Durante a instalação do sistema
Funtoo o usuário é encorajado a escolher um profile, ou seja, um perfil para o sistema. Por quê?
Usuários não familiarizados com os profiles podem acabar adicionando muitas flags no arquivo make.conf para ajustar o sistema ao seu gosto. Vai usar
KDE? Quer ter suporte ao
Qt? É desktop? Então melhor colocar isso e aquilo, mas não pode essa flag e não pode aquela flag para não causar problemas, etc.
Isso pode deixar o make.conf inchado de flags, difíceis de serem manipuladas. O que torna a experiência com o sistema um tanto quanto complicada. Funtoo não foi feito para ser complicado. Ele pode ser no começo, devido sua grande quantidade de opções de configuração, mas o usuário logo percebe que não é bicho de 7 cabeças.
Aos poucos a distribuição vem se tornando mais e mais acessível, com novas ferramentas, sem perder o seu poder de personalização.
As lista das flags pode ser vistas na seguinte página:
Então, para não encher o arquivo de flags e para facilitar a sua manipulação, uma solução inteligente é usar profiles. Quando o usuário escolhe um profile ele, na verdade, está escolhendo uma combinação de flags pré-configuradas para moldar seu sistema.
Os profiles são:
- arch: define a compatibilidade com o tipo do processador.
- subarch: aplica um refinamento às especificações do processador além do arch.
- build: se refere a estabilidade do sistema. Quer usar o sistema estável, "current" ou experimental?
- flavor: define o objetivo do seu sistema ou a sua utilidade. Pode ser minimal, desktop, core, workstation.
- mix-ins: adicionam funcionalidades ao sistema, bem como a preparação para os ambientes gráficos desejados. Algumas opções são: gnome, kde, media, mate, X e hardened.
Obs.: algumas opções em "flavors" ativam automaticamente algumas opções em "mix-in". E algumas opções do próprio "mix-in" ativam outras do "mix-in". A opção gnome, por exemplo, vai ativar o x.
Para ver os profiles atuais use o comando "epro show". Exemplo:
Para ver todas as opções use o comando:
# epro list
Alguns exemplos:
Adicionar mix-in GNOME e KDE:
# epro mix-ins +gnome +kde
Remover mix-in GNOME:
# epro mix-ins -gnome
Mudar arquitetura para x86-64 bits:
# epro arch x86-64bit
Mudar a subarch para generic_64:
# epro subarch generic_64
Mudar o "flavor" do sistema:
# epro flavor desktop
Para mais informações sobre o comando Epro veja esta dica:
Qual a diferença entre minimal, core, server, workstation e desktop no profile flavor?
- minimal: contem as mínimas configurações para Funtoo em todos os flavors.
- core: contém as mesmas configurações do minimal mais algumas outras úteis e comumente usadas. É a base do stage3 do Funtoo.
- server: teoricamente deve ser igual ao core mais algumas especificações voltadas para servidores. Porém, atualmente, é idêntica ao core.
- workstation: configurações mínimas para um desktop com alguns mix-in como X, audio, dvd e outros.
- desktop: tem basicamente tudo o que um desktop completo precisa. Inclui suporte a impressão. É melhor aproveitado com um mix-in de algum ambiente gráfico como GNOME ou KDE.
Onde ficam armazenados os profiles?
Você pode olhar o arquivo com os profiles executando:
# cat /etc/portage/make.profile/parent
Vai retornar algo como:
gentoo:funtoo/1.0/linux-gnu/arch/x86-64bit
gentoo:funtoo/1.0/linux-gnu/build/current
gentoo:funtoo/1.0/linux-gnu/arch/x86-64bit/subarch/generic_64
gentoo:funtoo/1.0/linux-gnu/flavor/desktop
gentoo:funtoo/1.0/linux-gnu/mix-ins/no-systemd
gentoo:funtoo/1.0/linux-gnu/mix-ins/lxde
gentoo:funtoo/1.0/linux-gnu/mix-ins/xfce
Este modelo de configuração com uso de profile tem benefícios como menor necessidade de alterar o make.conf e possui uma separação organizada por arquitetura, flavor, etc.
Para mais informações veja: