História das UI - Interfaces de Usuário (para pensar no futuro)

Continuando com o objetivo de desenvolver um projeto aberto, dessa vez trago as reflexões sobre as relações entre hardware e UI, que foram muito úteis para rascunhar possíveis soluções.

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Por: celio ishikawa em 13/08/2008


Evoluir para onde?



Menus e ícones que rolam, pulam e desktops que rodopiam em 3D pelo lado do software; mais botões pelo lado de hardware. Vejam que as soluções não estão casadas, são evoluções independentes e não estão convergindo pela praticidade.

E aqui vou elencar alguns pontos para avançar:

Não importa de que modo, o importante é acessar

É quase igual clicar com mouse na barra de tarefas, usar Alt+Tab (ou Win+Tab), ou acessar outros terminais com Ctrl+Alt+F1 a F6: se ao invés de combinação de 2 ou 3 teclas fosse apenas 1, talvez as pessoas fossem preferir essa tecla à mouse passeando pela tela. Assim como muitos preferem apertar a tecla Win ao invés de clicarem no Menu Iniciar. A moral da história é que estamos acostumados demais a pensar olhando a tela e pensar que poderia haver um novo menu, barra, botão ou ícone. Novas soluções em hardware (botões) podem ser úteis para organizar o GUI.

Desktops 3D são evolução das janelas?

Vejamos, no modo texto, tínhamos 1 tarefa para cada terminal, com janelas dá para ter várias numa tela, desde que cada janela seja pequena. Com o desktop em cubo... é, de fato pode ser melhor por dividir a tela sem ter de ficar moldando a janela e sem encher a barra de tarefas. Mas no final das contas, e só a janela dos programas bidimensionais que fica estampada nos lados de um cubo 3D. Talvez assim como na evolução do modo gráfico para modo texto, precisemos definir um novo padrão para os menus, botões etc. Não sei se usará a forma 3D ou não, mas de qualquer forma, será um tanto diferente do sistema de janelas.

Tem de saber mostrar e saber esconder

Quanto a facilidade de apertar nas barras e nos menus, acabamos nos viciando em mostrar tudo, mas isso polui o visual de alguns programas. Então temos de pensar no outro lado: esconder não é ruim, pode-se esconder desde que as pessoas lembrem dos itens escondidos. Um dos grandes méritos do sistema de janelas é que quando elas se sobrepõem, uma oculta detalhes da janela de trás, mas não deixa a coisa confusa, dá para entender o que está atrás e saber que o da frente oculta o de trás.

Enfim, ela ajudou na organização de itens que não aparecem. Do mesmo modo, as abas, novidade em muitos programas, são uma forma de não mostrar até ser clicado.

Como resolver a repetição de funções?

Do lado do software, temos as várias barras na tela: a barra de tarefas, a barra de títulos, a barra de status, barra de ferramentas, barra de menus, barra de favoritos etc. Do lado de hardware, tem pelo lado direito do mouse que é pouco usado em combinação com outras coisas por acessar o menu. É assim que você acaba tendo umas 4 ou 5 maneiras de copiar/colar e ainda tem fabricantes oferecendo teclas personalizáveis para ter mais 1. Assim, há repetição de funções. E o gosto varia muito. Mas na ausência de teclas personalizáveis, acredito que para a operação de copiar por exemplo, as preferidas são o Ctrl+c ou pelo botão direito do mouse. Depois delas tem o botão copiar da barra de ferramentas, ainda que alguns ainda usem a opção de Editar-copiar da barra de menus por estar lá seguramente independente de programa (o benefício da uniformização).

A lição do botão Win isolado

Cometei que o botão Win ganhou uma combinação (Win+Tab) e ironizei que podem surgir outros como Win+Alt+Del. Esse botão representa bem o poder da Microsoft, ela ofereceu primeiro nos seus teclados e conseguiu impor a outros fabricantes.

Espero que não haja patente sobre esse botão, pois aí seria o cúmulo: não é o Windows que ajuda a dar uma função ao botão, mas é o botão que ajuda Windows a ser mais rápido no acesso ao botão Iniciar. Inclusive ela não ajuda na função interna de outros programas. Softwares têm de tentar oferecer facilidades via software. Quando um software consegue impor uma modificação no hardware só para ela, considero que houve uma covardia. Mas justamente por isso, tem sua particularidade: o acesso direto ao organizador de outros programas. Esteja você em qualquer programa, se esbarrar no botão, o programa vai para 2° plano (tem de ser clicado novamente, o que é um inconveniente quando você estava em programas de desenho).

Creio que essa é a lição que fica desse caso: uma arbitrariedade que coloca outras tarefas em 2° plano pode ser útil.

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Páginas do artigo
   1. Introdução e notícias
   2. Do modo texto para modo gráfico (história)
   3. Cada vez mais botões (história)
   4. Evoluir para onde?
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Comentários
[1] Comentário enviado por andreoliveira em 13/08/2008 - 11:22h

Não sou programador, mas tenho uma sugestão de uma utilidade para o uso Desktop em rede, como poderia fazer para mandar a minha sugestão?

[2] Comentário enviado por celioishikawa em 13/08/2008 - 15:17h

Olá André! obrigado por querer colaborar. Se por enquanto não quiser publicar a sua sugestão, pode clicar no meu perfil e mandar um e-mail para mim, se me mandar o seu e-mail, poderemos nos corresponder.

Isso de usar em rede é importante mesmo, é a tendência para o futuro é que o termo "PC- personal computer" - para usdar sozinho- perca o sentido.

[3] Comentário enviado por forkd em 13/08/2008 - 23:13h

Cara,

Muito bom o seu artigo! Já vinha pensando nisso há algum tempo, mas nunca havia organizado tão bem as minhas idéias, sem contar que aprendi muito com o seu texto.

Sou usuário do OS X 10.5 (Leopard) da Apple há quase 6 meses e acho que ali há muita coisa pra ser copiada. Pra começar, o FANTÁSTICO Quicksilver (QS) mata a pau qualquer botão do tipo INICIAR. O funcionamento é simples: CTRL + ESPAÇO abre o QS. Então o usuário começa a digitar o nome do seu programa. Não importa de onde você comece: ele vai exibindo os programas que possuem a sequência digitada, com uma lista de outros que também se encaixam no padrão. Quando o programa desejado aparece selecionado, basta dar ENTER e o mesmo é carregado. Pra melhorar, o programa é inteligente: se você digita sempre itunes pra abrir o iTunes, o programa vai aprendendo, então com algum tempo, quando você tecla i, o iTunes já é selecionado, bastando teclar ENTER. Isso agiliza MUITO a abertura de programas. Lógico que se você não souber o nome do programa, fica difícil, mas ainda existe o Dock, para colocar um ícone das aplicações mais usadas. O desktop 3D do sistema também dá show. Com o Spaces bem configurado, basta rolar o ponteiro do mouse pra um dos cantos da tela para que todas as áreas de trabalho sejam exibidas e então clicar na que você deseja (clique simples). Muitas janelas abertas? O Exposè ajuda: mostra uma miniatura de todas as janelas abertas, bastando clicar sobre a que você deseja (há a possibilidade de se ativar este recurso como no Spaces). Pra melhorar ainda mais, todos estes recursos podem ser usados no Linux (não os mesmos softwares).

Fora isso, no que diz respeito às teclas, o sistema conta com o COMMAND, que faz as vezes do CTRL e do ALT - também chamado de Option no Mac - (as duas ainda estão presentes no teclado). Neste teclado ainda não há as teclas Ins, Del, PgUp, PgDown, Home e End. Quer apagar pra frente? Fn + Backspace, Ir para o início ou final da linha? COMMAND + frente ou trás......

Lógico que não creio que esta seja uma solução definitiva para o problema de acessibilidade, mas creio que a combinação de Desktop 3D (Spaces e Exposè) + Menus rápidos (Dock) + Abertura rápida de programas (Quicksilver) + Teclas de atalho bem definidas e concisas dentro do sistema (todas devem ter os mesmos efeitos dentro de cada programa) seja um solução a curto/médio prazo.

Uma tecnologia que vem se destacando muito é a que aboliria o uso do mouse. É quando os programas suportariam totalmente os recursos de touch screen, como visto no MS Surface e telas sensíveis ao toque, como caixas eletrônicos. Amigos me falaram que o programa Fantástico da rede Globo já tem isso disponível para os seus apresentadores. Isso sem falar no iPhone... Mas vejo isso como uma solução a médio/longo prazo... O tempo dirá.

Acho que era isso.
Parabéns!
Valeu, brother!

zezim
Meu blog: http://versaopropria.blogspot.com

[4] Comentário enviado por Miojo em 09/10/2009 - 19:11h

"CTRL + ESPAÇO abre o QS. Então o usuário começa a digitar o nome do seu programa. Não importa de onde você comece: ele vai exibindo os programas que possuem a sequência digitada, com uma lista de outros que também se encaixam no padrão."

. O Menu K do KDE 4 também faz isso, só que abre com Alt-F1, o KRunner (Executar comando) também o faz, com Alt-F2. E os dois ainda procuram na descrição do programa.
. O Menu K também sugere pesquisa na web e o KRunner abre o Konqueror para pastas ou páginas da web quando você digita o nome de uma.


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