Vejamos sob outro ponto de vista: os botões e teclas. Talvez não seja o mais preciso, mas chamarei alguns botões de "digitais", pois é questão de apertar ou não, 0 ou 1, e "analógicas" quando envolve posicionar onde, rolar quanto.
Inicialmente devem ter surgido do alfabeto e números. Backspace, Tab, barra de espaços, Shift (+CapsLock) e Pulo de parágrafo (Enter) já existiam nas máquinas de escrever mecânicas. No computador ganham importância o Enter para inserir dados e Esc. Alt, para alternar entre opções, e como alternativa ao Shift, o Ctrl. E mais F1 a F12, pois computador era bem mais complicado mesmo (F1 era para pedir ajuda), além de Delete, Insert, Home, End etc.
A vida foi se complicando e surgiram as combinações de teclas. Com tantas opções, conseguia-se fazer de quase tudo no modo texto. Desde escrever, os famosos copiar e colar, acessar menus com Alt, confirmar com Enter, sair com Esc, e até mesmo parar em situações críticas (o famoso Ctrl+Alt+del).
Aí veio o mouse deslizando analogicamente pela superfície, ao invés de termos de dar um monte de toques pelas setas do scroll. E sendo que não existe seta scroll para vertical. Então temos de entender que o deslizar do mouse foi uma grande novidade, movimentá-lo consegue ser mais simples e ao mesmo tempo mais completo que usar as setas. E também veio com um botão (no Mac era só um botão até muito pouco tempo atrás). Esse botão era para inserir ou confirmar dados, como o Enter, mas melhor que Enter pois podia ser segurado também. A combinação do botão do mouse com seu movimento permitia segurar e arrastar, uma maravilha!
O 2° botão ganhou a função de acessar as opções extras, o famoso menu do botão direito. Curiosamente, naquela época dos 386, vendedores vendiam também mouses com 3 botões, embora quase ninguém soubesse para que servia o 3° botão, que tinha alguma utilidade para os unix-like (e em distribuições velhas de
Linux - Conectiva 4 -, a instalação perguntava se o usuário desejava emular o 3° botão). Aliás a história do 3° botão é bem curiosa, pois em muitos 386, 486 e Pentium, nunca foi usado até começarem a serem vendidos os mouses com scroll (se não me engano a Microsoft era uma das primeiras fabricantes).
Se repararmos bem, há pouco uso das combinações do 2° botão com deslizar (arrastar com 2° botão). Lembro que no Paint o 2° botão acessava a 2° cor da paleta e assim, por exemplo, deslizar com 1° botão fazia riscos pretos, com 2° botão riscos brancos. O uso é raro, pois muitos programas convencionaram usar o 2° botão para menu e não para aplicações combinadas com o deslizar. É a mesma história com o 3° botão, acho que só conheço o Gimp que combina o 3° botão com deslizar para arrastar uma imagem dentro da janela. Ah, e combinação do deslizar com o scroll do mouse eu nunca vi.
Atualmente há mouse com muito mais botões (para gamers, mouse das mesas gráficas Wacom, ou para navegação 3D desenvolvida pela 3Dconnexion), e mesmo assim é curioso que o teclado também ganhou mais botões.
Com a evolução para suporte para outras línguas é compreensível que tenha surgido o AltGr (e talvez por isso, ele é só usado para escrita e não pelos programas), mas o mais surpreendente é o surgimento da tecla Windows (apelidado de "super" no Linux). Esse botão acessa diretamente o botão Iniciar, sendo assim, é como se o próprio Windows reconhecesse que as vezes teclas são mais rápidas que o movimento do mouse. E agora finalmente com Windows Vista ganhou a combinação com Tab, para produzir um slide 3D de janelas. Talvez daqui a pouco surgem Win+Alt+Del, Win+F1, Win+F2...
Em suma, nessa evolução tem surgido cada mais teclas, a maioria do tipo digital e poucas do tipo analógicas como o deslizar ou o scroll. E a cada botão, mais possibilidades de combinações. Um novo mouse da Microsoft tem a função de zoom. Vários fabricantes de mouses para games tem acrescentado novas funções. O mouse da 3dconnexion permite movimentos para aplicações 3D.
Revolucionário mesmo (e talvez até desejável) fosse que alguma nova função suprimisse algumas teclas ao invés dessa escalada crescente de mais lugares para apertar. Algo nesse sentido até convergiria com o aumento de computadores menores que os notebooks, como os sub-notebooks para não falar em eletrodomésticos e tocadores que vêm ganhando memória e processamento.