Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 30/01/2013 - 17:58h
Nossos amigos nordestinos têm uns "ditados" meio esquisitos de se ouvir, porém que expressam muito bem certas realidades.
Um desses ditados diz mais ou menos isso, que "quem muito se abaixa, o fiofó aparece"...
As pessoas tendem a desprezar o que é "barato" e o que é "gratuito".
Há pessoas que vão comprar em shoppings de luxo, apenas para desfilar com as sacolas de lojas chiques e com isso demonstrar um certo "status".
Houve um caso muito famoso de um fabricante de jeans cujos produtos eram vendidos no varejo por cerca de R# 15,00 e as vendas estavam tão fracas que ele quase desistiu.
Aí retirou aquelas etiquetas que ficam no bolso trazeiro e as substituiu por outras com outro nome, e aqueles mesmos jeans passaram a ser vendidos por mais de R$ 500,00 a peça em uma loja paulistana.
Como resultado, um grande sucesso de vendas.
Aqui em Brás de Pina, na paróquia de Santa Cecília, foi realizado um daqueles "cursos de informática" (na verdade um "banho de Windows") com uma qualidade surpreendente.
Minha sobrinha fez o tal curso e me mostrou a apostila, coisa realmente primorosa, concisa, prática, fácil e abrangente.
O "custo" do curso foi de apenas R$ 2,00 por participante.
Apesar de muito bom, melhor que muitos "cursos" caríssimos que fazem propaganda por aí, as pessoas não lhe deram o justo valor.
Tem também o caso do supermercado que vendia produtos de primeira linha, porém em embalagens genéricas, em uma caixa de papelão com o nome do produto (por exemplo "Bolachas de coco") e mais nada, exceto pela indicação "fabricado por: CNPJ número tal".
O que isso significava em economia era impressionante, mas as pessoas em geral pagam pela embalagem bonita e não pelo produto em si.
Ou seja, as pessoas têm um prazer mórbido de serem enganadas, iludidas.
Em geral, pode-se dizer que as pessoas pagam pela ilusão, pela comodidade, e não pelo bem em si.
O Linux se encaixa perfeitamente nessa situação: Apesar de ser um produto de primeiríssima linha, não tem o devido valor.
Se fosse um produto comercial, certamente quem o comercializasse colocaria uma embalagem bonita, farta publicidade na mídia, e seu preço estaria lá nas estrelas.
Aí sim as multidões passariam a usá-lo.
Como diriam Confúsio e Rui Babosa, toda multidão é burra, pois age desatinadamente.