai exibindo os programas que possuem a sequência digitada, com uma lista de outros que também se encaixam no padrão. Quando o programa desejado aparece selecionado, basta dar ENTER e o mesmo é carregado. Pra melhorar, o programa é inteligente: se você digita sempre itunes pra abrir o iTunes, o programa vai aprendendo, então com algum tempo, quando você tecla i, o iTunes já é selecionado, bastando teclar ENTER. Isso agiliza MUITO a abertura de programas. Lógico que se você não souber o nome do programa, fica difícil, mas ainda existe o Dock, para colocar um ícone das aplicações mais usadas. O desktop 3D do sistema também dá show. Com o Spaces bem configurado, basta rolar o ponteiro do mouse pra um dos cantos da tela para que todas as áreas de trabalho sejam exibidas e então clicar na que você deseja (clique simples). Muitas janelas abertas? O Exposè ajuda: mostra uma miniatura de todas as janelas abertas, bastando clicar sobre a que você deseja (há a possibilidade de se ativar este recurso como no Spaces). Pra melhorar ainda mais, todos estes recursos podem ser usados no Linux (não os mesmos softwares).

Fora isso, no que diz respeito às teclas, o sistema conta com o COMMAND, que faz as vezes do CTRL e do ALT - também chamado de Option no Mac - (as duas ainda estão presentes no teclado). Neste teclado ainda não há as teclas Ins, Del, PgUp, PgDown, Home e End. Quer apagar pra frente? Fn + Backspace, Ir para o início ou final da linha? COMMAND + frente ou trás......

Lógico que não creio que esta seja uma solução definitiva para o problema de acessibilidade, mas creio que a combinação de Desktop 3D (Spaces e Exposè) + Menus rápidos (Dock) + Abertura rápida de programas (Quicksilver) + Teclas de atalho bem definidas e concisas dentro do sistema (todas devem ter os mesmos efeitos dentro de cada programa) seja um solução a curto/médio prazo.

Uma tecnologia que vem se destacando muito é a que aboliria o uso do mouse. É quando os programas suportariam totalmente os recursos de touch screen, como visto no MS Surface e telas sensíveis ao toque, como caixas eletrônicos. Amigos me falaram que o programa Fantástico da rede Globo já tem isso disponível para os seus apresentadores. Isso sem falar no iPhone... Mas vejo isso como uma solução a médio/longo prazo... O tempo dirá.

Acho que era isso.
Parabéns!
Valeu, brother!

zezim
Meu blog: http://versaopropria.blogspot.com

[4] Comentário enviado por Miojo em 09/10/2009 - 19:11h

"CTRL + ESPAÇO abre o QS. Então o usuário começa a digitar o nome do seu programa. Não importa de onde você comece: ele vai exibindo os programas que possuem a sequência digitada, com uma lista de outros que também se encaixam no padrão."

. O Menu K do KDE 4 também faz isso, só que abre com Alt-F1, o KRunner (Executar comando) também o faz, com Alt-F2. E os dois ainda procuram na descrição do programa.
. O Menu K também sugere pesquisa na web e o KRunner abre o Konqueror para pastas ou páginas da web quando você digita o nome de uma.


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