hrcerq
(usa Outra)
Enviado em 25/05/2017 - 13:09h
Bom, eu penso que não poder escolher é ruim de qualquer jeito. Não poder escolher programas de código fechado é tão ruim quanto não poder escolher programas de código aberto. Mas na prática nunca vi isso acontecer. Já o contrário é algo que vejo no meu dia a dia.
Inúmeras vezes tive que usar, por exemplo, a ferramenta Balsamiq Mockups para ler protótipos de análises e painéis que eu precisava implementar. Essa ferramenta não trabalha com um padrão aberto, ou seja, não é possível abrir os arquivos gerados por ela em outro editor. E pra piorar essa ferramenta não oferece versões para Linux (embora funcione muito bem no Wine).
Agora imagine que você tem 500 protótipos feitos nessa ferramenta. E de repente você precisa migrar esses protótipos pra outra ferramenta, seja porque o software foi descontinuado ou porque você não pode mais bancar a licença, ou qualquer outro motivo. O que você faz? Mesmo que você disponha de um software alternativo para este fim (o que de fato existe), terá que refazer os 500 protótipos porque não existem utilitários de migração dos arquivos gerados para outros padrões, como odg, que é um padrão aberto para diagramas. Imagine isso numa empresa, ou em um órgão do governo. Você vai parar a empresa ou órgão porque precisa fazer essas migrações primeiro? Não, você vai continuar usando o Balsamiq. Isto se chama vendor lock-in, ou seja, o custo de migração é alto demais em comparação ao custo da continuidade do pagamento da licença.
Isso acontece com inúmeros programas. Veja o AutoCAD, por exemplo. Não roda no Linux. Então se na empresa que você trabalha precisa usar especificamente o AutoCAD, lascou... não pode usar Linux.
Agora, em que situação o contrário acontece? Quando é que você é obrigado a usar software livre em vez do proprietário? Não acho impossível de acontecer, mas acho bem pouco provável.
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Atenciosamente,
Hugo Cerqueira