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(usa Nenhuma)
Enviado em 25/10/2020 - 11:30h
Eu me divirto lendo os comentários, pois usuários de Linux de tempos são avessos à mudanças e a introdução de novas tecnologias. E pior que isso, não se aprofundam nas questões antes de comentar, simplesmente não conhecem a ferramenta e falam mal dela.
Snaps e Flatpaks surgiram para corrigir diversos problemas que os desenvolvedores apontaram para não desenvolver para Linux. Ao invés de ter que suportar Debian, Ubuntu, Fedora, Red Hat, Arch Linux, CentOS, OpenSuse, Suse, OpenMandriva, Mageia, PCLinux OS e versões dessas distribuições (o Ubuntu, por exemplo, geralmente tem três versões sendo suportadas ao mesmo tempo: 18.04, 20.04 e 20.10). Analisem quanto trabalho um desenvolvedor precisa fazer para oferecer seu aplicativo para usuários Linux!
Escolhendo Flatpak ou Snap, tudo é simplificado. Criando um pacote Snap, por exemplo, o desenvolvedor está apto a oferecer o aplicativo para ao menos 28 distribuições do Linux. Com relação ao Flatpak, há até distribuições que somente aceitam instalar Flatpaks, como é o caso do Endless OS.
Com relação às críticas (tamanho, velocidade), elas são em parte verdadeiras, mas um mal necessário. No entanto, as críticas são excessivas e não analisam a fundo o que está acontecendo. Então eu quero ajudar vocês a entenderem o que realmente está acontecendo.
Quando você tem um sistema tradicional .deb, você vai instalar o Gimp e ele vai puxar todas as dependências (bibliotecas de manipulação de imagem, bibliotecas de importação de arquivos, scripts, plugins, filtros, pincéis, bibliotecas da construção de interface, bibliotecas de comunicação com o sistema de arquivos, bibliotecas de comunicação com o ambiente de desktop, bibliotecas do X, bibliotecas GTK, etc). Isso é um monte de coisas, mas como as distribuições já oferecem parte disso instalado, o usuário acredita que a quantidade necessária de dados é pequena, mas não é. Nesse tipo de sistema, há a resolução de dependências e vários programas compartilham dos mesmos recursos (bibliotecas e outras coisas).
Nos Snaps e Flatpaks algo parecido acontece. O usuário vai instalar o Gimp, ele vai estar com todos os pinceis filtros e plugins num único pacote, mas uma dependência também será instalada: um pacote que instalar as bibliotecas do gnome e gtk que são necessárias para o Gimp funcionar. Quando o usuário instalar o snap do Inkscape, não será necessário instalar o snap com as bibliotecas do gnome e gtk pois ele já está instalado e assim o download será menor (terá só o conteúdo referente ao inkscape e seus recurso particulares. Se o usuário instalar um snap que usa o QT, como o Ksnip, será instalado adicionalmente outro Snap que vai oferecer uma base de bibliotecas QT que é comum a todos os Snaps de aplicativos QT, quando for instalado outro aplicativo QT não será necessário baixar tantos dados.
O Diolinux já fez uma análise com os três sistemas: nativo (.deb), flatpak e snap. Obviamente que o nativo ocupou menos espaço, o Snap ficou em segundo lugar (mas não era tanto quanto os críticos dizem ser), e o Flatpak foi o que ocupou mais espaço, no entanto a diferença não é tão significativa. Isso graças ao sistema de gerenciamento de dependências que também existe no Flatpak e no Snap.
As distribuições que fazem uso do OSTree e Flatpak são rápidas e o uso de espaço em disco é bem próximo de uma distribuição tradicional com os mesmos aplicativos. As distribuições tradicionais vão requerer um espaço em disco a mais para usar o Flatpak ou Snap devido ao simples fato de que essas ferramentas utilizam seu próprio sistema de arquivos que visa manter a compatibilidade entre todos os sistemas suportados.
Além disso tudo, se você usar uma distribuição como o Ubuntu para rodar os snaps, eles vão ser mais rápidos devido ao sistema de cache do Gnome. No Fedora é a mesma coisa com os Flatpak, é muito rápido.