paulo1205
(usa Ubuntu)
Enviado em 13/12/2016 - 11:22h
Quando um programa tem 600 linhas, sua listagem deve caber em algo como dez a doze páginas. E quando você passar para o próximo estágio, em que os programas tiverem algo como 6000 linhas? Você acha que continuará sendo mais fácil ler 120 páginas do que ter o programa na tela?
Um ambiente de desenvolvimento -- ou mesmo apenas de edição de código fonte -- moderno tem recursos para facilitar a tanto a escrita de novo código como a leitura do código já existente. Entre os recursos que você costuma encontrar em tais programas, encontram-se:
-
syntax highlighting;
- possibilidade de seguir uma determinada variável/função/símbolo ao longo de todas as vezes em que ela é empregada (inclusive, em alguns programas, entre arquivos diferentes, como cabeçalho e implementação);
- possibilidade de encolher/expandir blocos de código de funções,
ifs,
switches ou laços de repetição, de modo a que você possa tirar do caminho código que não lhe interessa analisar naquele momento;
- identificação de variáveis/funções/símbolos que são declarados/definidos mas nunca são usados;
- identificação de variáveis/funções/símbolos utilizados sem jamais terem sido declarados/definidos;
- facilidade de verificar ou mesmo refazer/refatorar indentação de código;
- etc.
Código de programa não é texto em prosa, como um conto ou um romance. Não duvido que exista alguém capaz de fazê-lo, mas acho que a maioria de nós morreria de tédio ou acabaria se perdendo se tivesse de ler dezenas de páginas seguidas de um programa suficientemente complexo.
Fora que papel é árvore. Na minha faculdade, e numa época em que listagens ainda eram o melhor meio de guardar programas, a cada vez que a gente mandava imprimir alguma coisa, recebia a mensagem “Uma listagem a mais, uma árvore a menos. Economize.”