O fantástico mundo dos instrumentos MIDI (parte 1)

Neste primeiro artigo da série veremos como os músicos e aficionados podem usar da tecnologia para criar suas músicas usando os recursos disponíveis com relação a software e hardware.

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Por: hermes nunes pereira junior em 16/06/2009


O funcionamento do protocolo MIDI



Diferentemente de uma música gravada diretamente por um microfone ou captador, gravada em formato wave, o MIDI não grava exatamente o som tocado. Ele grava informações em forma de bytes que armazenam as informações que serão usadas para identificar o que o músico queria passar (PAULA - 2002):
  • Mensagem de nota - Armazena o tipo de nota, o número do canal que indicará o instrumento a ser reproduzido, o código da nota (sua posição na escala musical) e a velocidade e intensidade da nota;
  • Mensagem de programa - comando as mudanças de programa dos instrumentos;
  • Mensagens de controle - reproduzem funções de controle normalmente disponíveis no painel dos instrumentos, como volume, sustentação e divisão do som entre canais estereofônicos;
  • Mensagens exclusivas - são reservadas para funções dependentes de modelo, como parâmetros dos métodos de síntese e tabelas de formação de ondas.

Então podemos concluir que o MIDI não grava o som dos instrumentos?

Isso mesmo, ele grava no arquivo as informações que serão executadas quando conectado a um sintetizador/teclado ou um software que emule/simule um módulo de som.

E a qualidade do som?

A qualidade será a do sintetizador/teclado que reproduzirá o arquivo MIDI. Um sintetizador/teclado que tenha uma qualidade baixa reproduzirá a sequência gravada com a sua qualidade. A qualidade realmente dependerá de qual forma os sintetizadores criam seus sons. Existem duas técnicas usadas para a criação dos sons em um sintetizador:
  • Síntese FM - Nesta técnica obtém-se o som através um cálculo que soma as ondas que compõem este som. Na prática significa que o sintetizador tem um som, e este, através de cálculos matemáticos gera outros sons. Esta técnica gera sons com uma qualidade inferior à Wavetable e hoje não é tão utilizada;
  • Síntese por Wavetable - Nesta técnica são gravadas amostras de alta qualidade sonora dos instrumentos. Quando for solicitado, o sintetizador/teclado usará estas amostras para a execução da sequência. As variações sonoras inseridas pelo sintetizador irá modificar o som gerado sem contudo diminuir sua qualidade.

Usar MIDI ou gravar o áudio executando diretamente um instrumento?

Essa é uma pergunta crucial. Em cada um dos modos há vantagens e desvantagens que devem ser ponderadas. Vejamos algumas (VAUGHAN 1994):

MIDI

Vantagens Desvantagens
Os arquivos são menores Tem reprodução inferior
O arquivo é independente da qualidade de reprodução Requer conhecimento de teoria musical
O uso do processador é reduzido Não há a possibilidade de gravar vozes
Permite a edição da composição inclusive notas individuais -
Os softwares poderão rotear os canais MIDI por diversos canais ou softwares diferentes -


Áudio digital

Vantagens Desvantagens
Tem bons aplicativos disponíveis para diferentes arquiteturas e consequentemente bom suporte Não permite a edição da composição em detalhes como no MIDI
Não exige conhecimento de teoria musical Tem arquivos grandes
- O uso do processador é acentuado


No momento da escolha é bom ter uma boa orientação de pessoas especializadas. Com certeza há situações que fazer a gravação direto do instrumento é melhor que usar um MIDI. Por sua vez haverá situações que uma execução a partir do MIDI é perfeitamente aceitável.

O bom senso é fundamental neste momento. Um solo de guitarra pode até ser bom se criado no MIDI, mas se executado diretamente numa guitarra terá sua qualidade bem acima do MIDI. Uma bateria por sua vez pode ser feita usando MIDI sem que haja perda significativa. Os sons da bateria, bem como a forma de tocar podem ser fielmente reproduzidas.

Sobre a criação de sequência de baterias usando MIDI eu escrevi uma série de artigos que podem ser lido em www.gnu-lia.org.

Como editar ou criar um arquivo MIDI

Existem programas que trabalham com o MIDI fazendo a criação, edição, execução e controle de sintetizadores/teclados que também usam o MIDI. Estes softwares dispõem dos recursos necessários para a edição da música como um todo ou de apenas parte de uma trilha.

O Hydrogen é um exemplo de software MIDI para composição de sequências de bateria. O Rosegarden é um outro software que segue a mesma idéia, só que ao invés de bateria, ele cria sequências para serem executadas em sintetizadores conectados ao micro, além de gravar o que foi tocado no sintetizador teclado.

Nos artigos seguintes veremos como o Rosegarden e outros softwares funcionam.

Considerações finais

Os recursos do protocolo MIDI abrem um mundo de possibilidades para os músicos. Com teclado e um micro o músico tem uma orquestra ou uma banda à sua disposição. Um sonho real.

Nos próximos artigos veremos como é realmente simples criar e editar arquivos MIDI.

Até a próxima.

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Hermes Nunes Pereira Júnior é Editor do site http://www.gnu-lia.org
Trabalha com Linux desde 1997, tanto profissionalmente quanto em seus momentos de hobby.
Este artigo pode ser lido, junto com outros sobre áudio no site http://www.gnu-lia.org

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Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Como o MIDI funciona
   3. A conexão entre os equipamentos
   4. O funcionamento do protocolo MIDI
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Comentários
[1] Comentário enviado por edersonhonorato em 17/06/2009 - 02:58h

Parabéns! Muito bom o artigo.

Guando fiz a migração para Linux (isso em 1998) o que mais me fazia falta (e me obrigava a manter o windows em dual-boot) era um bom seqüenciador midi para linux.

Demorou alguns anos até o Rosegarden me fazer abandonar o Cakewalk de vez.

Hoje, já existem várias ferramentas para seqüenciar midis no linux como o NoteEdit, Muse, Denemo, Music Score(concorrente de peso do Rosegarden), etc...

Sempre precisei de sequenciadores com notação devido à naturesa da minha atividade (musico clássico), e precisava de uma ferramenta que me permitisse escrever a composição nota por nota.

Apesar de pesadinho, o Rosegarden juntamente com o Timidity++/jackd supre com louvor as minhas necessidades na hora de compor ou fazer arranjos em pautas musicais(já que minha placa de som não é uma SoundBlaster da vida, hehehe).

Gostaria que abordasse nos próximos artigos o Timidity++ como solução para quem não tem (como eu) uma placa de som Creative no linux.

Aguardo com anciedade os proximos artigos.:-)

abraços

[2] Comentário enviado por dailson em 17/06/2009 - 15:31h

Show de Bola Hermes.
Perfeito!

[3] Comentário enviado por cleysinhonv em 17/06/2009 - 21:36h

E ai gente boa!
Bom esse artigo em? Parabéns cara. O que mais chama atenção nos seus artigos são os conceitos aplicados ao contexto. Sem contar o nome do artigo!


[4] Comentário enviado por Teixeira em 18/06/2009 - 06:48h

Parabéns!
Aguardo com ansiedade pela continuação.

[5] Comentário enviado por rogerio_gentil em 11/07/2011 - 13:36h

Errei o lugar do comentário. Lerei o artigo e comentarei de novo! Abs


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